Saudações, meus caros nerds delinquentes de plantão! Tudo bom convosco? O clássico da vez costumava causar problemas aos pais de adolescentes das décadas de 80 e 90, tanto que só era exibido no “Domingo Maior”, já na madrugada de segunda-feira, justamente para que a molecada passasse bem longe dele! Aquele que conseguia tapear sua família e dava um jeito de assisti-lo, assim que pisasse na escola ou saísse na rua para brincar com os amigos, não hesitava em propor aos seus:
“Que tal se a gente formasse uma gangue?”
Esse era o poder de influência que Warriors: Selvagens da Noite, filme de ação, exercia em seus fãs. Lançado em fevereiro de 1979, The Warriors (título original) é uma adaptação ao cinema do livro homônimo escrito pelo filósofo e escritor Solomon Yurick, publicado em 1965. Distribuído pela Paramount Pictures, o longa teve a direção de Walter Hill (o mesmo diretor de Inferno Vermelho e Ruas de Fogo) e Lawrence Gordon responsável pela produção.
O elenco é formado por centenas de jovens coadjuvantes que interpretam os membros das diversas gangues que aparecem no filme. Os Warriors – gangue protagonista da história – é formada por Michael Beck (Swan), Dorsey Wright (Cleon), James Remar (Ajax), Marcelino Sanchez (Rembrandt), Terry Michos (Vermin), Thomas Waites (Fox), Brian Tyler (Snow), David Harris (Cochise) e Tom McKitterick (Cowboy). Outros atores que tiveram destaque são Roger Hill, como Cyrus; Deborah Van Valkenburgh, no papel da agitadora Mercy; e David Patrick Kelly, como Luther, o vilão com a voz mais irritante desde a invenção do cinema!
O conceito do filme é bem simples e lembra diversos jogos de videogame: Cyrus, líder dos Gramercy Riffs – maior gangue de Nova Iorque – propõe uma trégua temporária entre todas as gangues da metrópole e convida as 100 maiores para uma reunião no parque Cortland, Bronx. Cada bando deve ir com nove dos seus principais membros, sem que nenhum deles porte qualquer tipo de arma. Os Warriors, de Coney Island, seguindo todas as regras estipuladas, comparecem no local.
O parque fica tomado por centenas de marginais. Cyrus aparece, sobe em uma plataforma e, dela, começa a proferir um discurso que é bastante aclamado pela maioria dos presentes. Segundo ele, se as gangues da cidade pararem de brigar entre si e se unirem, conseguiriam dominá-la por completo a ponto de terem em mãos todos os poderes legalmente constituídos. Entretanto, Luther, líder dos Rogues, pega uma arma que havia trazido escondida e atira em Cyrus, que desaba da plataforma e cai morto.
Após o disparo, a polícia – que já estava de tocaia – invade o local com várias viaturas. Confusão e correria são estabelecidas! Aproveitando a oportunidade, Luther aponta para os Warriors e, aos gritos, começa a acusá-los pelo atentado. Sem tempo e nem oportunidade para se explicar, Cleon, líder dos Warriors, é espancado por todos que estavam perto dele. Sem poder ajudá-lo (e para não passar pelo mesmo massacre!) os oito remanescentes fogem correndo pelo parque.
Madrugada, longe de casa, perdidos na gigantesca Nova Iorque e sem nenhum tipo de arma, nossos delinquentes heróis precisam retornar a Coney Island, cientes de que suas cabeças foram postas a prêmio por Masai, novo líder dos Gramercy Riffs. Todas as ordens passadas por ele são transmitidas por uma D.J nos intervalos de um programa de rádio que toca o bom, velho e verdadeiro funk! Falo do funk americano, meu ritmado nerd! Soul music!
E é a partir daqui que a caçada começa! Para não deixar o texto gigantesco e repetitivo, resumirei essa parte do enredo da seguinte forma: sempre que tentam pegar um trem ou metrô, acabam tendo que correr, pois as gangues ficam circulando esses locais à espreita deles. Vagando pela cidade, passam por áreas dominadas por outras gangues. Em algumas oportunidades, eles as enfrentam; em outras, decidem fugir. E assim prossegue a história até que, finalmente, conseguem chegar em Coney Island.
Durante essa jornada pela noite novaiorquina, vale destacar que os Warriors perdem mais dois de seus membros. O primeiro é Ajax, preso por tentar assediar uma policial que trabalhava à paisana em um parque. O outro é Fox, atropelado por um trem ao cair nos trilhos durante uma luta com um guarda. Dentre os combates entre gangues (muito bem feitos para a época), os mais emblemáticos são contra os The Baseball Furies – marginais que vestem o uniforme dos Yankees e usam tacos de beisebol – que acontece em um parque, e contra os Punks no banheiro de uma estação. Cenas épicas, meu caro nerd!
Voltando ao final, assim que chegam em Coney Island, Luther e os Rogues aguardavam para confrontá-los. Porém, como não passava de um bundão insano, mesmo armado é dominado facilmente por Swan, que crava um canivete em sua mão e o desarma. Nesse exato momento, aparece Masai com dezenas de membros do Gramercy Riffs. Agora, ele já sabia de toda a verdade, pois um gângster que estava na reunião vira quem tinha atirado em Cyrus e o procurou para informá-lo. O filme termina com Masai elogiando os Warriors para Swan, liberando-os para, a fim de promover a catarse geral dos telespectadores, espancar e apagar os Rogues da existência desse plano. Os seis guerreiros remanescentes então vão embora, caminhando pela areia da praia, cientes de que sua barra estava em limpa e seu prestígio nas alturas!
Sendo lançado numa época em que começam a surgir as grandes produções abarrotadas de efeitos especiais, The Warriors teve um relativo sucesso de bilheteria. Com um orçamento de US$ 4 milhões, obteve um retorno aproximado de seis vezes esse valor de investimento. Conforme era esperado para um filme sobre gangues com um elenco tão vasto, o filme traz algumas curiosidades do submundo novaiorquino.
A primeira delas é que o filme realmente incomodou as gangues da cidade pelo tema que ousou abordar. Teve que acontecer toda uma mediação entre a direção do longa e líderes de grupos locais – feita por um líder de gangue contratado pela equipe de produção para trabalhar como uma espécie de “conselheiro – para que autorizassem as gravações em seus territórios e que o filme pudesse utilizar algumas referências de nomes e vestimentas de alguns bandos. Por conta disso, muitos marginais que aparecem no filme como coadjuvante são, realmente, criminosos; a segurança dos caminhões com os equipamentos de filmagem era feita por uma gangue real chamada The Mongrels; entre outros “detalhes técnicos” que continuarão obscuros por toda a eternidade. O maior deles, sem dúvida alguma, é o desaparecimento de um gângster real que faria o papel de Cyrus. Sumiu dias antes do início das gravações sem deixar vestígio algum. Tirem suas conclusões.
Um evento muito legal, organizado pelo Rolling Stone, foi realizado para comemorar os 36 anos do filme. Os mesmos atores da gangue protagonista, mais de três décadas depois, vestiram novamente as roupas dos Warriors e refizeram o mesmo trajeto ao pegar o último trem Q que vai para Coney Island. Durante as comemorações, acompanhadas por milhares de fãs, houve sessões de autógrafos, competições entre cosplays e shows de bandas de rock.
Por hoje é isso, meu cult nerd. Warriors: Selvagens da Noite, mesmo não sendo digno de um Oscar, é um filme extremamente marcante e capaz de impressionar até mesmo as gerações mais modernas, acostumadas a efeitos visuais que permitem a criação de violência gráfica com mais qualidade e realismo. Para o pessoal da minha geração é saudosismo puro e nos faz lembrar das tretas que tínhamos em nossa época. Coisa leve… nada que chegue perto do que podemos notar atualmente nos noticiários. Enfim, até o próximo e nada de sair brigando por aí.
Abraços e até breve.
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