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Cresce o Número de Consumidores de Jogos; Mas…

Cresce o Número de Consumidores de Jogos; Mas…

Saudações, meus caros nerds de plantão! Tudo bom convosco? Desde o início do ano, algumas matérias, publicações e pesquisas vêm chamando a atenção para o crescimento exponencial da quantidade de jogadores que consomem jogos eletrônicos. Lendo-as de supetão, todos nós que somos aficionados por games podemos ficar felizes em um primeiro momento e inferir que isso é bom, afinal, quanto mais pessoas interessadas nos produtos que gostamos, maior será a oferta de novos jogos, novos consoles, recursos tecnológicos inovadores, entre outros. Mas não é bem assim.

Aprofundando-se na leitura de todos esses textos, ficará explícito que a maior parte desse aumento é relacionada à quantidade diária absurda de milhares de novos jogadores que passam a tentar a sorte em jogos e plataformas de apostas. Indo mais além, acaso abordem as consequências dessa tendência, observaremos coisas muito graves que são decorrências de malefícios – especialmente o vício – que acabam por afundar crianças, jovens e adultos em depressão, dívidas, rompimento de laços familiares, neurose, além de efeitos mais extremos, tal como o suicídio.

A pesquisa mais atual que apresenta esses números foi realizada pelas empresas SX Group e Go Gamers. Nomeada de Pesquisa Game Brasil, contou com a participação de mais de 6200 brasileiros de diversas regiões do país. Por meio dela, constatou-se que o crescimento do número de consumidores de jogos eletrônicos aumentou 9% em apenas um ano, muito por conta dos adeptos aos jogos de azar. Dos entrevistados, 82,8% afirmaram jogar algum tipo de jogo. Games como o “Tigrinho” e similares são jogados ativamente por 38,2%. Dos que jogam esse gênero, cerca de 90% investe dinheiro real; pasmos 8,6% depositam mais de R$500 reais mensais em busca de algum lucro!

No final de 2024, o Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box, divulgou os dados de uma pesquisa que visou identificar os costumes de pessoas endividadas. Ficou evidenciado que 25,2% das pessoas de classe C e 40,2% das pessoas de classes D e E possuem o costume de apostar em jogos como o “Tigrinho” e/ou sites de apostas. Na mesma pesquisa, averiguou-se que cerca de 20% dos inadimplentes assumiram ter usado o dinheiro destinado a pagar dívidas para realizar apostas nessas plataformas.

 

Conforme já mencionado, o vício em jogo – denominado de ludopatia – pode gerar diversos problemas aos usuários desses jogos, que se iniciam com a aquisição ou agravamento de dívidas e partem para complicações muito mais graves que resultam em decorrência disso. Há alguns dias, o portal do G1 trouxe uma reportagem que exemplifica muito bem essa situação: uma recepcionista contraiu uma dívida de mais de R$100 mil reais no Tigrinho! Para tentar quitá-la, recorreu a empréstimos de cinco instituições bancárias diferentes e, posteriormente, a agiotas, criando uma “bola-de-neve” impossível de ser quitada! Você já sabe, safo nerd, o que acontece com pessoas que não pagam agiotas, né?!

As bets também formam um problema que merece ser tratado. De acordo com a revista Exame, em 2021, o país contava com cerca de 26 empresas desse seguimento. No final de 2024, esse número ultrapassava 200, ou seja, um crescimento de cerca de 734%! Evidentemente, se houve toda essa demanda para a formação de novas empresas é porque havia demanda de público procurando por serviços de aposta. Hoje, é impossível assistir a um comercial televisivo ou de alguma plataforma da internet sem se deparar com o anúncio de uma bet!

Além dos problemas provenientes do vício, não são raros os casos de corrupção envolvendo bets, patrocinadores e os alvos de aposta (times, equipes, atletas, etc). Por mais que muitas dessas empresas já tenham sedes no Brasil – pois, no início, a maioria era sediada em países asiáticos com legislação branda – a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) não descarta a possibilidade de serem utilizadas para a lavagem de dinheiro. Com muito lobby de senadores e deputados do Congresso, é difícil fiscalizá-las de modo eficiente para evitar diversos crimes e fraudes.

 

Enfim, meu caro nerd, não cai no papo de todo esse marketing que há em cima das bets e dos “tigrinhos” da vida! Centenas de atletas, artistas e “influencers” das redes sociais tentam te vender uma ideia de que é vantajoso e rentável apostar em seus produtos. Os comerciais das bets são um show a parte! Influencers exibem seus carros, motos e mansões – geralmente alugados – para te fazerem acreditar que você também pode ter tudo aquilo. Como esquiva de suas responsabilidades, deixam claro que “você deve apostar com responsabilidade” e que “o que fazem não é recomendação de investimento”. O golpe está aí! Bem na sua cara!

Para cada pessoa que tem a sorte de ganhar um bom dinheiro com esses jogos, milhares precisam ter prejuízo financeiro; e, certamente, os donos dessas plataformas não estão entre eles, pois os algoritmos de seus produtos agem em seu favor. Portanto, se você tem um pouco de juízo, fique longe dessas apostas eletrônicas!

Abraços e até breve.

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Lukas Melo

É Editor e Autor do UniversoNERD.Net. Profissional da área de EaD, aficionado por RPG, hardware e cinema. Porém, não nega outras nerdices.

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