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Os Transtornos De Aprendizagem No Âmbito Educacional

Os Transtornos De Aprendizagem No Âmbito Educacional

Olá, queridos leitores. Hoje quero falar um pouquinho sobre os transtornos e síndromes que vêm tomando conta de nossas crianças e adolescentes, cada vez mais precocemente e do que precisa ser feito para que nossos profissionais estejam preparados para receber estas crianças nas instituições de ensino.

Atualmente, a responsabilidade que os professores e as escolas têm é muito grande, no que diz respeito à atuação na educação atual. As dificuldades e desafios apresentados em uma sala de aula ou em um ambiente escolar são muitas: alunos com Dislexia, TDAH, Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC), alunos abusados sexualmente, Autismo, Bullying, Disgrafia, entre outros.

A grande pergunta que não quer se calar é: os profissionais atuais estão preparados para esses desafios? Como lidar com todas essas situações?

Antes de iniciarmos é importante pensarmos sobre alguns detalhes…

As expressões dificuldades, problemas e transtornos são muito utilizadas para o mesmo contexto, por diversos profissionais, nas mais diversas áreas de conhecimento e, muitas vezes, são consideradas nomenclaturas inconsistentes por estudiosos. O fato é que tanto na prática, no ambiente escolar, como nas bibliografias a respeito, não existe um consenso da utilização desses termos. Porém, na raiz dessas terminologias existem definições distintas, portanto é necessário estuda-las para utilizar da maneira correta.

O profissional envolvido, no caso o professor, pode se questionar quanto ao aproveitamento e desenvolvimento de seus alunos, levando em consideração o mesmo processo de ensino, porém, é preciso levar em consideração também, que cada aluno vem de um ambiente diferente. Assim, devemos levar em consideração, nesse contexto, as seguintes hipóteses: questões de ordem cognitiva, emocionais, econômicas, culturais e sociais, pois são fatores que influenciarão no aprendizado.

A fim de uma compreensão mais global, a OMS chegou à uma nova definição no que diz respeito aos transtornos apresentados em âmbito educacional, ou seja, o funcionamento do indivíduo que apresenta algum desses transtornos em relação aos fatores contextuais e do meio em que vive. A ideia, na verdade, é integrar essa pessoa à sociedade, sem que sejam colocadas barreiras que vão colocar suas desvantagens em evidência.

Segundo dados do Ministério da Saúde, 3% da população apresenta transtornos mentais severos, mais de 6% apresenta transtornos psiquiátricos graves devido ao uso de drogas e álcool e 12% da população necessita de atendimento psiquiátrico devido à algum desvio mental.

Segundo estudos desenvolvidos na área da psiquiatria, as doenças mentais são como transtornos da trajetória da vida, que mostram uma evolução a partir de alguma alteração neurológica que apresenta seus primeiros sinais na infância. Por isso, o papel da escola se tornou tão importante. Porém, mais uma vez volto a dizer, aliás, não só eu como vários pedagogos e professores: a falta de preparo dos profissionais das escolas para lidar com transtornos de origem psiquiátrica é muito grande.

Porém, em meio à uma lista enorme, destaco dois relacionados ao humor: a depressão e o transtorno bipolar, nos quais a criança pode apresentar sérias dificuldades para controlar suas emoções, tornando-se ou agressivas demais ou emotivas demais, mostrando irritabilidade, impaciência, insatisfação e por aí vai.

TDAH

Em meio à essa extensa lista de transtornos, temos o mais conhecido de todos: TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Facilmente, os professores e educadores confundem o TDAH com agressividade, indisciplina, falta de comprometimento com as atividades propostas, entre outros. Muitas vezes, ou demora muito para diagnosticar ou nem é diagnosticado.

É muito importante que o professor ou educador tenha em mente como diferenciar uma criança indisciplinada de uma hiperativa: geralmente, a criança mostra agitação repetitiva, falta de atenção, dificuldade de concentração em tarefas teóricas, dificuldade em se socializar, enfim. Mas, o TDAH também pode se manifestar em crianças extremamente reservadas. São os dois extremos da história.

O profissional deve ter em mente que não é porque a criança é indisciplinada, ou por falta de acompanhamento dos pais ou responsáveis, ou por algum outro motivo que faça com que ela queira chamar a atenção das pessoas que estão à sua volta, que ela deva ser encaminhada ao psicólogo ou psiquiatra para possível diagnóstico de TDAH. Por isso é tão importante o preparo dos profissionais que vão ter um contato mais próximo com essa criança no dia-a-dia.

Para vocês entenderem o que é o TDAH, de uma maneira mais didática.

O mais importante, como já disse inúmeras vezes em vários artigos que abordei e também o objeto de incansáveis estudos por vários profissionais, são alguns fatores que são peças chaves nesse âmbito: o preparo adequado de profissionais que não queiram simplesmente rotular as crianças como “preguiçosas” ou “desatentas” e que, ao invés de puni-las, tentem ajuda-las; a sintonia entre família e profissionais escolares também é muito importante, apesar de sabermos que nem sempre é uma realidade, mas é necessário tentativas dessa aproximação. Lembrem-se o que já falamos aqui: muitas dificuldades e transtornos de aprendizagem são de origem emocional, o que envolve os laços familiares.

Espero que tenham gostado!

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BIBLIOGRAFIA

CONGRESSO BRASILEIRO MULTIDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. 6., 2011, Londrina. VII Encontro Da Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial, p REGO, T. C. Vigotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes SAMPAIO, S. Dificuldades de aprendizagem: a psicopedagogia na relação sujeito, família e escola. 2ª edição Rio de Janeiro: Wak Ed SILVA, M.C. Dificuldades de aprendizagem: do histórico ao diagnóstico. O Portal dos Psicólogos. p STOLTZ, T. As perspectivas construtivista e histórico-cultural na educação escolar. Editora: Intersaberes

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Paula Souza

É Editora e Autora do UniversoNERD.Net, Professora de Língua Portuguesa e Inglesa, amante de leitura e Literatura, além de gamer nas horas vagas.

2 Comments

    • Elton Azambuja
    • 31 de outubro de 2018

    Meu filho é autista…tem dificuldade em desenvolver a fala e uma vez explicando isso para uma professora ela me disse que alguns tem preguiça de falar…falta conhecimento nessas aéreas para os professores…se deixar eles aprenderem por querer não vai adiantar…tem que ser por obrigatoriedade…Assim como temos que revisar a NR10 pra quem trabalha com eletricidade acho que os profissionais deveriam por obrigação a passar por reciclagem uma vez a cada 2 anos

      • Paula Souza
      • 31 de outubro de 2018

      Sim, Elton. Infelizmente é isso mesmo. A reciclagem (o preparo) que falo no texto deveria ser obrigatório aos profissionais que quisessem continuar atuando com crianças nessas condições. Mas, infelizmente existem poucas instituições que trabalham bem esse assunto e o mesmo, na maioria dos casos, não sai da teoria, do papel. Na prática, é bem diferente. Só que são poucos pais, como você, que vão atrás e querem participar do cotidiano escolar. Uma triste realidade…

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