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A Receita de Sucesso de Peaky Blinders

A Receita de Sucesso de Peaky Blinders

Saudações, meus caros nerds de plantão! Tudo bom convosco? Setembro e essa primeira metade de outubro trouxeram grandes novidades aos amantes da “Sétima Arte”. Fazia tempo que não eram lançados, ao mesmo tempo, filmes e séries tão bons a ponto de te deixar perdido sobre o quê degustar primeiro.

Sem sombra de dúvidas, um desses lançamentos se refere à 5º temporada de Peaky Blinders que, juntamente com Black Mirror, considero como as melhores séries ainda em produção da atualidade. Pode ficar tranquilo, meu ansioso nerd, que prometo não spoilar, tendo em vista a recência da obra. O que trago hoje é uma reflexão sobre o porquê da história de Tommy Shelby e de sua criminosa família agradar tanto ao público.

Sem demoras, eis a resposta: porque mistura, magistralmente, ficção com importantes fatos históricos.

Saiba que, de forma alguma, considero isso um demérito, meu jovem crítico. Ao contrário de séries que “apelam” para o saudosismo da galerinha dos anos 1980, para o uso demasiado de efeitos especiais e/ou briguinhas entre heróis, esse recurso só gera bons resultados quando bem empregado. E, em Peaky Blinders, visivelmente isso é um caso.

Nas primeiras temporadas, pudemos acompanhar a ascensão dos irmãos Shelby após retornarem, ambos bem traumatizados, da Primeira Guerra Mundial. Vimos os movimentos comunistas e a formação sindical do proletariado inglês do começo do século XX. Acompanhamos o desenvolvimento da indústria automobilística e até mesmo o tráfico de bebidas alcóolicas para os Estados Unidos em plena Lei Seca, feito entre as gangues irlandesas e judias sediadas em Birmingham e Londres e os mafiosos italianos liderados por Al Capone. Tudo isso, é claro, valendo-se da técnica mencionada acima.

A bola da vez na quinta temporada é reviver, com uma forte pitada de ficção, um fato histórico e uma personalidade de grandes influências ao período em que a série está ambientada. Logo no início, percebemos a grande crise instaurada pela Queda da Bolsa de Valores de Wall Street.

Popularmente conhecida como Black Thursday (Quinta-Feira Negra), até hoje é considerada como a maior crise econômica vivenciada pelos Estados Unidos. Seus efeitos, de longa duração, foram sentidos por todos os países industrializados do Ocidente que mantinham relações comerciais com os americanos.

No ano de 1929, quando o índice Dow Jones registrou os maiores índices até então, devido à existência de um enorme excedente agrícola (gerado por superproduções dos anos anteriores) que não encontrava nenhum comprador, tanto nos Estados Unidos quanto nos demais países, bem como uma diminuição do consumo de bens materiais (tendo em vista o baixo poder aquisitivo da maioria da população), sentindo que uma crise se aproximava, os acionistas colocaram suas ações à venda. Por falta de compradores, os preços dessas ações despencaram, fazendo com que empresas, indústrias e fábricas perdessem seus recursos a ponto de ter que realizar demissões em massa.

Isso virou uma bola de neve que foi se agravando cada vez mais, atravessando fronteiras e atingindo outros países. Esse período, conhecido por A Grande Depressão, foi um dos causadores da Segunda Guerra e só terminou anos após o conflito. Percebe a magnitude da situação, meu historiador nerd? É nesse clima “agradável” que a quinta temporada se desenvolve.

A cereja do bolo fica por conta de Sir Oswald Mosley. Personalidade histórica nada agradável (o que não tira sua importância), Oswald Ernald Mosley é um dos principais nomes mundiais quando o assunto é fascismo.

Nascido em Londres no dia 16 de novembro de 1896, foi o principal líder da extrema-direita fascista da Inglaterra. Filhos de nobres, desde o final de 1918 participou como membro do parlamento britânico, chegando, no ano de 1929, ao posto de chanceler. Usou de toda a sua influência política (e isto é visto o tempo todo durante a temporada) para fundar a União Britânica de Fascistas (UBF). Mosley foi contra a participação dos ingleses na Segunda Guerra Mundial, pois compartilhava muitos dos ideais de Hitler. Outro ídolo que mantinha para si era Benito Mussolini. Por diversas vezes foi à Itália para estudar o movimento encabeçado por ele, a fim de aplicar suas ideias na Inglaterra.

Conforme prometido, não irei spoilar. Portanto, aqui paro de falar sobre Oswald Mosley. Fica apenas a dica de que você, atento nerd, preste atenção na relação entre ele e Tommy Shelby. É magnífico como diretores e roteiristas a conduziram. Se quiser conhecer um pouco mais sobre como pensava essa “adorável criatura”, assista à entrevista abaixo concedida por ela cinco anos antes de morrer. Está toda em inglês, porém, para quem tem dificuldades com o idioma, basta ativar o recurso de legenda e optar por português. Provavelmente, vários termos serão traduzidos erroneamente, mas dá para quebrar um galho.

Por hoje é isso, camarada nerd. Se ainda não assistiu à quinta temporada de Peaky Blinders, não perca tempo! Novamente, está excelente e muito bem produzida. Se é a primeira vez que se depara com a existência dessa série, não se envergonhe. Dê uma chance à ela e delicie-se com a junção de acompanhar ficção cinematográfica regrada à pausas e pesquisas sobre história no Google.

Abraços e até breve!

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Lukas Melo

É Editor e Autor do UniversoNERD.Net. Profissional da área de EaD, aficionado por RPG, hardware e cinema. Porém, não nega outras nerdices.

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