Aquaman 2: O Reino Perdido

Aquaman 2: O Reino Perdido (Aquaman and the Lost Kingdom) é um filme que parece carregar muita bagagem, especialmente por ser o último filme do universo cinematográfico da DC que começou com “Man of Steel” de Zack Snyder, relatos conflitantes sobre qual Batman apareceria, rumores de que os problemas de relacionamento entre Amber Heard e Johnny Depp a afastariam, entre outros boatos e rumores.

Mas, na realidade, toda essa agitação não passou de alarde. Este filme do Aquaman funciona como uma sequência direta do primeiro e não se preocupa com o restante do universo cinematográfico, afinal, não há mais nada para antecipar. Naturalmente, isso significa que não há Batman neste filme. E os rumores sobre o afastamento de Amber Heard como Mera estavam errados, pois ela está presente em várias cenas e tem vários momentos heroicos importantes no terceiro ato. Mas sem spoilers para não prejudicar a experiência de vocês!

Como uma nova superprodução de ação e aventura de alto orçamento dirigida por um dos melhores cineastas da atualidade, o novo filme do Aquaman se destaca.

O que temos é mais ou menos o melhor cenário para “Aquaman 2”: é apenas um novo filme incrível de James Wan, cheio de coisas estranhas e interessantes que nem foram sugeridas no trailer que todos viram repetidamente nos últimos meses. Assim como o primeiro Aquaman teve sucesso apesar de ser lançado à sombra do desastre da Liga da Justiça, “O Reino Perdido” funciona excepcionalmente bem, apesar de ser a última respiração da franquia.

O novo filme retoma exatamente de onde o anterior parou, com o Manta Negra (Yahya Abdul-Mateen II) se unindo ao Dr. Shen (Randall Park) em busca de tecnologia atlante que ele pode usar para consertar seu traje de poder. Mas eles têm muita sorte, graças às mudanças climáticas causadas pelo homem, uma plataforma de gelo glacial que escondia algo grande está começando a se romper, e isso lhes dá uma abertura. Lá, Manta encontra um tridente antigo e um fantasma que lhe promete poder em troca de liberdade de sua prisão antiga.

O Manta aprimorado não precisa mais do traje de poder porque agora possui poderes de um antigo fantasma, sem mencionar um capacete laser muito mais poderoso e um submarino de cabeça de martelo muito legal com um feixe sonoro ultrapoderoso que pode derrubar o próprio Aquaman.

Enquanto isso, Arthur Curry/Aquaman (Jason Momoa) é agora o rei de Atlântida e também um pai. Ser rei é bastante irritante, e o retorno de Manta após alguns anos é um grande evento, pois ele quase consegue matar Mera com um raio de seu novo laser durante a primeira grande sequência de ação do filme. Esta luta tem outras consequências também, onde o Conselho de Atlântida não acredita que Aquaman esteja fazendo o suficiente para protegê-los das maquinações do mundo da superfície, pois acreditam que Manta é um problema da superfície, e estão ameaçando.

Portanto, Arthur precisa fazer algo drástico: libertar seu irmão Orm (Patrick Wilson), o vilão do último filme, de sua prisão no deserto e entrar na ofensiva. Não quero contar muito mais sobre para onde a aventura vai a partir daí, pois é aqui que começam a acontecer todas as coisas legais que não estavam no trailer.

Em termos técnicos e visuais, “Aquaman 2: O Reino Perdido” é tão incrível quanto o primeiro filme, pois você simplesmente não verá James Wan lançando um filme mal feito em nenhum aspecto, mesmo quando o mesmo em questão foi retrabalhado várias vezes durante a pós-produção, como provavelmente foi este.

É lindo, a ação é notável, e a combinação de Patrick Wilson/Jason Momoa é incrível, pois Wilson é engraçado em um grau que eu nunca teria esperado, e é maravilhoso.

Se você procura muito significado ou substância, não encontrará muito aqui. Em grande parte, estamos aqui para a diversão e o espetáculo visual, não necessariamente para a profundidade. Afinal, esta é uma sequência de um filme que mostrou que os dinossauros não estão extintos sem que nenhum dos personagens realmente o reconheça.

Há algum comentário social pontual relacionado às mudanças climáticas, mas não é sutil, pois Manta literalmente diz: “Graças a Deus pelo aquecimento global, não é mesmo?” e basicamente usa o poder das mudanças climáticas contra Atlântida. Mas, em sua maior parte, “Aquaman 2” é o tipo de filme em que, uma vez que tudo está quase resolvido, um personagem dirá a Arthur que ele não é tão ruim sendo rei afinal, mesmo que não tenha feito uma única tarefa real durante todo o filme.

Mas está tudo bem. Não estamos assistindo a este filme pela sua profundidade. Estamos assistindo porque é bobo, divertido, emocionante, super elegante e equilibra surpreendentemente bem seu elenco. Randall Park, apesar de estar completamente ausente da divulgação, é um dos principais personagens do filme e serve como seu coração de certa forma, e Mera de Amber Heard também é proeminente apesar de ser minimizada no trailer.

Por fim, dada a situação em torno da DC neste ano, acho que todos esperavam razoavelmente que “Aquaman 2: O Reino Perdido” pudesse acabar sendo o mesmo tipo de confusão que foi “The Flash”. Em vez disso, James Wan provou mais uma vez por que é um dos melhores diretores que temos, dando ao universo cinematográfico da DC um canto do cisne muito mais incrível do que poderíamos esperar, e é um melhor do que a franquia provavelmente merecia.

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