Saudações, meus caros nerds de plantão! Tudo bom convosco? Quem é leitor assíduo aqui do Universo Nerd e teve a oportunidade de ler alguns dos meus textos, provavelmente já observou que, vez ou outra, dou uma cutucadinha nos filmes e série de heróis. Por mais fã de quadrinhos que eu fora na minha infância e adolescência, não me agrada nem um pouco o rumo em que o cinema vem adaptando essas obras. Conto nos dedos (de uma só mão!) o que, realmente, conseguiu me agradar. E sem dúvida alguma, Watchmen encabeça essa seleta lista!
O filme de 2009, principalmente na versão “ultimate cut”, com quase quatro horas de duração, é uma obra prima que considero como o melhor filme já feito sobre heróis de quadrinhos. Sendo ambientado numa realidade alternativa do ano de 1985, traz como trama principal o plano do maquiavélico Ozymandias para por fim à iminente guerra nuclear entre Estados Unidos e União Soviética. A história termina com ele realizando um evento que matou cerca de três milhões de pessoas e culpando o todo poderoso Doutor Manhattan pelo ocorrido. Já com pouco resquício de humanidade e sempre pensando de forma lógica e sistemática, Manhattan aceita a culpa (por julgar ser a melhor forma de evitar que mais pessoas viessem a morrer numa futura guerra) e decide se isolar em outro planeta. Antes, com um estalar de dedos, mata o carismático Rorschach (que intentava contar a verdade para o mundo) sem saber que ele, pouco antes, escrevera tudo o que sabia em um diário, o qual enviou a uma pessoa por correspondência.
Pois bem, meu caro nerd. Quão grata não foi a minha surpresa ao saber que a série daria sequência ao filme, trazendo um ano de 2019 onde as consequências desse evento de 1985 são extremamente marcantes. Como sempre, devido ao fato da recência da série, prometo não spoilar. Apenas apontarei alguns pontos que fazem de Watchmen uma série imperdível!
Com apenas nove episódios com até 67 minutos de duração, teve sua estreia pelo canal HBO no dia 20 de outubro de 2019. Com enredos criados pelo genial Damon Lindelof (roteirista e produtor de Lost), Watchmen conta com nomes de peso em seu elenco, tais como Regina King, Don Johnson, Louis Gossett Jr., Jeremy Iron, Yahya abdul-Mateen II, entre outros.
Dessa vez, a história se passa em Tulsa, uma cidade do estado de Oklahoma que, além das consequências já citadas anteriormente, é marcada pelo fato verídico dos distúrbios raciais ocorridos no ano de 1921, ocasião essa em que supremacistas brancos arrasaram 35 quarteirões do distrito de Greenwood ao destruir casas e comércios de famílias negras, inclusive, utilizando aviões nos ataques. Estima-se que cerca de 300 pessoas morreram durante os confrontos.
Na realidade apresentada pela série, a comunidade negra foi indenizada pelo ocorrido, prosperando financeira e socialmente. Entretanto, isso fomentou ainda mais o ódio dos racistas e novos grupos de supremacistas brancos surgiram, entre eles, a Sétima Cavalaria, um bando de terroristas, caracterizados por utilizarem a máscara de Rorschach, que assumiram a autoria da chamada Noite Branca, um ataque coordenado onde muitos policiais, bem como seus familiares, foram assassinados enquanto dormiam.
E então, meu conspirador nerd? Consegue sentir o cheiro da tensão que a série exala? Em pleno 2019, tem-se policiais e detetives trabalhando mascarados a fim de não serem identificados, embates raciais escancarados, uso limitado e controlado de tecnologia por medo de outra catástrofe como a que, supostamente, o Doutor Manhattan realizou em 1985, cidadãos aderindo à prática criminosa do vigilantismo, ou seja, ato de pôr uma fantasia e bancar o herói pela cidade, entre outras maluquices, tal qual a esporádica chuva de lulinhas alienígenas, explicada apenas no final da temporada.
A complexidade em Watchmen é o ponto forte da série. Nenhuma verdade é absoluta. Nada é por acaso. A mentira e manipulação das informações estão presentes o tempo todo, inclusive nos comerciais espalhados nos jornais, revistas e outdoors da cidade. Até mesmo os filmes e séries que os personagens assistem em algumas cenas trazem outros pontos de vista àquilo que é realmente concreto na história. Para quem quiser se aprofundar ainda mais nessa parte, a HBO disponibilizou no site oficial da série alguns arquivos de texto que contém informações valiosíssimas sobre personagens e eventos, encontrados no formato de depoimentos, memorandos de polícia, entre outros. Você pode acessá-los por aqui.
Alguns personagens do filme voltam a aparecer na série, obviamente, 34 anos mais velhos. Foi muito bem trabalhada a mudança que o tempo e as consequências dos eventos provocaram em cada um deles. Mesmo não sendo os protagonistas, a participação desses sujeitos é fundamental para a conclusão do enredo. Talvez você, meu curioso nerd que ainda não assistiu à série, esteja louco para saber se o Doutor Manhattan dá as caras em algum episódio e se continua “foderoso” como sempre. Ei aqui o ponto mais controverso de Watchmen, meus amigos, que gerou tanto aprovação quanto reprovação por parte dos fãs.
Porém, conforme o prometido, paro por aqui! Não disse que não daria spoiler algum?! Cumpro minha promessa e aqui encerro meus comentários. Sem medo algum de errar, indico que assistam a série e atentem-se aos detalhes para perceberem o quanto de potencial uma adaptação de quadrinhos pode ter. Watchmen é sobre pessoas normais, cheias de complexidades e defeitos, que bem ao seu jeito, tentam alguma coisa para mudar a sociedade em que vivem. É justamente essa proximidade que tem conosco que me fascina.
Abraços e até breve.
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