Saudações, meus caros nerds adolescentes não-problemáticos de plantão! Tudo bom com convosco? Com exceção de algumas produções mainstream americanas, eu nunca tinha visto uma série europeia ter o seu lançamento tão divulgado nas redes sociais e ainda continuar por tanto tempo entre as top 10 da streaming mais popular aqui no Brasil. Sorte? Fruto do excesso de hype? Ou justo merecimento? É por conta dessas dúvidas que, hoje, precisamos falar sobre a série Adolescência.

Lançada em 13 de março de 2025 pela Netflix após muitas semanas de divulgação, Adolescência é uma série inglesa criada pela dupla Jack Thorne e Stephen Graham e dirigida por Philip Barantini. O elenco é composto por diversos atores não tão carimbados no cenário hollywoodiano, mas que são bem comuns em séries britânicas e do norte europeu. Estão presentes: Owen Cooper, como o adolescente e antagonista da série, Jamie Miller; Sthephen Graham, como Eddie, pai de Jamie; Christine Tremarco, no papel de Manda, mãe do garoto; Amelie Pease, como Lisa, a irmã mais velha; Ashley Walters e Faye Marsay formam a dupla de detetives Luke Bascombe e Misha Frank; Erin Doherty no papel da psiquiatra Dra. Briony Ariston; dentre outros nomes.
O enredo começa com uma cena de invasão policial a uma casa simples de uma cidade pequena da Inglaterra. Depois da polícia render toda a família, composta por pai, mãe, uma jovem de 18 anos e um adolescente de 13, os detetives Luke e Misha apresentam a grave acusação: Jamie Miller, o moleque, é o principal suspeito do homicídio de Katie Leonard, sua colega de escola. Com todo o rigor procedural das investigações britânicas, o menino – assustadíssimo e incrédulo com o que está acontecendo – é levado à delegacia para ser autuado e interrogado.
E assim, segue a história, mas não como você pode imaginar, meu caro cinéfilo nerd. Contendo apenas quatro episódios com média de 60 minutos de duração, logo ficará claro que a série não consistirá em descobrir se foi verdade ou não que o garoto é o assassino, pois as provas apresentadas pela polícia são inquestionáveis e mostradas para confrontar o depoimento do acusado logo no primeiro episódio. Em Adolescência, o foco principal será baseado em tentar entender o porquê de tão bárbaro ato ter ocorrido.

O sucesso da série em causar tensão ao telespectador está no fato dela ter sido gravada em plano-sequência, ou seja, cada um dos capítulos foi filmado em apenas uma tomada. Por conta disso, você mal tem tempo para respirar, pois tudo está se desenrolando em “tempo real”! A câmera, bem próxima aos personagens e se movimentando conforme eles caminham pelo cenário, acaba nos dando a impressão de que também estamos ali na cena, acompanhando tudo presencialmente. Sem dúvida alguma, foi a melhor execução que já assisti com a utilização desse recurso de gravação!
Em termos de reflexão, a obra traz ao público dois temas bastante delicados: bullying e subcultura incel. Mostrando ao resto do mundo a realidade e toda a decadência das escolas e sistema de ensino inglês (trata-se de uma problema geracional mundial e não apenas de uma mazela característica de países de terceiro mundo), a obra debate o quanto a violência psicológica, principalmente nas redes sociais, aliada à exposição e propagação de conteúdo machista, misógino e de repúdio a relacionamento afetivo entre homem e mulher, podem ser extremamente prejudiciais, sobretudo para adolescentes.
Não à toa, Adolescência ainda está entre as séries mais vistas da Netflix, mesmo após quase dois meses de seu lançamento. Na minha opinião, é, disparada, a melhor série no ano até o momento e uma recomendação muito fácil de ser feita: acaso não tenha visto, não tenha dúvidas de que será um baita entretenimento, inclusive, para ser acompanhado em família. Mesmo que aborde temas pesados, é uma boa forma de se refletir o quão danoso pode ser a falta de diálogo cotidiano entre pais e filhos.
Abraços e até breve.
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