Em uma enxurrada de reinicializações e continuações dos anos 1980 e 1990, normalmente há muito mais fracassos do que sucessos. No entanto, Cobra Kai da Netflix é o exemplo brilhante de como trazer uma propriedade intelectual com pegada clássica para uma nova geração. As duas primeiras temporadas foram um grande sucesso, e depois que a Netflix escolheu uma figura conhecida para a terceira temporada, o mundo já sabia sobre a grandeza da série. Agora, chegando à 4ª temporada, Cobra Kai finalmente atingiu sua chamada “crise do segundo ano”. As temporadas anteriores foram muito divertidas e construídas sobre as ideias dos filmes originais, enquanto a quarta temporada usa um pouco do Karate Kid III para sua história principal.
Explorando o passado de Daniel LaRusso (Ralph Macchio), esta temporada trata fortemente do retorno de Terry Silver (Thomas Ian Griffith), o bandido do terceiro filme. O personagem se junta a Kreese (Martin Kove) para derrubar a equipe de LaRusso e Johnny Lawrence (William Zabka), construindo rumo ao segundo Torneio All-Valley Karate em Cobra Kai. No entanto, o raciocínio para o seu retorno é forçado e não faz sentido. Neste cenário, Silver possui sua própria vida, fora do mundo do caratê, onde é chique e ainda tem muito dinheiro. Mas o aparecimento de Kreese fez com que Silver percorresse o caminho da memória, o que por algum motivo o leva a pensar que ele ainda tem uma dívida de vida com Kreese por salvá-lo durante a guerra do Vietnã, e Silver decide se juntar a Kreese para arruinar a vida dos adolescentes.
Cobra Kai é uma série brilhante, mas esta temporada é um pouco tropeçante!
Além do mais, parece que um ou dois episódios estão faltando na última metade da 4ª temporada, antes do final. O torneio de caratê que está em toda a temporada falando sobre sua necessidade de treinar chega do nada, depois de não muito mais do que uma rápida montagem de treinamento. Considerando o ritmo e o “malabarismo” de várias histórias em andamento, muito bem definidas ao longo desses episódios, onde o destaque da temporada deve ser o “All Valley Karate Tournament”. Mas a construção é sem brilho e parece que chegou sem alarde algum. Talvez, a 4ª temporada pudesse ter usado mais um episódio para preencher a lacuna, pois isso também poderia ajudar em algumas outras histórias que precisam ser encerradas.
Uma das estrelas da temporada é o crescimento de Anthony LaRusso (Griffin Santopietro), que se tornou um pouco agressivo. Seu personagem passa por algumas mudanças drásticas ao longo da temporada, o que é muito divertido de assistir. Além disso, o novo aluno Kenny (Dallas Dupree Young), faz sua estreia nesta temporada, lutando para encontrar seu próprio caminho na escola, o que leva Kenny a se juntar a Cobra Kai, a fim de ganhar a habilidade de se defender e não ficar a mercê de se tornar um saco de pancadas.
Fora dos adultos, a história de Kenny é facilmente a mais interessante da temporada, e Young se encaixa perfeitamente no elenco. Sua inclusão adiciona algo novo à temporada!
E por falar em valentões, os alunos de LaRusso e Lawrence mudaram para se tornar os valentões contra Cobra Kai, o que não era algo esperado para a temporada. O show começou com Lawrence treinando Miguel para superar os valentões de sua escola e, embora o nome Cobra Kai seja infame, Lawrence aproveitou a ocasião para treinar aqueles que foram escolhidos para se defenderem, mas um grande afastamento do original dojo em Karate Kid. Essa mudança na 4ª temporada fez com que os alunos coletivos de LuRusso e Lawrence importunassem os alunos Cobra Kai ao longo dos episódios, e é um pouco chocante, já que estamos direcionando esses alunos individualmente desde a 1ª temporada.
Isso tudo é uma “virada” e, embora funcione para algumas pessoas, realmente não funciona para outras, como Samantha LaRusso (Mary Mouser), por exemplo. Na 4ª temporada, ela é vingativa e constantemente vai atrás de Tory Peyton (Lista de Peyton). Embora possa parecer merecido depois das últimas temporadas de atormentação nas mãos de Tory, a dita temporada fala sobre essa personagem e sua luta para sobreviver um pouco, o que funcionou bem. Ela se torna alguém por quem você começa a torcer lentamente na vida, independentemente de Sam implicar com ela. Sem se aprofundar muito em como a 4ª temporada termina, há muitas escolhas interessantes feitas por muitos dos personagens de ambos os lados dessa guerra do caratê. Isso deixa muitas perguntas em mente para a 5ª temporada, sem que a 4ª temporada pareça “isca de observação”, onde você apenas continua assistindo para ver como o lote de histórias dos episódios terminam.
A maioria das histórias termina no final do torneio de caratê, e essas vagas escolhas de personagens são mais do que esperar na próxima temporada.
Por fim, a 4ª temporada de Cobra Kai é a pior temporada da série até agora, mas ainda é boa. É uma temporada que antecede o próximo “All Valley Karate Tournament”, mas chegar lá pareceu incrivelmente acelerado em direção aos episódios finais. É uma temporada em que os personagens ficam meio perdidos e parece um pouco forçado e não com o fluxo ou tom da série. A inclusão de Terry Silver como o “grande mal” da 4ª temporada funciona em alguns aspectos, mas sua introdução e raciocínio para se juntar a Kreese não funcionam. A estrela brilhante vem de um dos novos personagens, dando ao público algo incrivelmente novo para uma série que não tem a sensação de se tornar obsoleta tão cedo. Cobra Kai continua a ser uma das melhores séries originais da Netflix, mesmo que a 4º temporada não corresponda às expectativas.
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