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Plastimodelismo – Um Hobby Extremamente Nerd (Parte 01: Como Comecei no Hobby)

Plastimodelismo – Um Hobby Extremamente Nerd (Parte 01: Como Comecei no Hobby)

Saudações, meus caros nerds modelistas de plantão! Tudo bom convosco? Nos primórdios de 2007, movido por uma dentre as minhas várias ideias fixas que surgiam enquanto eu trabalhava de madrugada, resolvi pesquisar sobre um hobby muito peculiar: o plastimodelismo. Muitos anos antes, quando criança, também tivera a mesma ideia, já que adorava montar coisas via Lego e Pino Mágico; porém, dado a falta de autonomia financeira, havia deixado toda essa vontade de lado.

Na manhã seguinte, lá estava eu visitando as três principais lojas de plastimodelismo da capital paulista em busca de informações e para consultar o preço dos kits e das ferramentas necessárias para iniciar no hobby. Analisando os modelos montados nessas lojas, decidi que minha linha de trabalho seria montar kits de aviação na escala 1:72 (o que sigo até hoje!) por conta do tamanho propício para guardar grandes coleções. Os modelos maiores (escalas 1:48 e 1:32) eram mais imponentes e detalhados, porém, bem mais caros e necessitariam de um espaço bem maior para guardá-los quando prontos.

Comprei dois kits bem baratinhos: um F4U – Corsair da Academy e um F-16 da Italeri, além de uma cola plástica (horrorosa!), alicate de pressão, pincel, algumas latinhas de tinta da Humbrol do tipo esmalte sintético e algumas lixas d’água. Tudo aquilo que os vendedores disseram ser “do bom e do melhor” e que coube no meu baixo orçamento, acabei levando.

Preciso mesmo dizer o quão horrível ficaram esses dois modelos depois de “prontos”?

Mesmo não sendo tão difícil de seguir os manuais de instrução, percebi que precisaria de ajuda para montar modelos com a perfeição que os via na internet. Então, procurei cursos ou aulas particulares do hobby. Encontrei um professor particular, um plastimodelista renomado de São Bernardo do Campo, para me ensinar as manhas da montagem. Me lembro que ele me pediu para que eu levasse o que já havia montado e o material de trabalho que tinha à disposição. Me lembro até hoje, ele pegando o Corsair e o F-16 na mão, apertando os dois com os dedos, tudo mal colado e rangendo…a pintura horrível! Ele disse algo do tipo:

“Tudo bem, para uma primeira montagem. Você fez o melhor que pôde sem informação. Mas esses modelos estão totalmente comprometidos. Posso jogar fora? Te prometo que jamais montará algo assim novamente.”

Com o meu consentimento, jogou os modelos no lixo, sem arrogância alguma ou querendo me constranger. Depois pediu a cola que tinha utilizado, pediu licença, arremessou-a no lixo e disse:

“A principal culpa da montagem que fez é essa cola. Vou te dar algo muito melhor e mais “clean”, que colará direito as peças e não deixará resíduos.”

Feito isso, me deu um vidrinho de Jet, um acrílico auto polimerizante, utilizado na confecção de aparelhos odontológicos, e começamos as aulas. Só com a utilização dessa nova cola, logo de cara já percebi que minhas montagens ficariam muito melhores e mais fáceis de serem feitas. A partir da segunda aula, eu levei dois kits novos para aprender na prática: um B-26K da Italeri e um A-10 da Academy; foram necessárias cerca de 15 aulas para finalizar os dois modelos.

Nesse período, aprendi várias técnicas, como o uso de aerógrafo para pintura (adeus pincel!), camuflagem, correções e técnicas de envelhecimento, além de como pesquisar e obter informações pertinentes ao hobby, tais como: melhores marcas de kits, tintas e ferramentas, como importar kits e demais materiais, novas técnicas, grupos de discussões, sites de referência para consultar pinturas e camuflagens das aeronaves reais, além de outras informações que me permitiram caminhar sozinho após esse minicurso, realizado dentro de um período aproximado de sete meses.

De lá para cá, são cerca de 30 modelos montados. A frequência de montagem esteve alta até o ano de 2010, mas, depois disso, por conta de faculdade e trabalho, praticamente só conseguia montar um modelo durante os períodos de férias. De 2018 a 2021, o grande hiato: cursando mestrado e trabalhando como professor, todas as minhas férias nesse período foram utilizadas apenas para a escrita da dissertação; distância total das grades de plástico injetado, do aerógrafo, ferramentas e tintas!

Com isso, chegamos em 2022, ano de mudanças muito positivas em minha vida, dentre elas, o sossego e maior disponibilidade de tempo. Cenário perfeito para retomar o hobby há muito esquecido! Devido a melhores condições financeiras, pude investir na compra de duas ferramentas essenciais: um aerógrafo e um compressor extremamente tops! Ahh!! Lembra do F4U-Corsair, minha primeira montagem frustrada? Decidi retornar ao hobby exatamente com ele! Aqui está a caixa do kit (é uma versão atualizada, não a mesma que “montei” em 2007) e como está o andamento da montagem.

Por hoje é só. Como o texto está ficando grande, na próxima vez trago uma segunda parte, falando mais sobre a origem do hobby em si e algumas informações básicas sobre ele para quem quiser iniciar nele. Aguardem.

Abraços e até breve!

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Lukas Melo

É Editor e Autor do UniversoNERD.Net. Profissional da área de EaD, aficionado por RPG, hardware e cinema. Porém, não nega outras nerdices.

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