Olá, queridos leitores. Hoje, quero falar para vocês sobre um problema que tem tomado conta de muitas pessoas: a Síndrome de Burnout. Em meio à difícil situação econômica, que é a realidade de muitos brasileiros, um número assustador de desempregados e tantas responsabilidades a serem cumpridas, muitas pessoas, na tentativa de segurar seu emprego, se desdobram, assumem responsabilidades que geram um peso a mais do que podem suportar, levando a um colapso físico e mental.
O que é a Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout (vindo da expressão em inglês burn out, ou queimar por inteiro), também chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio psíquico, classificado como de caráter depressivo, o qual gera esgotamento físico e mental intenso. Foi descoberta pelo psicanalista alemão Herbert J. Freudenberg, logo após constatá-la em si mesmo. Segundo ele, esse distúrbio está intimamente ligado à vida profissional e, consequentemente, atinge as outras áreas do indivíduo.
Essa síndrome se caracteriza pelo desejo de ser o melhor e se sobressair em todas as atividades desenvolvidas em um determinado ambiente. Além disso, o portador da síndrome mede sua capacidade de autoestima através de suas realizações e de seus respectivos sucessos.
O que, teoricamente, deveria ser prazeroso, inicia dessa forma, mas tem um fim quando o trabalho empenhado na tarefa não é reconhecido. Essa sensação chega a se tornar uma compulsão, gerando além e problemas psicológicos, um grau exagerado de fadiga e exaustão.
A pessoa com a síndrome liga o piloto automático. É como se a mente estivesse tão cansada, que simplesmente grita: “Já chega!”. O corpo já está exausto fisicamente e a mente não consegue dar mais nada de si. Normalmente, o rendimento cai, a pessoa passa a render menos horas de trabalho por dia, passando a ser tratada até com hostilidade por pessoas do mesmo grupo de trabalho, uma vez que rendendo menos, vai sobrecarregar outras pessoas que fazem parte desse ambiente. Afinal de contas, empresas são instituições que precisam de suas metas batidas e, raras exceções, se preocupam com a saúde de seus funcionários.
Como é uma patologia ligada à vida profissional, as pessoas mais atingidas são os profissionais da Área da Saúde, Segurança Pública, Área Educacional (principalmente professores), Setor Bancário, Cartorários, Profissionais de Tecnologia da Informação, Gerentes de Projetos, Pilotos, Jornalistas, Advogados, Bioquímicos e até mesmo alguns setores que contam com Voluntários.
Segundo um relatório do Medscape Physician Lifestyle Report 2015, baseado em 20 mil entrevistas, 46% dos médicos dos EUA têm Burnout. Normalmente, a ala feminina é a mais atingida. A diretora operacional da rede social Facebook, Sheryl Sandberg, junto com o Adam Grant, professor de administração da Universidade da Pensilvânia, escreveu um artigo sobre mulher e trabalho, publicado no jornal The New York Times, onde ambos afirmam que em um grupo de 1000 pessoas, 540 mulheres têm Burnout, contra 460 homens.
Isso porque, segundo ambos, as mulheres esquecem de fazer o que a aeromoça diz nas instruções de início do voo: colocar a máscara de oxigênio em si mesmo, para depois ajudar às outras pessoas.
Outra explicação para essa diferença é de que existe a expectativa de que a mulher, além de manter a vida profissional, consiga dar conta da vida doméstica, até mesmo no trabalho. E quando se negam, são mal vistas.
Os Estágios da Síndrome de Burnout
Segundo especialistas, a Síndrome de Burnout é dividida em doze estágios. Vamos conhecê-los:
- Dedicação extrema: o indivíduo tem necessidade de fazer tudo sozinho e de imediato;
- Necessidade de auto-aprovação: o indivíduo precisa afirmar ou provar para outras pessoas que ele é sempre capaz;
- Descaso com necessidades pessoais: sair, conversar com amigos, comer, dormir, tudo perde o sentido;
- Recalque com os conflitos: o indivíduo percebe algo que o incomoda, não está bem, mas não enfrenta a situação. É aqui que começam as manifestações físicas, como dor de cabeça, pressão alta, distúrbios gástricos, entre outras;
- Readequação de valores: o que antes parecia ser importante, agora começa a perder o valor, como família, amigos e lazer. A única coisa que lhe dá prazer é o trabalho;
- Negação dos problemas: aqui, existe um cinismo e uma agressividade exagerados, tratando as pessoas ao redor com desvalorização;
- Falta de sociabilidade: aversão à reuniões, festinhas, evita o diálogo direto e dá preferência aos e-mails, mensagens, entre outros;
- Mudança de comportamento, deixando de ter senso de humor;
- Falta de personalidade: o indivíduo se olha no espelho e já não reconhece seu corpo. Tem a sensação de perda de controle de suas ações;
- Sensação de vazio interior: tudo é complicado e está distante de ser alcançado;
- Depressão: a vida perde o sentido por completo;
- Colapso Fisico e Mental: último estágio, o indivíduo precisa de agida médica e psicológica, como forma de intervenção.
Em meio a esses estágios, os sintomas são os mais variados possíveis e são muito parecidos com o de um paciente que sofre de Depressão. Ao todo, já foram encontrados mais de 130 sintomas diferentes, isso porque cada paciente demonstra a síndrome de uma forma diferentes. Algumas pessoas têm fortes dores estomacais, outras fortes distúrbios gástricos, outras fortes enxaquecas, outras tem ataques de ansiedade.
Cada um reage de forma diferentes, até passar por todos os estágios. E esses sintomas vão se intensificando de pessoa para pessoa. Não existe uma regra.
O Tratamento
Como vocês puderam perceber, a Síndrome de Burnout é silenciosa. Ela começa aos pouquinhos e, gradativamente, vai tomando proporções gigantescas. Quando ela realmente aparece, já está no auge e necessita, na maioria das vezes, de intervenção profissional.
O tratamento para a Síndrome é lento e conta, não só com o uso de antidepressivos, como também com o uso de psicoterapia. Atividades físicas regulares, exercícios de relaxamento e dormir bem, são atividades que ajudam a controlar os sintomas. Além disso, é necessário manter um equilíbrio entre obrigações e descanso. Lembrem-se, tudo que é feito em exagero, faz mal.
Até a próxima!
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Bibliografia:
https://www.nytimes.com/2015/02/08/opinion/sunday/sheryl-sandberg-and-adam-grant-on-women-doing-office-housework.html
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