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Precisamos Falar Sobre: A Cidade É Nossa

Precisamos Falar Sobre: A Cidade É Nossa

Saudações, meus caros nerds de plantão! Tudo bom convosco? Séries policiais são as minhas preferidas e, dentre elas, nada foi tão perfeita quanto a extinta (infelizmente!) The Shield por mostrar policiais “humanos”, cheios de problemas pessoais, mas que mesmo assim faziam tudo ao seu alcance para cumprir seus papéis, seja de modo certo ou errado, evitando confronto ou agindo de modo extremamente violento, legalmente ou descumprindo a lei. Por esses motivos, do início ao final da sétima e última temporada, os policiais do Strike Team foram se afundando cada vez mais em corrupção, assassinatos e outros crimes, a ponto de não haver mais saída para eles. É tão espetacular a forma que o enredo se desenrola que você acaba entrando no drama dos personagens e passa a ter nojo da maldita ganância.

Ao terminar de maratonar The Wire (A Escuta) pela HBO, o aplicativo me indicou uma série bem recente, mas que eu nunca ouvira falar antes. Pela sinopse, vi que se tratava de mais uma que envolvia o tema polícia + corrupção. “Não pode ser melhor que The Shield, mas vou experimentar.” – pensei. Ao terminar de assistir todos os episódios, já sabia que seria sobre ela o assunto do meu primeiro post em 2023. É por esses e outros motivos que hoje precisamos falar de A Cidade É Nossa.

We Own This City, traduzida aqui como A Cidade É Nossa, é uma série policial/drama transmitida pela HBO. Criada por David Simon (mesmo criador de The Wire e The Deuce), tem no seu elenco boa parte dos atores que compuseram as cinco temporadas de The Wire, porém, atuando como outros personagens. Dentre os principais, se destacam: Jon Bernthal (sargento Wayne Jenkins); Wunmi Mosaku (a humanista Nicole Steele); Jamie Hector (detetive Sean Suiter); Josh Charles (o violento policial Hersl); Dagmara Dominczyk (agente do FBI Erika Jensen); McKinley Belcher III (policial G. Money); Darrell Britt-Gibson (policial Jemell Rayam); dentre outros.

O enredo, complexo por não ser linear, é baseado no livro homônimo escrito pelo ex-repórter do Baltimore Sun, Justin Felton, que denunciou boa parte da corrupção e abusos provocados pela própria polícia da cidade. A série apresenta ao telespectador todas as atrocidades cometidas pela Força-Tarefa de Rastreamento de Armas, um grupo de policiais que trabalha à paisana e que é responsável por fazer apreensões de armas e drogas. Porém, esse esquadrão é liderado pelo sargento Wayne Jenkins que, juntos de seus comandados, continua o legado de seus antecessores, que consiste em roubar parte do dinheiro aprendido com os criminosos, revender parte das drogas apreendidas, cometer abuso policial e implantar provas falsas.

Ambientada nos dias atuais, a série começa com vários detentos dando depoimentos para a polícia e agentes do FBI a fim de conseguirem acordos. Enquanto vão narrando, aparece a tela do sistema onde os policiais de Baltimore registram suas ocorrências, onde o último dado inserido é o ano. Isso funciona como transições para as cenas de flashback (muito bacana essa sacada!) para ilustrar os relatos deles, ocorridos exatamente nas datas inseridas no programa. Conforme histórias e meias-verdades vão sendo contadas, você percebe, meu safo nerd, que todos aqueles prisioneiros acusando um ao outro são ex-policiais e que se você não ficar atento à cronologia, não vai conseguir ligar “lé com cré” no final!

É impossível não se revoltar com as confissões dos ex-policiais! Pelo histórico de racismo e violência da cidade, além de toda a politicagem municipal sempre preferir agir pelo método “passar um pano”, esses criminosos de farda não tinham o menor receio de fazer o que faziam. Com isso, a população negra dos subúrbios era subjugada e abusada diariamente, não importando se eram inocentes ou bandidos. Outra linha da série mostra a promotora do Departamento de Justiça, Nicole Steele, questionando várias autoridades da cidade acerca da conduta da polícia e indo entrevistar pessoalmente cidadãos de bens que haviam sofrido abuso policial. É atuação dela é impecável e você percebe, facilmente, que a cidade é tão problemática nessa questão que todo ímpeto que ela tem nos primeiros episódios vai se transformando em frustração e conformismo nos últimos. Show de bola, apesar de triste!

Enfim… não dá para se falar muito sobre a série, pois na maior parte do tempo ela é composta de mini histórias que formam um quebra-cabeça. Acaso eu conte mais casos, spoilers serão proferidos, então, é melhor eu parar por aqui.  Se curte o gênero policial, principalmente quando mostra que nem sempre aqueles que deveriam nos proteger são “mocinhos”, não deixe de assistir. Qualquer semelhança com nossa realidade é mera coincidência, por isso, além da diversão, vale pela reflexão.

Abraços e até breve!

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Lukas Melo

É Editor e Autor do UniversoNERD.Net. Profissional da área de EaD, aficionado por RPG, hardware e cinema. Porém, não nega outras nerdices.

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