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Por Amor aos Livros: Uma Viagem pela História e Inspiração

Por Amor aos Livros: Uma Viagem pela História e Inspiração

Olá, queridos leitores. No último dia 29, celebramos o Dia Nacional do Livro — uma data que, infelizmente, tem sido cada vez mais esquecida. Aposto que muitos nem ficaram sabendo, não é mesmo?

Como uma apaixonada por livros, especialmente os físicos (podem me chamar de antiquada, não me importo rs), não poderia deixar essa data passar em branco. Por isso, estou aqui para compartilhar um pouco sobre a história e a importância dos livros. Vamos lá?

Você sabia?

Os primeiros registros escritos surgiram com os sumérios por volta de 3200 a.C., em tábuas de argila, sem o formato de livro atual. A Epopéia de Gilgamesh, de cerca de 2100 a.C., é considerada a primeira obra literária, embora não portátil. O formato mais próximo do livro moderno surgiu no Egito, com pergaminhos de papiro e couro. Cada cultura tem sua obra pioneira — como o I Ching na China.

A primeira impressão moderna foi a Bíblia de Gutenberg, iniciada em 1455. No Brasil, o primeiro livro impresso foi Marília de Dirceu, em 1810, após a chegada da imprensa.

Epopeia de Gilgamesh é um antigo poema épico escrito pelos sumérios. (Fonte:https://segredosdomundo.r7.com/epopeia-de-gilgamesh/)

Uma celebração ao conhecimento

O Dia Nacional do Livro, celebrado em 29 de outubro, homenageia o papel transformador da leitura na formação cultural, histórica e educacional da sociedade. A data marca a fundação da Biblioteca Nacional, em 1810, com a chegada da Real Biblioteca Portuguesa ao Brasil. Inicialmente restrita a estudiosos, a instituição foi aberta ao público em 1814, promovendo o acesso ao conhecimento. Em meio a outras datas educativas de outubro, como o Dia do Professor e o Dia das Crianças, o Dia do Livro destaca a leitura como ferramenta essencial para o desenvolvimento humano, especialmente na infância, estimulando imaginação, pensamento crítico e criatividade.

Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. (Fonte: https://www.agazeta.com.br/entretenimento/cultura/biblioteca-nacional-troca-comando-do-centro-de-cooperacao-e-difusao-0520)

A Maior Biblioteca do Mundo…

Quando o assunto é biblioteca monumental, nenhuma supera a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, situada em Washington, D.C. Reconhecida como a maior do mundo, ela abriga um acervo impressionante com mais de 170 milhões de itens — incluindo livros, manuscritos, gravações sonoras, mapas, fotografias e muito mais.

Fundada em 1800, essa instituição vai muito além de um espaço para leitura.

Ela funciona como um centro de pesquisa e preservação do conhecimento global. Entre seus tesouros estão raridades como uma das poucas cópias da Bíblia de Gutenberg e manuscritos originais de Abraham Lincoln.

Além do acervo, a arquitetura da biblioteca é um verdadeiro espetáculo, encantando milhares de visitantes todos os anos com sua beleza e imponência.

Biblioteca do Congresso, em Washington, nos Estados Unidos, é considerada a maior biblioteca do mundo. (Fonte: https://www.fatosdesconhecidos.com.br/onde-fica-a-maior-biblioteca-do-mundo/)

A Menor Biblioteca do Mundo…

Se já nos impressionamos com a grandiosidade da maior biblioteca do planeta, também vale destacar uma das menores. Em Nova York, a “Little Free Library” chama atenção por sua simplicidade: trata-se de uma antiga cabine telefônica transformada em uma biblioteca comunitária.

O conceito, que promove a troca gratuita de livros, ganhou popularidade e se espalhou por diversos países.

Pequenas estruturas como essa incentivam o hábito da leitura e fortalecem o senso de comunidade, mostrando que o acesso ao conhecimento pode acontecer em qualquer lugar — mesmo nos espaços mais compactos.

Little Free Library… Na verdade, são várias espalhadas pelo mundo. Esta é de Rochester, em Nova Iorque. (Fonte: https://daytrippingroc.com/little-free-libraries/)

Os Clássicos nunca morrem

Entre tantos livros incríveis e clássicos memoráveis — verdadeiras joias da literatura — selecionar apenas alguns é como tentar escolher um único diamante em meio a uma mina repleta de pedras preciosas. Difícil? Sem dúvida. Mas vou me arriscar. Vamos nessa?

1) Odisseia (Homero, século VIII, a.C.)

A Odisseia é um dos maiores épicos da literatura grega, atribuída ao poeta Homero. A obra narra a longa jornada de retorno de Ulisses (ou Odisseu) à sua terra natal, Ítaca, após a Guerra de Troia. Ao longo de dez anos, ele enfrenta inúmeros desafios, como monstros, deuses vingativos, tempestades e encantamentos.

Mais do que uma aventura, a Odisseia explora temas como coragem, astúcia, fidelidade e o desejo de reencontrar a família. A esposa de Ulisses, Penélope, e seu filho, Telêmaco, também desempenham papéis importantes, mantendo a esperança de seu retorno.

A obra é considerada um marco da literatura ocidental e influenciou profundamente a narrativa épica, servindo de inspiração para incontáveis histórias ao longo dos séculos.

A Odisseia, de Homero, é um dos maiores clássicos de todos os tempos.

2) A Divina Comédia (Dante Alighieri, 1321)

Escrita por Dante Alighieri e concluída em 1321, A Divina Comédia é uma das obras-primas da literatura universal. O poema épico é dividido em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso, e narra a jornada espiritual do próprio Dante, guiado primeiro por Virgílio e depois por Beatriz.

Ao longo da narrativa, Dante percorre os reinos da vida após a morte, encontrando figuras históricas, mitológicas e contemporâneas, enquanto reflete sobre justiça, redenção e a condição humana. A obra é rica em simbolismo e crítica social, e representa uma síntese do pensamento medieval cristão.

Além de seu valor literário, A Divina Comédia teve grande influência na língua italiana e na cultura ocidental, sendo considerada um marco da transição entre a Idade Média e o Renascimento.

A obra, escrita no século XIV, é um poema épico com base filosófica.

3) Romeu e Julieta (Shakespeare, 1595)

Escrita por William Shakespeare por volta de 1595, Romeu e Julieta é uma das tragédias mais famosas da literatura mundial. Claro que eu não poderia deixar meu escritor favorito de fora dessa lista.

A peça narra a história de dois jovens apaixonados que pertencem a famílias rivais: os Montéquio e os Capuleto, em Verona, na Itália.

Apesar da intensa rivalidade entre suas famílias, Romeu e Julieta se apaixonam à primeira vista e decidem se casar em segredo.

A trama se desenrola com uma série de mal-entendidos, conflitos e decisões impulsivas que culminam em um desfecho trágico: a morte dos dois amantes.

A obra aborda temas como o amor proibido, o destino, a juventude e os efeitos devastadores do ódio entre grupos. Romeu e Julieta continua a emocionar leitores e espectadores há mais de quatro séculos, sendo símbolo universal do amor romântico e da tragédia.

Obra maravilhosa, do maior escritor de todos os tempos, na minha concepção, que leva o leitor a viajar pelas ruas de Verona, na Itália.

4) Os Lusíadas (Camões, 1572)

Publicado em 1572, Os Lusíadas é o maior épico da literatura portuguesa, escrito por Luís de Camões. A obra celebra os feitos dos navegadores portugueses, especialmente a viagem de Vasco da Gama às Índias, símbolo da expansão marítima e do espírito aventureiro do século XVI.

Composto por dez cantos em versos decassílabos, o poema mistura história, mitologia e patriotismo. Deuses greco-romanos interferem na jornada dos heróis, enquanto Camões exalta a coragem, a fé e o legado de Portugal.

Mais do que uma narrativa de conquistas, Os Lusíadas é um tributo à identidade nacional e à glória dos descobrimentos, consolidando Camões como um dos maiores poetas da língua portuguesa.

Obra épica de Camões que conta a viagem de Vasco da Gama às Índias.

5) Crime e castigo, Dostoiévski (1866)

Publicado em 1866, Crime e Castigo é um dos romances mais importantes da literatura russa e mundial. A obra acompanha a história de Rodion Raskólnikov, um jovem estudante em São Petersburgo que, em meio à pobreza e ao desespero, comete o assassinato de uma velha agiota.

Convencido de que seu ato poderia ser justificado por um bem maior, Raskólnikov mergulha em um profundo conflito moral e psicológico.

Ao longo da narrativa, ele enfrenta a culpa, o remorso e a busca por redenção, enquanto é confrontado por personagens que representam diferentes visões sobre justiça, compaixão e espiritualidade.

A obra explora temas como ética, sofrimento humano, redenção e os limites da razão, sendo considerada um marco do romance psicológico e da filosofia existencial.

O romance abre espaço para um levantamento profundo de questões filosóficas, morais e sociais que cercam um crime.

6) O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry (1943)

Publicado em 1943, O Pequeno Príncipe é uma das obras mais traduzidas e lidas do mundo. Escrita pelo aviador e autor francês Antoine de Saint-Exupéry, a história mistura fantasia, filosofia e poesia para abordar temas profundos como amizade, amor, solidão e o sentido da vida.

A narrativa acompanha um piloto que, após uma queda no deserto, encontra um menino vindo de outro planeta — o Pequeno Príncipe. Ao longo da história, o garoto compartilha suas experiências em diferentes asteroides, onde conheceu personagens simbólicos como o rei, o vaidoso, o bêbado e o homem de negócios. Cada encontro revela críticas sutis à sociedade adulta.

A relação do Pequeno Príncipe com a rosa e com a raposa ensina lições sobre afeto, responsabilidade e o valor das coisas invisíveis aos olhos. Com linguagem simples e tocante, a obra encanta leitores de todas as idades e convida à reflexão sobre o que realmente importa na vida.

Obra espetacular que aborda o esquecimento de pequenas coisas importantes ao longo da vida….

7) República de Platão (347 a.C.)

Escrita por Platão por volta de 380 a.C., República é uma obra filosófica em forma de diálogo, protagonizada por Sócrates. Ao longo de dez livros, o texto discute temas como justiça, política, educação, ética e a natureza da alma.

O ponto central da obra é a pergunta: o que é a justiça? Para respondê-la, Platão propõe a criação de uma cidade ideal — chamada Kallipolis — onde cada cidadão exerce a função para a qual é naturalmente mais apto. Essa sociedade seria dividida em três classes: governantes (filósofos), guerreiros e produtores, refletindo as três partes da alma: razão, vontade e desejo.

Um dos trechos mais famosos da obra é o Mito da Caverna, que simboliza a jornada do conhecimento e a libertação da ignorância. Platão defende que apenas os filósofos, por buscarem a verdade além das aparências, estão aptos a governar — daí sua ideia do rei-filósofo.

Além disso, República aborda a educação como ferramenta de formação moral e intelectual, a crítica à poesia e às artes que não promovem a razão, e a imortalidade da alma.

A obra é considerada um marco do pensamento político e ético, influenciando desde o ideal de democracia até os fundamentos da justiça moderna.

República de Platão é uma das obras mais belas. Aborda o medo que as pessoas tem do desconhecido e de mudanças.

8) A Origem das Espécies (Charles Darwin, 1859)

Publicado em 1859, A Origem das Espécies é um marco na história da biologia e da ciência moderna. Nessa obra, Charles Darwin apresenta sua teoria da evolução por seleção natural, explicando como as espécies se modificam ao longo do tempo para se adaptarem ao ambiente.

Darwin observou que, na natureza, os seres vivos enfrentam uma constante luta pela sobrevivência. Aqueles com características mais favoráveis têm maior chance de sobreviver e deixar descendentes, transmitindo essas vantagens às gerações futuras. Esse processo gradual leva à formação de novas espécies.

A obra também discute temas como variação entre indivíduos, hereditariedade, extinção e a diversidade da vida. Embora tenha sido recebida com resistência por setores religiosos e conservadores, o livro transformou profundamente o pensamento científico e abriu caminho para a biologia evolutiva moderna.

Além de seu impacto científico, A Origem das Espécies influenciou debates filosóficos, sociais e culturais, tornando-se uma das publicações mais importantes da história da ciência.

Considerado um marco na história da ciência, introduzindo a teoria da evolução por seleção natural…

9) Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis, 1881)

Publicado em 1881, Memórias Póstumas de Brás Cubas é um marco da literatura brasileira e uma das obras mais inovadoras do século XIX. Escrita por Machado de Assis, a narrativa é conduzida por Brás Cubas, um defunto autor que decide contar sua vida após a morte.

Um dos maiores autores brasileiros, e meu favorito, é impossível abordar literatura sem citá-lo!

Com tom irônico e filosófico, Brás Cubas revisita suas memórias, revelando os vícios, vaidades e contradições da elite carioca do século XIX. A obra rompe com os padrões do romance tradicional, adotando uma estrutura fragmentada, capítulos curtos e reflexões existenciais.

Entre os temas centrais estão a hipocrisia social, o egoísmo, a futilidade das ambições humanas e a crítica ao cientificismo da época — representada pela ideia do “Emplasto Brás Cubas”, um remédio imaginário que não cura os vivos, mas alivia os mortos.

A obra inaugura o realismo na literatura brasileira e é considerada uma das mais importantes produções de Machado de Assis, destacando-se pela originalidade, profundidade psicológica e estilo mordaz.

O autor aborda temas relacionados à moral humana, como hipocrisia, falsidade, egoísmo, ambição…

10) Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago, 1955)

A obra começa com um homem que, de forma repentina, perde a visão enquanto espera o sinal abrir no trânsito. Sua cegueira é descrita como um “mar de leite”, diferente da escuridão comum. Logo, outras pessoas também começam a ficar cegas, dando início a uma epidemia inexplicável que se espalha rapidamente.

As autoridades, sem saber como lidar com a situação, decidem isolar os infectados em um antigo manicômio, onde o ambiente se torna cada vez mais hostil e desumano. A única pessoa que mantém a visão é a esposa de um médico, que decide acompanhar o marido e se torna guia e testemunha da degradação moral dos confinados.

Ao longo da narrativa, Saramago expõe o colapso da ordem social, revelando como o medo, o egoísmo e a violência emergem quando as estruturas civilizatórias desaparecem. A cegueira, nesse contexto, é simbólica: representa a falta de empatia, de ética e de consciência coletiva.

Com estilo único — frases longas, pontuação não convencional e diálogos embutidos no texto — o autor conduz o leitor por uma reflexão profunda sobre a condição humana. A obra é um alerta sobre o que acontece quando deixamos de enxergar o outro como igual.

Ensaio sobre a Cegueira é considerado um dos maiores romances do século XX e consolidou José Saramago como um dos grandes nomes da literatura mundial, tendo recebido o Prêmio Nobel de Literatura em 1998.

A obra narra a epidemia de cegueira branca, que espalha pela cidade desestruturando a vida das pessoas e a sociedade.

Gostaria de colocar muito mais obras aqui, como Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Lygia Fagundes Telles, mas o espaço não seria o suficiente para tantas pérolas. Por isso, vou ficando por aqui. Até a próxima!

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Paula Vargas

É Editora e Autora do UniversoNERD.Net, Professora de Língua Portuguesa e Inglesa, Pedagoga, além de amante de leitura e Literatura,

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