O Polêmico Battlefield V (Parte 1)

Já começo avisando que sou fanboy da série Battlefield desde que comecei a jogar o BF3 no PlayStation 3, lá em meados de… Vixe, nem lembro mais ;D

Pois bem, o jogo foi lançado em novembro de 2018 e em menos de 6 meses, já caiu para metade do preço inicial. Podemos afirmar então que de certa forma, o jogo foi um fracasso de vendas ou, de forma mais amena, que vendeu bem abaixo do que a EA esperava (oficialmente 7,3 milhões até fevereiro). Apesar das vendas baixas, o BFV conseguiu ainda vender mais que outros jogos lançados na mesma época, tais como Assassins Creed: Odyssey e Fallout 76.

Agora, vamos ao que interessa que é uma “análise” deste fã da franquia após pouco mais de 100 horas de gameplay completadas. Para simplificar, vamos ordenar a discussão por tópicos, que de certa forma contribuíram para a polêmica que se tornou o jogo.

Marketing e apresentação do jogo

Acho que um fator que causou grande impacto nas vendas do BFV foi a forma como o mesmo foi apresentado ao público. Tivemos como revelação oficial do jogo, lá em maio de 2018, um trailer com pouca trilha sonora (que é um ponto muito forte na série), com vários personagens bastante “coloridos“, vários detalhes insignificantes mostrados (como ursinhos grudados no tanque) e uma mulher como protagonista do trailer.

Como bem sabemos, o público fiel que compra os jogos da série ama os mesmos pela fidelidade aos acontecimentos reais ocorridos durante os eventos históricos originais (neste caso a 2ª Guerra Mundial). O fato do jogo ter sido revelado com os detalhes mencionados acabou repercutindo negativamente, pois como bem sabemos, a guerra não é tão colorida como o apresentado e o papel das mulheres no conflito não foi de forma direta no combate.

Os trailers seguintes apresentados em eventos como a Gamescom e a E3 meio que “consertaram” o problema. Contudo o estrago já havia sido feito…

Lançamento em período conturbado

O BFV seria lançado em 19 de outubro de 2018, mas acabou sendo adiado para 20 de novembro. Independente do adiamento, o período de lançamento acabou sendo de toda forma conturbado. Vários jogos de peso foram lançados na mesma época (entre outubro e novembro de 2018) tais quais: o rival Call of Duty Black OPS 4 (com seu modo Battle Royale), Forza Horizon 4, Assassins Creed Odyssey, Red Dead Redemption 2, Hitman 2, Fallout 76 e Darksiders III.

Em meio ao domínio dos Battle Royales no mundo dos jogos de tiro e com lançamento próximo ao Black OPS 4, o BFV meio que ficou “prejudicado”. Principalmente pelo fato de que seu “modo Royale”, desconhecido até então, havia sido adiado para março de 2019. A ausência desse modo de jogo no lançamento, até então nunca presente na série e ao meu ver desnecessário, muito provavelmente casou uma redução grande no número de vendas.

Jogabilidade, som e gráficos

Mas nem tudo é desgraça. O BFV apresentou uma boa evolução no gameplay, gráficos excepcionais e um som de tirar o fôlego, conseguindo melhorar o que já havia de bom no seu antecessor, o BF1. A movimentação foi uma das principais mudanças. Agora você pode atirar de diversas posições diferentes e se movimentar de forma mais natural.

Vários mapas imensos em tamanho e ricos em detalhes fazem você muitas vezes ficar parado só para admirar a arte do jogo. Aquele “colorido” que foi apresentado nos primeiros trailers meio que “sumiu” no resultado final. As pinturas do rosto, das roupas e das armas, que pareciam inicialmente bem fortes e desproporcionais, acabaram não prejudicando o efeito visual final dos personagens. Os visuais das armas e dos veículos ficaram praticamente perfeitos.

Os efeitos sonoros do jogo estão impecáveis como sempre foram em toda a série. Sons de tiro e explosões bastante realistas, sons dos veículos bem fieis aos originais e músicas bem orquestradas ao tema de combate do jogo. Os sons dos jogadores em ação e suas falas também estão muito bons, contudo a presença de personagens femininos no combate pode ser um ponto negativo para quem gostaria de uma maior fidelidade à ambientação do jogo.

Mas nem tudo são flores. Os problemas nos servidores ainda são um calcanhar de Aquiles na jogabilidade. O tick rate de 30hz para consoles torna o gameplay muitas vezes chato quando comparado a outros jogos de tiro. Muitas vezes você está levando alguns tiros e procura cobertura em uma parede, o tick rate baixo faz com que você morra mesmo estando em cobertura pois para o servidor você ainda estava visível para seu oponente.

Tick rate é a frequência com que o servidor atualiza o estado do jogo. Quando um servidor tem um tick rate de 20, significa que ele é capaz de mandar pacotes aos clientes no máximo 20 vezes por segundo, contendo atualizações do estado do jogo, posição dos jogadores, objetos e etc.

Quanto aos bugs, nada de tão catastrófico quanto os apresentados em jogos anteriores. Lembro de jogar BF3 no PS3 e do mesmo travar o console de uma forma que só desligando o cabo da tomada resolvia o problema. O BF4 também sofreu com vários problemas de quedas de FPS e bugs diversos no lançamento. Geralmente, os jogos da série são marcados por lançamentos com diversos problemas que são consertados em atualizações. Porém, devido a similaridade de jogabilidade com o BF1 os problemas no jogo foram mínimos.

Por hoje é só, pessoal!!! No próximo artigo, iremos retratar sobre os mapas, modos de jogo, histórias singleplayer, atualizações, eventos e muito mais. Fiquem de olho ;D

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