O Som Da Liberdade

Hoje, decidi abordar sobre “O Som Da Liberdade“, o primeiro filme independente desde a pandemia a arrecadar mais de US$100 milhões nas bilheteiras dos EUA, não alcançou esse marco sem controvérsias. Baseado (de forma um tanto livre) nos esforços da vida real do ex-agente do Departamento de Segurança Interna, Tim Ballard, para resgatar crianças de traficantes de pessoas na América do Sul, o filme foi adotado por teóricos da conspiração QAnon e Donald Trump organizou uma exibição em um de seus campos de golfe. Para alguns de seus apoiadores (e críticos), “O Som da Liberdade” não é apenas um filme, pois é mais uma frente na guerra cultural.

Após o agente do Departamento de Segurança Interna (Homeland Security) Tim Ballard (interpretado por Jim Caviezel) resgatar um jovem garoto das garras de um traficante predatório na fronteira dos EUA, ele promete encontrar a irmã da criança e embarca em uma perigosa busca que o leva profundamente no território de guerrilha na selva colombiana.

No entanto, ao eliminar esse ruído, o que sobra é um suspense, embora convencional, sobre um homem disposto a fazer qualquer coisa para reunir uma família. Jim Caviezel interpreta Ballard com intensidade firme e o diretor Alejandro Monteverde frequentemente foca seus grandes olhos azuis, que transmitem tanto tristeza pelo “mundo bagunçado” que ele se encontra enfrentando, quanto uma determinação inflexível para concluir sua missão, a qualquer custo.

Primeiro conhecemos Ballard na Califórnia, onde ele engana um pornógrafo infantil para revelar um traficante na fronteira entre os EUA e o México e liberta um jovem chamado Miguel (Lucás Ávila). Quando Ballard descobre que a irmã de Miguel, Rocío (Cristal Aparicio), ainda está desaparecida, ele viaja para Cartagena para encontrá-la. Depois de se unir a um ex-contador de cartel que adora charutos chamado Vampiro (Bill Camp, entregando a atuação mais cativante do filme), ele planeja uma operação ousada em uma ilha colombiana e eventualmente se infiltra como médico para rastrear Rocío nas profundezas de uma região da selva controlada por rebeldes.

Possivelmente, o momento mais dramático do filme é seu epílogo, que inclui imagens granuladas em preto e branco do próprio golpe na ilha de Ballard. No entanto, seu impacto é prejudicado por uma cena manipulativa no meio dos créditos, na qual Caviezel se dirige à câmera e afirma que a melhor maneira de acabar com a escravidão infantil é comprar o máximo de ingressos possível para “O Som da Liberdade”. Claramente, essa tática de marketing incomum tem sido bem-sucedida, mas ela distrai deste drama envolvente e de sua mensagem séria.

Jim Caviezel é um flagelo para predadores de crianças neste thriller bem-intencionado que não merece ser totalmente classificado como propaganda de guerra cultural.

Por fim, “O Som da Liberdade” é um filme que aborda um tema importante, a luta contra o tráfico de crianças, e conta a história de um homem determinado a fazer a diferença. A atuação intensa de Jim Caviezel e algumas cenas impactantes contribuem para o apelo do filme. No entanto, a controvérsia em torno do filme e algumas táticas de marketing questionáveis podem afetar a maneira como o público o percebe. A mensagem séria do filme sobre a luta contra a escravidão infantil muitas vezes é obscurecida por questões políticas e marketing agressivo. No final das contas, “O Som da Liberdade” é uma obra que tenta abordar um problema real, mas a forma como é apresentada pode polarizar a opinião do público. Eu gostei bastante e indico para todos!

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