Precisamos Falar Sobre: A Criatura de Gyeongseong

Saudações, meus caros nerds k-popers de plantão! Tudo bom convosco? Quem é frequente na plataforma, provavelmente percebeu que o catálogo da Netflix nos últimos meses vem sendo inundada por uma enxurrada de séries e filmes asiáticos. Na maioria das vezes, passo bem longe, pois se trata de obras de terror esquisitas, melodramas ou pastelões de artes marciais. Porém, uma série de ficção científica ambientada pós Segunda Guerra Mundial que me chamou a atenção mudou um pouco o meu conceito sobre o quão bom pode ser os títulos orientais. É por esses e outros motivos que, hoje, precisamos falar sobre A Criatura de Gyeongseong.

Tendo seus 10 episódios lançados entre o final de dezembro de 2023 e a primeira semana de janeiro deste ano, A Criatura de Gyeongseong é uma série sul-coreana que, como explicarei mais a frente, permeia vários gêneros. Roteirizada por Kang Eun-kyung e dirigida por Chung Dong-yoon, traz em seu elenco Park Seo-joon no papel principal, interpretando Mestre Jang, um homem rico que é dono da Casa do Tesouro, maior loja de penhores da cidade de Gyeongseong; Han So-hee como a detetive particular Yoon Chae-ok; Claudia Kim, como a maléfica Yukiko Maeda, uma poderosíssima nobre japonesa; Kim Hae-sook interpreta a Sra. Nawol, a gerente da Casa do Tesouro e pessoa que cuida do Mestre Jang desde criança; Jo Han-chul, detetive particular e pai de Yoon Chae-ok; Choi Young-joon, como o Tenente Coronel Kato; a belíssima Ok Ja-yeon, como a gerente do bar Moonlight; entre outros.

A história se passa no ano de 1945, no período pós-guerra em que o Japão ocupou a Corea do Sul. Tudo começa quando Yoon Chae-ok e Jo Han-chul, seu pai, chegam a cidade de Gyeongseong (nome anterior do que hoje é Seul, capital da Coreia) para procurar um famoso pintor japonês que está desaparecido e também a Seishin, esposa de Han e mãe de Chae que está desaparecida há muitos anos. A detetive tenta obter informações com mestre Jang, já que, além de ser uma das pessoas mais ricas da cidade, é também a que mais detém informações. Jang também foi forçado pelo comissário Ishikawa (chefe da polícia japonesa e esposo de Yukiko Maeda) a encontrar Myeong-ja, sua cortesã; assim, o trio passa a trabalhar junto.

Ao mesmo tempo, no Hospital Ongseong – que fora tomado e fechado pelos japoneses – cientistas do exército desenvolvem experiências em cobaias humanas, utilizando combinações da bactéria antraz com uma estranha forma de vida no formato de um pequeno parasita. Altamente secretas, essas experiências são acobertadas e financiadas pela influente Yukiko Maeda. Não é preciso ser um Sherlock Holmes para saber que todos os desaparecimentos estão relacionados com o que vem acontecendo no hospital, não é mesmo, meu elementar investigador nerd?

E assim, a trama se desenvolve a partir dessas premissas, nos ofertando aquilo que é o ponto de destaque da obra: a variedade. Pode-se afirmar, com tranquilidade, que A Criatura de Gyeongseong é uma série completa! Nela, encontramos ficção científica, contextualização histórica, investigação, drama, terror, luta política, artes marciais, ação, suspense e, como não poderia deixar de faltar, romance, alcançando, dessa forma, uma gama muito grande de público.

Dentre tudo o que pode oferecer, sem dúvida alguma, o maior destaque fica por conta do gênero drama. Tanto as partes que mostram um país vencido e tomado pelo inimigo tentando se reerguer da miséria enquanto luta pela manutenção de seus ideais, honra e cultura, quanto aquelas que trazem à tona a discussão dos limites da ciência em confrontar a dignidade humana – principalmente em tempos de guerra – são excelentes temáticas que inflarão nos telespectadores mais atentos e sensíveis boas reflexões, o que exclui a superficialidade da obra.

Como não posso mentir e nem omitir aqui, vou deixar bem claro: você também se deparará com melodrama, meu sentimental nerd! Como de praxe no cinema oriental (incluo animes aqui), algumas boas cenas puxam em demasia para o exagero dramático, deixando qualquer novela mexicana morta de inveja! Mesmo assim, é algo suportável e não tira, de forma alguma, a qualidade da série. Portanto, se você é daquelas pessoas que rapidamente pulam a sinopse quando veem que um título é de produção asiática, dê uma chance à A Criatura de Gyeongseong, pois provavelmente ela te prenderá ao menos em algum aspecto que seja do seu agrado, já que ela apresenta tanta variedade em si só.

Abraços e até breve.

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