Saudações apimentadas, oh meus caros nerds de plantão! Tudo bom convosco? Dessa vez, venho aqui compartilhar com vocês um pouco do meu conhecimento sobre algo que gosto muito: pimentas.
Praticamente, descobri essa paixão há duas décadas, quando passei a morar sozinho e preparar minha própria comida. Na busca por novos temperos, encontrei nas pimentas a solução ideal para tornar mais saborosas as gororobas que eu cozinhava. Eufemismo à parte, isso acabou virando um vício para mim. Hoje, dificilmente consigo almoçar ou jantar sem um bom molho de pimenta por perto.
Sobre pimentas, podemos dizer que se tratam de plantas de uso culinário que possuem aromas, sabores e ardências características, cujas sensações são subjetivas e individuais por parte de cada pessoa. O que tornam seus frutos ardidos são duas substâncias químicas: a capsaicina (encontrada nos frutos das pimentas vermelhas) ou a piperina (pimenta-do-reino e sementes das pimentas hortícolas).
Quando ingerimos pimenta, são essas substâncias que, ao entrarem em contato com os receptores sensíveis que temos na língua e na boca, fazem com que esses receptores nervosos transmitam mensagens ao cérebro informando que sua boca acaba de sofrer queimaduras. Como resposta imediata, o cérebro faz de tudo para causar um refrescamento na região. Com isso, a pessoa começa a salivar e transpirar, além de ficar com o nariz úmido e escorrendo. Quanta inocência do cérebro, não?!
A vantagem é que toda essa reação química gera a fabricação de endorfina que permanece no organismo por um bom tempo. Eis ,então, a razão das pimentas serem tão prazerosas!
Mas, nem só de fazer traquinagens com seu cérebro, vivem a pimentas. Elas causam benefícios à saúde, tais como: efeito antioxidante (combate ao envelhecimento precoce), acelera o metabolismo (o que ajuda na perda de peso), controla o colesterol, diabete e normatiza a pressão arterial, possuem ação anti-inflamatória, facilita a digestão, afasta a depressão e, segundo alguns estudos, previnem o câncer.
A ardência das pimentas é medida por meio da Escala Scoville, criada em 1912 pelo farmacêutico Wilbur Scoville. Também chamada de Teste Organoléptico ou Procedimento de Diluição e Prova, que consiste em diluir a pimenta pura e acrescentar soluções de água com açúcar até que esta fique neutra, ou seja, quanto mais água com açúcar for necessário para deixar a solução (afetada pela pimenta) neutra, maior é a pontuação recebida pela escala. Evidentemente, mais ardida será a pimenta.
Sendo assim, apresento a vocês, apimentados nerds, as pimentas mais ardidas que tive a oportunidade de provar e até cultivar (graças à ajuda, boa vontade e paixão de minha mãe pela cultura hortaliça). Para fins de comparação, saibam que a pimenta malagueta, que é a mais ardidas do Brasil, atinge apenas 50.000 pontos na Escala Scoville. Continuem lendo e saberão o porquê de “apenas”.
Habanero Vermelha
A pimenta habanero também é encontrada nas cores laranja e, pasmem, chocolate! Extremamente saborosa, foi desenvolvida nos anos 1990 pelo químico Frank Garcia na Califórnia, EUA. Frutos de uma boa safra podem atingir até 580.000 pontos Scoville. Acham muito? Pois saibam que é a mais fraca dessa lista!
Bhut Jolokia
Também conhecida por ghost pepper (pimenta fantasma), a bhut jolokia reinou por alguns anos no Guinness World Records como a pimenta mais ardida do mundo ao atingir 1.041.000 pontos na Escala Scoville. Também criada em laboratório, foi desenvolvida na Índia no início dos anos 2000.
Naga Viper
Considerada a pimenta mais ardida do mundo em 2011, esta inocente frutinha pode atingir 1.300.000 pontos Scoville. De nacionalidade inglesa, foi criada pelo produtor de pimentas, Gerald Fowler, na cidade de Cumbria, a partir do cruzamento de naga morich, bhut jolokia e trinidad scorpion.
Trinidad Moruga Scorpion
Originária de Moruga, distrito de Trinidad e Tobago, reinou por alguns anos como a pimenta mais ardida do mundo quando alguns de seus frutos, que participaram dos testes, atingiram os surpreendentes 2.009.231 pontos na Escala Scoville. Na média, os frutos da trinidad scorpion atingem “só” 1.400.000. Nem precisa explicar o motivo de ter “scorpion” no nome, né? Basta observar o rabinho característico dos frutos… 🙂
Carolina Reaper
Desde 2013, reina em absoluto como a pimenta mais forte do mundo, pois nenhum novo cruzamento ou frutos premiums de pimentas já existentes, conseguiram atingir seu pico de 2.200.000 e média de 1.500.000. Americana, foi criada no PuckerButt Pepper Company, dirigido pelo criador Ed Currie, na Carolina do Sul.
E então, meus bravos nerds? Têm coragem de experimentar? Em hipótese alguma, inventem de morder e mastigar os frutos dessas pimentas in natura. Seria uma baita burrice! Vocês devem consumir o molho, feito da conserva dos frutos em vinagre, azeite, cachaça, limão ou outro líquido usado para esse fim. Receitas na internet não faltam. Também não faltam vídeos de pessoas que inventaram de provar esses frutos e passaram extremamente mal. Vou deixar um aqui só de exemplo e advertência:
Por hoje é isso, amigos. Deem chance às pimentas e acalorem um pouco seus paladares. Vocês poderão descobrir, finalmente, aquele “X” que faltava em vossas comidas!
Abraço e até breve.
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