Muito antes de “O Esquadrão Suicida” (ou The Suicide Squad), de James Gunn, chegar aos Cinemas em 2021, foi anunciado que Peacemaker, um personagem do filme interpretado por John Cena, teria sua própria série spin-off na HBO Max. Portanto, não deveria ser surpresa que o personagem tenha sobrevivido ao filme e, agora, John Cena está no centro das atenções com a 1º temporada chegando na HBO Max em 13 de Janeiro.
Ambientado não muito depois de “O Esquadrão Suicida”, Peacemaker pega o personagem titular, também conhecido como Christopher Smith, deixando o hospital apenas para descobrir que ele está sendo chamado de volta ao serviço secreto para matar ainda mais pessoas. Em vez de se juntar a um grupo de supervilões desorganizados, porém, desta vez ele é flanqueado por uma equipe de agentes que inclui um companheiro vigilante, alguém que provavelmente deveria ter ficado atrás de uma mesa, uma pessoa treinada para trabalhar no campo e, claro, alguém sem experiência neste ramo de trabalho. Antes de irmos mais a fundo, é importante notar que se você odiava a violência e atrevimento do filme “Esquadrão Suicida” de James Gunn, este não é o show que você espera. Na verdade, o escritor/diretor cujo próximo filme foi “Guardiões da Galáxia”, da Marvel, empurra a ideia ainda mais em Peacemaker.
A violência e a vulgaridade estão fora das paradas, pois há várias cenas com nudez, além de tudo ser tratado da mesma maneira que na tela grande e de forma bastante estúpida!
Em um mundo de filmes de super-heróis “ridiculamente sérios” e programas de TV com grandes apostas e muitas vezes muito pouco senso de humor, Peacemaker está aqui para explodir coisas e fazer você rir com tudo isso, começando com a sequência hilariante de créditos de abertura definida com a cara dos anos 1980 e música no estilo heavymetal que inicia cada episódio. De certa forma, a série funciona como uma comédia incrivelmente gráfica no local de trabalho. Isso é apenas o começo, pois a missão rapidamente sai dos trilhos.
Há muita ação exagerada e cenas de luta ridículas que você esperaria de uma série de TV derivada do “Esquadrão Suicida”. É tudo muito divertido e traz as sensibilidades de ação de James Gunn quase perfeitamente para a série. No entanto, são os momentos entre essas sequências, nos quais os espectadores obtêm o desenvolvimento genuíno do personagem, que mais se destacam. “O Esquadrão Suicida” tinha muitos personagens para apresentar e se saiu muito bem na maioria das vezes.
No entanto, com o tempo de exibição de um filme e uma lista tão extensa de anti-heróis, não havia espaço suficiente para mergulhar muito fundo com os esses personagens.
A série examina a história de Smith e o que o transformou na máquina de matar pacifista e imparável que ele é agora. Além disso, sua equipe obtém vários níveis de profundidade e desenvolvimento que fazem você se preocupar com eles muito mais do que se fosse um filme. Enquanto James Gunn merece muito crédito por isso, o elenco que ele montou o impressiona. De Jennifer Holland (Brightburn), a durona agente da NSA Emilia Harcourt, a Chukwudi Iwuji (John Wick: Capítulo 2), como o super sério líder da equipe Clemson Murn, e até mesmo Steve Agee reprisando seu papel no Esquadrão Suicida como subalterno de Amanda Waller e o alvo constante das piadas do Peacemaker John Economos, a química entre esses personagens se encaix amuito bem. Os destaques da equipe, porém, vão além. Danielle Brooks (Orange Is the New Black) interpreta a novata Leota Adebayo, que não entende muito bem a tendência de Peacemaker para matar, pois ela mesma, está descobrindo seu lugar na equipe.
Além disso, tê-la na equipe funciona bem, especialmente nos momentos em que o tiroteio começa, e é claro que ela não sabe o que está fazendo. Enquanto isso, Freddie Stroma (The Crew) interpreta o hilariante Vigilante, um “herói” mascarado que se considera o melhor amigo do Peacemaker, mesmo que Smith não veja dessa forma. É incrivelmente divertido vê-lo entrar na equipe, aparentemente contra todos os desejos deles. Depois, há Auggie Smith, o pai racista e homofóbico do Peacemaker. O papel é Robert Patrick (Terminator 2: Judgment Day) é perfeito como um dos vilões da série e existem tantos momentos em que o Pacificador está desesperado pela aprovação de seu pai, apenas para saber que ele nunca vai conseguir.
Peacemaker sabe que seu pai é horrível, mas ele também percebe que esse humano horrível é a única família que lhe resta, o que é difícil de abandonar.
E, claro, não podemos ignorar a estrela do show, o próprio Peacemaker. Enquanto John Cena foi sem dúvida hilário e tortuoso no “Esquadrão Suicida”, ele melhorou desta vez, pois está mais engraçado e ousado, mas também mostra alguma profundidade emocional necessária para este papel. Ver quem é o Pacificador quando ninguém mais está por perto para brigar verbalmente faz com que o personagem signifique muito mais, à medida que você começa a conhecer o homem sob a máscara.
Claro, ele também é um idiota, mas está tentando ser melhor.
Por fim, arrisco a dizer que é facilmente o melhor papel que John Cena desempenhou até agora, entre o filme e esta série de TV. Acredito que há um plano para muitas outras temporadas de Peacemaker na HBO Max e depois de apresentar essa equipe e fazer com que os espectadores se importem com ela, deve haver mais histórias para contar. Enquanto isso, a 1º temporada desta série é um dos melhores programas de TV da DC.
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