Saudações, meus caros nerds de plantão! Venho cá, com urgência, falar a respeito de algo fantástico que foi lançado recentemente pela Netflix. Não me refiro ao tão “hypado” Bird Box, que após a grande publicidade que teve, já bateu os recordes de visualização da plataforma. Farei isso numa outra oportunidade. No momento, como o próprio título do artigo denuncia, comentarei sobre o magnífico Black Mirror: Bandersnatch!
Escrito pelo roteirista britânico Charlie Brooker, Black Mirror: Bandersnatch não é um episódio e nem mesmo um filme da franquia. A definição mais precisa para a obra é “evento” pois, mesmo estando ambientado na complexa realidade apresentada pela série, que está situada numa linha cronológica nada linear, não faz parte do mesmo emaranhado de enredos. Isso, porque simplesmente possui diversos finais alternativos sem que haja um considerado como o “verdadeiro”.
Calma, meus camaradas… prometo não trazer spoillers aqui. Apenas quero mostrar a vocês alguns conceitos e curiosidades que este evento carrega. Assim, quem já o assistiu, poderá compreendê-lo melhor. Quem ainda não o fez (o que você está esperando?!), ficará mais atento aos detalhes e peripécias quase imperceptíveis.
Resumidamente, este evento nos traz a história de Stefan Butler, um jovem programador de 19 anos, que no ano de 1984 tenta adaptar um famoso livro-jogo, denominado de Bandersnatch, escrito pelo autor fictício Jerome F. Davis, em um jogo de videogame. Ele apresenta essa ideia à empresa Tuckersoft, cujo gerente, Mohan Thakur, abraça, acreditando que resultaria num game revolucionário e altamente vendável. E é a partir daí que os problemas de Stefan começam.
O diferencial deste evento é a possibilidade que ele traz aos seus expectadores de poderem optar por escolhas durante a trama; escolhas essas que, por mais simples que pareçam, mudam totalmente o final da história. Às vezes, há também a chance de poder retornar a um ponto do enredo e mudar de opção. Com isso, outros finais vão surgindo, criando um ciclo de repetição devido a seu poder de controle sobre a vida do protagonista.
Conceitualmente, Black Mirror: Bandersnatch porta consigo muitos aspectos da vida e obra de Philip K. Dick (principalmente do romance Ubik) e de Lewis Carroll. Na verdade, muitos episódios de Black Mirror são modernizações das histórias de Philip Dick, cuja paranoia por conspirações governamentais envolvendo alienígenas, tecnologia e realidades alternativas, são facilmente perceptíveis no decorrer da série.
A menção a Philip K. Dick pode ser observada numa das cenas. Você que já assistiu, conseguiu perceber?
Em relação a Lewis Carrol, as referências são mais descaradas ainda. Bandersnatch é o nome de uma criatura assustadora que aparece em dois poemas do autor, ambos escritos em 1870. Além disso, dois personagens do evento, Colin Ritman e sua esposa, Kitty, são caricaturas da Lagarta Azul e do Chapeleiro Maluco de Alice no País das Maravilhas, trazendo consigo a mesma simbologia que apresentam na obra infantil.
Em Black Mirror: Bandersnatch, nada é à toa: músicas, números, fotos, coisas escritas nos mais variados lugares, diálogos… tudo tem um significado e oferece dicas valiosíssimas para a compreensão do evento.
Sem dúvida alguma, o mais incrível desses easter eggs é o nome da clínica onde Stefan é atendido por uma psicóloga. Denominado de Saint Junipers Hospital, é uma evidente alusão ao episódio San Junipero, da terceira temporada. Também ambientado na década de 1980, aborda o conceito de realidade simulada, onde pessoas passam o resto de sua “existência” vivendo momentos incríveis em um lugar perfeito para todo o sempre, porém, por indução neural enquanto seus corpos vegetam.
Será que Stefan, graças a você, meu caro controlador nerd, também estaria preso à uma realidade como essa?
Vou ficando por aqui, meus amigos, pois o risco (e a vontade) de soltar spoillers é enorme, caso eu continue. Pelos meus textos aqui no UniversoNERD.Net, fica muito claro que sou fanático por Black Mirror. Entretanto, não é por isso que teço tantos elogios à Bandersnatch. Mesmo não tendo todo o marketing que várias das porcarias que a Netflix lança possuem (especialmente as norte-americanas), esse evento foi uma das melhores coisas (se não a melhor) disponibilizada pela plataforma.
É inteligente. Prende, sobremaneira, sua atenção. Graças à sensação de poder sobre a vida alheia que ele te causa, te leva à reflexão, pois quase tudo o que você escolhe, tem consequências negativas. Sendo assim, a culpa não é de Stefan… é todo sua! Enfim, é uma obra magnífica e que vale a pena todo o seu tempo e esforço em busca de todos os finais possíveis.
Abraço a todos e até breve.
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