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Hackers da Democracia

Hackers da Democracia

Sempre me faço uma pergunta simples: o Brasil teria se transformado em um dos países mais corruptos do mundo se antes, não fosse um país onde impera a impunidade aos ricos e poderosos?

Pare e reflita. Não existe aí uma lógica causal? É evidente que a percepção de relativa segurança da impunidade e vistas grossas leva ao estímulo de qualquer crime.

Pois bem, isso nos leva a conclusão de que o poder judiciário não é e nunca foi imparcial ou imune aos esquemas de corrupção e ao favorecimento a determinados grupos e projetos de poder.

Não vamos negar a importância que a Lava-jato teve nos últimos anos, prendendo criminosos donos de grandes empresas e políticos de alto escalão como Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, Pezão, Palocci, Dirceu e outros sobre os quais abundam provas cabais de práticas ilícitas. Mas também não vamos negar a existência de Aécio Neves, Serra, Romero Jucá, Franco, Temer e tantos outros que permanecem impunes.

Entretanto, há muitos questionamentos, indícios e hoje, possivelmente provas também, de que a Operação Lava-jato se partidarizou e entrou no jogo político-eleitoral.  Aquele que foi construído midiaticamente como um juiz-herói, possivelmente aderiu a um grupo político e atuou para favorecê-lo, abandonando inclusive a toga e assumindo parte no governo.

Talvez os vazamentos escandalosos trazidos pelo site The Intercept Brasil, do jornalista premiado e reconhecido internacionalmente Glenn Greenwald,  sejam uma grande oportunidade de levamos a Lava-jato a um novo e ainda mais importante patamar, que seria o combate à corrupção onde ela causa o maior estrago, ou seja, o combate à corrupção da própria justiça, a corrupção no poder judiciário.

A mídia espertalhona e os bandidos que agora encontram-se no poder, estão buscando manipular a opinião pública com a ideia de que existe uma articulação para atacar a Lava-jato e beneficiar criminosos para que eles sejam soltos.

Buscam desfocar a atenção do conteúdo dos vazamentos para a forma com a qual eles foram obtidos.

Vale frisar: quando a condenação se fez de forma sólida, quando há provas inquestionáveis, não há que se temer a soltura de criminoso algum. Mas quando se condena por “atos indeterminados”, sem provas, mas por “convicção”; quando no lugar de algum documento inquestionável se mostra um “Power point” com bolinhas, quando juristas do mundo todo apontam desrespeito aos princípios jurídicos no processo, então passamos a desconfiar de corrupção da justiça.

Ao contrário, quem é de fato favorável à corrupção é favorável que se combata a corrupção em todos os âmbitos da sociedade e das instituições do Estado, na esfera pública, na esfera privada, no Executivo, no Legislativo, mas TAMBÉM NO JUDICIÁRIO.

Não podemos aceitar que funcionários públicos se sintam e ajam como se fossem castas imunes. Aceitar isso seria como aceitar e estimular hackers da democracia.

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Fábio Pires Gavião

É Autor/Colaborador do UniversoNERD.Net. Professor de História e gamer na plataforma Xbox One nas horas vagas. GT: Gavian Gamer.

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