NEWS!

Uma crítica a El Camino

Uma crítica a El Camino

Olá, queridos leitores. No artigo de hoje, quero contar um pouquinho para vocês sobre uma produção da Netflix, continuação da série Breaking Bad, a qual na minha opinião, é uma das melhores séries que já assisti. Já do filme, não posso dizer o mesmo. Isso mesmo, estou falando de El Camino: A Breaking Bad Movie. Vamos lá?

Para quem nunca assistiu ou não ouviu falar, Breaking Bad é uma série de televisão americana, criada por Vince Gilligan, que retrata a vida de um químico, Walter White, brilhante no que faz, mas frustrado por se ver obrigada a dar aulas de química para adolescentes do ensino médio, enquanto sofre com um filho que tem paralisia cerebral, uma esposa grávida e dívidas intermináveis, graças a um câncer no pulmão que ele descobre ter.

Walter White - Uma crítica a El Camino

Aqui, faço uma pausa. Não vou me estender muito sobre a série, pois isso é um possível assunto para um próximo post. Mas, se você não assistiu e quer assistir sem spoilers, não continue a ler este artigo, porque com certeza terão muitos. Não tenho como evitar isso rs.

Continuando…

A série se passa em Albuquerque, Novo México, e leva o protagonista à transformações dolorosas, intensas e irreparáveis algumas vezes. O diretor teve a brilhante ideia de levar o protagonista à uma mudança de personalidade, que o faria sair de mocinho para vilão, porém dando a falsa impressão de que suas escolhas seriam para o bem de sua família.

Para resolver todas essas situações, conseguir dar uma boa vida a seus filhos e esposa e deixá-los sem dívida, Walter resolve fabricar metanfetamina com seu ex-aluno, o viciado Jesse Pinkman. Em um primeiro momento, a série parece bem pacata e você tem a nítida sensação que não vai mudar em nada o caminhar dos acontecimentos.

Porém, a partir da segunda temporada, garanto a vocês que as coisas esquentam muito!

Walter se vê em vários dilemas: contar ou não contar à sua esposa sobre seus negócios obscuros? Ter que viver se escondendo de seu cunhado, Hank Schrader, investigador da DENARC (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico) para não ser apanhado, enfim. O cerco vai se fechando e a série vai te tirando o fôlego, acreditem.

A ideia de Vince Gilligan foi levar o protagonista, Walter White, a antagonista da série: de mocinho a vilão, em um piscar de olhos. A evolução e as mudanças de personalidade do personagem aparecem de forma majestosa e surpreendente, fruto de anos de repressão de sentimentos, desejos e uma sensação de derrota, perante o casal de químicos, que se diziam seus amigos, Elliot e Gretchen.

Acredito que não podíamos esperar nada a menos de Vince Gilligan, roteirista de X-Files, não é?

Em uma primeira impressão, Walter White parece um cidadão de moral impecável, mas com o desenrolar dos acontecimentos, essa moral passa a ser questionável, uma vez que ele usa o artifício de sua doença, para cometer delitos e deslizes, tanto em seu trabalho, quanto em sua vida social.

O protagonista nos leva a crer que ele é o mocinho, rejeitado e desprezado durante toda a sua vida. Uma pessoa tão banal e branda, que é possível notar sua inexpressividade até nos tons de suas roupas, sempre neutros, ou puxado para o verde e o marrom. Tudo nesse personagem foi pensado de maneira estratégica, para que de inexpressivo, ele passasse a um dos personagens mais perigosos da série, senão o mais temido: o uso do chapéu, a cabeça raspada, a troca de carros, são exemplos da progressividade dele.

Quem iria imaginar que o pacato professor de química fosse um assassino e um traficante?

O mais interessante é que você começa a assistir a série e a primeira sensação é de pena, com relação ao protagonista. De repente, ele comete o primeiro crime e você pensa assim: “Ah, ele descobriu um câncer e está com a cabeça confusa. Ele vai se redimir”. Então, você percebe que não haverá arrependimento da parte do protagonista, pois no fundo, ele gosta do que está fazendo. Faz com que ele se sinta poderoso, invencível. Mas, mesmo assim, você não consegue torcer contra ele. Por quê, pergunto a vocês?

Bem… mas passado essa breve explicação sobre a série, a qual assisti duas vezes, de repente, me deparo com a notícia de que seria lançado o filme que daria continuidade à história da série. Porque, me desculpem o spoiler, o término da série dá toda a certeza do mundo que o diretor deixou aberta a possibilidade de ter uma continuação.

O Filme

O filme começa, justamente, com a cena de fuga de Jesse Pinkman de seu cativeiro, onde ele foi forçado a produzir metanfetamina, acorrentado à barras de ferro, para que sua ex-namorada, Andrea, e o filho, Brock, não sofressem danos.

Figura 1 - Uma crítica a El Camino

Com flashbacks de momentos no cativeiro, o personagem Todd tenta se fazer de bonzinho, a fim de conseguir a ajuda de Pinkman para esconder seus crimes, mas na verdade, ele é tão mau-caráter quanto seus companheiros de crimes. Na minha opinião, a morte de Todd, no final da série, assim como a dos outros, foi mais do que justa e acreditem, isso inclui Walter White.

Todd e Pinkman - Uma crítica a El Camino

Confesso a vocês que criei uma expectativa muito grande nesse filme, pois esperava algo à altura de Breaking Bad. Mas, me decepcionei de uma forma absurda, pois o filme mostra um Jesse que tinha potencial suficiente para ser “o protagonista” e de repente, o personagem foi apresentado de maneira fraca e covarde. Aliás, característica bem marcante dele durante toda a série: fraco e emocionalmente vulnerável. A falsa tentativa de mostrar um personagem que resolveria tudo “à força”, porque não tem mais nada a perder, não deu muito certo. A busca pela liberdade, pareceu mais uma fuga de algo que o perseguiria sempre, seu passado, pois tantos crimes não podem simplesmente serem empurrados para baixo do tapete.

Bem.. Para quem não assistiu o filme, não vou dizer que é uma recomendação assisti-lo. Se estiverem muito curiosos, é válido assistir, mas não o faça sem assistir a série antes. Caso contrário, não vai perder muita coisa.

Até a próxima!

______________________________________________________________________________

Se você gostou, não deixe de participar através de sugestões, críticas e/ou dúvidas. Aproveitem para assinar o Blog, curtir a Página no Facebook, interagir no Grupo do Facebook, além de acompanhar publicações e ficar por dentro do Projeto Universo NERD, de sorteios, concursos e demais promoções.

Tags:
Paula Souza

É Editora e Autora do UniversoNERD.Net, Professora de Língua Portuguesa e Inglesa, amante de leitura e Literatura, além de gamer nas horas vagas.

Postar um comentário