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Precisamos Falar Sobre: 1899

Precisamos Falar Sobre: 1899

Saudações, meus caros nerds de plantão! Tudo bom convosco? Não tenham dúvida de que o suspense é o gênero que mais prende a atenção dos telespectadores, gerando um público fiel, ávido a chegar no tão sonhado final onde tudo é desvendado. Em filmes – obras cinematográficas que se resumem a poucas horas de duração – temos vários casos em que isso foi feito com maestria: Os Outros, O Sexto Sentido, A Mão do Diabo, Seven – Os Setes Crimes Capitais, dentre outros, estão aí para provar essa minha tese.

Entretanto, em séries, toda a expectativa por um grande final pode ser convertida em frustração caso o desfecho seja simplório demais, complexo em demasia, chato ou até mesmo inconclusivo, dado todo o tempo inutilmente desperdiçado frente a tela. As de suspense policial até que se saem bem, tais quais The Killing e True Detective, para exemplificar. Já as de ficção científica necessitam de uma grande dose de precaução, haja vista a famosa presepada aprontada em Lost, onde a promessa de explicação de todos os mistérios serviu apenas para manter a audiência, esta, premiada com o desfecho mais superficial de todos os tempos! É por esses e outros motivos que, hoje, precisamos falar (e ficar espertos!) com 1899.

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Elaborada por Jantje Friese e Baran bo Odar, mesmos criadores de Dark, 1899 é uma série alemã que estreou na Netflix na segunda metade de novembro. Seu elenco, composto majoritariamente por atores europeus, apresenta nomes como: Andreas Pietschmann como o capitão Larsen; Emily Beecham no papel da curiosa protagonista, Maura; Aneurin Barnard como o misterioso Daniel; Clara Rosager (Tove, a moça grávida); Mathilde Ollivier (a francesa Clémence); Lucas Lynggaard (Krester, irmão de Tove); Fflyn Edwards (Elliot, o menino perdido); Isabella Wei (a gatíssima Ling); José Pimentão (padre Ramiro); Maciej Musiał como o carvoeiro Olek; dentre muitos outros.

Resumidamente, a sinopse da obra traz a história de um navio com cerca de 1500 tripulantes de várias partes do mundo, chamado Kerberos, que parte da Europa com destino a Nova Iorque. Num determinado ponto da viagem, Kerberos se depara com Prometheus, um navio idêntico, pertencente a mesma companhia, que havia desaparecido misteriosamente. O capitão Larsen e a doutora Maura decidem ir até ele e lá encontram apenas o menino Elliot; não havia mais nenhuma pessoa, viva ou morta, dentro do imenso navio. Elliot é levado ao Kerberos e é aí que a enorme sequência de problemas começa.

Vai dizer que, por meio dessa sinopse, não dá vontade de assistir à série, meus curiosos nerds?! Essa concepção de enredo, somada à característica multilíngue dos personagens, foram os fatores que me atraíram a ela! Muito legal ver o choque cultural e pessoas desesperadas tentando se comunicar em vários idiomas diferentes. E, graças a Deus, sem aparecer a legenda em inglês por cima de tudo! Haverá apenas a legenda em português e personagens falando em alemão, francês, chinês, espanhol, português luso (nesses momentos não aparece a legenda!), polonês, inglês, dinamarquês e outros dialetos.

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Todavia, o bom começo da trama e a preocupação dos diretores em respeitar a relação nacionalidade/cultura/idioma, por si só, não garantem a qualidade geral da série e muito menos explicam o que acontece no meio e fim da história. Os problemas que citei, que surgem quando Elliot sobe no Kerberos, assim como as ações e acessórios utilizados pelos personagens mais misteriosos, são tão distintos, aleatórios e desconexos com a realidade (mesmo tratando-se de uma obra de ficção) que, facilmente, você perceberá que está apenas sendo enrolado para que continue assistindo!

É tanto mistério que vocês, safos nerds, logo terão a certeza de que será impossível dar uma explicação plausível aos acontecimentos. Triângulo das Bermudas, interferência alienígena, fantasmas e espíritos rancorosos, viagem no tempo e espaço, pesadelo, loucura, manipulação cerebral… conforme passa a história, nenhuma dessas possibilidades somadas é capaz de justificar os detalhes das cenas em que você, inevitavelmente solta um “o que é isso?!”, “por que isso?!”, “o que isso tem a ver?!”, “de onde saiu isso?!”, ou, para resumir todos esses exemplos com o uso de uma palavra paulista de baixo calão:

“QUE PORRA É ESSA!?”

Elucidando de uma forma mais técnica: a mim, especialista em enredo, não faz sentido algum o uso de tantos flashbacks para vários personagens para se ter o encerramento que teve, focado em apenas um. Se a história fosse em primeira pessoa, tudo bem…seria compreensível. Mas é imperdoável boa parte da história ter contado tão bem os traumas do passado dos outros participantes para, no final, jogar tudo na conta de um só! Foi, claramente, uma forma de segurar a audiência e tentar explicar o que já não fazia mais sentido algum.

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Enfim, certamente haverá muita gente que discorde da minha opinião e tenha achado plausível a conclusão da 1ª temporada (tomara que não façam uma segunda!) e as explicações dadas até o momento. Caso seja um desses, respeito sua opinião. Se você não assistiu e não quer ficar fora do hype, fique por sua conta e risco! 1899 é uma série que, definitivamente, eu não indico.

Abraços e até breve.

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Lukas Melo

É Editor e Autor do UniversoNERD.Net. Profissional da área de EaD, aficionado por RPG, hardware e cinema. Porém, não nega outras nerdices.

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