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Precisamos Falar Sobre: Dahmer – Um Canibal Americano

Precisamos Falar Sobre: Dahmer – Um Canibal Americano

Saudações, meus caros nerds de plantão! Tudo bom convosco? É inegável que, desde o período pós-pandemia, vivenciamos o melhor momento até aqui em termos de lançamento de grandes produções, visto que ótimos filmes e séries começam a dar as caras novamente. Com tanta coisa à disposição para assistir, comecei a maratonar aquilo que pensava ser o mais singelo dentre as opções, guardando para mais tarde o que aparentava ser o mais sensacional. Com esse raciocínio, quis logo “eliminar” uma série baseada em fatos reais, afinal, nesse gênero, não há surpresas no final. Porém, para meu espanto, a obra fez muito mais do que recontar fatos já conhecidos e famosos, sendo, certamente, um dos melhores programas televisivos que assisti no ano. É por esses e outros motivos que hoje precisamos falar sobre Dahmer: Um Canibal Americano.

Lançada no final de setembro pela Netflix, a série é um drama biográfico criado por Ryan Murphy e Ian Brennan, que é contada em 10 episódios com 60 minutos aproximados de duração, cada. O protagonista (ou antagonista, caso prefira) é o serial killer Jeffrey Dahmer, interpretado por Evan Peters. Os demais papéis de destaque ficam por conta de Richard Jenkins (Lionel Dahmer, pai de Jeffrey); Molly Ringwald (Shari Dahmer, segunda esposa de Lionel e madrasta de Jeffrey); Penelope Ann Miller (Joyce Dahmer, mãe de Jeffrey); Michael Learned (Catherine Dahmer, avó de Jeffrey) e Niecy Nash (Glenda Cleveland, vizinha de Jeffrey).

A história começa com a tentativa frustrada de Jeffrey em fazer mais uma vítima, o que acabou ocasionando sua prisão. A partir de então, os episódios, que não são lineares, nos apresentam as fases da vida do personagem principal, focando, principalmente, no relacionamento com seus familiares, no desenvolvimento confuso de sua sexualidade, no amadurecimento de seu modus operandi e na interação com suas vítimas.

Até aqui, nenhuma novidade, correto? Afinal, outros true crimes também seguiram essa mesma forma e vocês não me viram elogiá-los no Universo Nerd, não é mesmo, meu criminalista nerd?! O grande diferencial de Dahmer: Um Canibal Americano, está no tratamento aprofundado que é dado ao contexto dos personagens em torno de Jeffrey, quer eles familiares ou algumas de suas vítimas. Isso causa um turbilhão na cabeça do telespectador, afetando, sobremaneira, o seu julgamento.

Explico: conhecendo a infância de Jeffrey e vê-lo bem ao centro da relação extremamente conturbada entre seus pais, você acaba ficando com dó do garoto e achará “compreensível” ele ter se tornado um assassino em série; mais para frente, algum episódio passa a focar na vida e toda a trajetória de superação de uma das vítimas de Jeffrey, fazendo você voltar a ter ódio dele; em outro momento, é contado o quanto foi duro para o protagonista se descobrir homossexual e ter que lidar com isso em pleno anos 70, principalmente na sua dificuldade em se aproximar dos homens por quem tinha interesse. Uma nova ponta de dó florescerá em sua mente; posteriormente, outros episódios mostrarão detalhes das vidas dos familiares das vítimas – desmoronados pela perda de seus entes queridos – e vizinhos de Jeffrey, que conviveram por meses com o cheiro proveniente de suas experiências com canibalismo, sabendo e tentando avisar a polícia (em vão) de que seu vizinho fazia algo maligno no apartamento. Pronto! Lá vai você passar a detestá-lo novamente!

E a série faz isso, magistralmente, o tempo todo! A pitada de complexidade nessa estratégia de enredo foi a utilização de temas polêmicos para dificultar ainda mais o seu julgamento. Racismo e homofobia, com certeza, são os temas centrais da história, já que a maioria das vítimas de Jeffrey era gay e negra, pois ele sabia que ninguém, fora a família e amigos, daria falta e importância ao desaparecimento de pessoas com esse perfil. Todavia, a contagem de corpos não teria sido tão grande se não fosse outro tema amplamente tratado na série e o mais revoltante de todos, na minha opinião: o descaso e omissão da polícia do estado de Wisconsin.

Por mais que a história seja conhecida, não vou ficar aqui explicando como isso se deu para não cometer algum spoiler significativo. Dahmer: Um Canibal Americano é tão bom que em apenas alguns dias passou a ser a segunda série mais assistida da Netflix, perdendo apenas para a “modinha” Stranger Things. E se conseguiu isso sendo uma série de drama biográfico, pode ter certeza de que não foi em vão! Certamente, configurará entre as melhores séries de 2022 nas eleições que serão realizadas pelas mídias especializadas em cinema. Portanto, fica aqui minha óbvia recomendação, caso consiga lidar com algumas cenas bem violentas e temas delicados.

Abraços e até breve.

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Lukas Melo

É Editor e Autor do UniversoNERD.Net. Profissional da área de EaD, aficionado por RPG, hardware e cinema. Porém, não nega outras nerdices.

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