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Os Simpsons De “A” À “Z”: Temática, Neologismo, Personagens E Curiosidades (Parte 2)

Os Simpsons De “A” À “Z”: Temática, Neologismo, Personagens E Curiosidades (Parte 2)

Olá, queridos leitores! Voltei, com o segundo post, dando continuidade à série: Os Simpsons de A à Z”. Neste texto falarei mais sobre a temática da série, incluindo fatos inéditos, curiosidades e iniciarei uma abordagem sobre os primeiros dez personagens de “A” a “Z”, e não somente os principais.

Vamos lá?

Como falei no post anterior, “Os Simpsons” é uma série famosa entre o público infantil, jovem e adulto. A série usa a configuração padrão de uma sitcom, centrada em uma família de classe média e sua vida gira em torno de uma cidade norte-americana. No entanto, devido à natureza da série, passa a ter um espaço muito mais amplo do que uma sitcom padrão. A cidade de Springfield age como um universo completo, no qual os personagens têm a oportunidade de enfrentar os problemas de uma sociedade contemporânea. Por exemplo, Homer trabalha em uma usina nuclear, oportunidade para a série abordar as questões ambientais. Através de Bart e Lisa, na escola primária de Springfield, existe uma oportunidade para abordar alguns problemas relacionados à educação. Durante o decorrer de toda a série, o número de piadas envolvendo aspectos políticos é enorme e torna a série suscetível a um caminho esquerda-direita. A série retrata o governo ou as grandes instituições como entidades insensíveis, que se aproveitam do trabalhador comum.

Em Os Simpsons, o governo é corrupto, religiosos como o Reverendo Lovejoy são indiferentes aos fiéis e a política se mostra incompetente. Nas horas de crises e grandes dificuldades, a população se apega a Deus e, assim, a série abre espaço para explorar a maioria das grandes religiões.

Uma das características mais marcantes da série é a sequência de abertura. A maioria dos episódios acontecem com a câmera passando do título do programa para a cidade de Springfield. Então, a câmera segue os membros da família até em casa onde sentam no sofá para assistir televisão. A abertura foi criada por David Silverman e a música por Danny Elfman. Para Danny, foi a coisa mais popular de toda a sua carreira.

De episódio para episódio, são três as mudanças: o que Bart escreve na lousa, a música que Lisa toca em seu saxofone e as cenas de quando a família entra na sala para sentar no sofá e assistir televisão.

Outra característica marcante da série, é claro, é o humor. Baseia-se em referências culturais, que cobrem uma vasta parte da sociedade para que telespectadores de várias idades possam acompanhar e apreciar a série. Essas referências vêm de filmes, programas de televisão, literatura, ciência e desenhos animados. Existe o humor em segundo plano, que aparece em jornais, placas e em outros lugares. Às vezes, a piada é tão rápida, que só aparece se o leitor pausar a gravação. No início, uma marca registrada do seriado era as peças que Bart pregava em Moe. Após a quarta temporada, deixaram de ser regulares.

Os Simpsons provocaram uma série de neologismos na linguagem popular estadunidense. Para quem não sabe, neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova ou, ainda, na atribuição de um novo sentido à uma palavra já existente.

Em Os Simpsons, o neologismo acontece com bastante frequência!

Quer alguns exemplos?

Pois bem! Assim como temos neologismos na Língua Portuguesa, na Língua Inglesa acontece o mesmo. Palavras abreviadas ou até mesmo inventadas, frases com sentidos diferentes e por ai vai. Olhem só:

  • No episódio 14, da 10ª temporada, a manchete de jornal dita pelo apresentador Kent Brockman (personagem da série): “One Springfield man is treating his wife to na extra special Valentine´s day this year, and introbulating the resto f us”. A palavra introbulating não existe e foi criada. No contexto, assume o papel de dizer que a população (masculina, de uma forma oblíqua) de Springifield está “encrencada”;
  • Outra frase, dita por Lisa Simpson: “Does every Simpson go through a process of dumbening? Hey, that’s not how you spell “dumbening”. Wait a minute, dumbening isn’t even a word!”. Lisa, está certa! Dumbening é uma palavra que não existe e foi criada também para dar um toque único à série e enfatizar o fato de “ficar mais burro”. Neste caso, precisamos analisar o contexto. O correto seria: “a processo of getting dumber”, porque trata a respeito do processo de ficar mais burro. Porém, ao usar “getting dumb” dizemos apenas “ficar burro” e não “ficar mais burro”. Não está errado, mais o contexto muda.

Viram? Esse são apenas dois exemplos! Existe muito mais, durante toda a série.

Os Personagens de “A” à “Z”

Como prometido no início, neste post vou começar a listar, ou vou tentar listar, todos os personagens de “Os Simpsons”. Quando digo que vou tentar é porque são muitos e, a série é tão completa que, realmente, existem personagens de “A” à “Z”. Antes, porém, quero lembrar que falaremos de personagens secundários. Os principais foram abordados no início da série, no primeiro post.

Então vamos lá?

Abraham “Abe” Kennedy Simpson (capa deste post), 80 anos. Pai de Homer Jay Simpson, Herbert Powell Simpson e Abbie Winston Simpson. Mora no asilo de Springifield, junto com seus amigos. Ele tinha sua própria casa, mas vendeu para que seu filho, Homer, pudesse comprar sua própria casa e se casar. Foi abandonado pela esposa, que se tornou uma perseguida política, namorou a mãe de Marge, casou-se com uma das irmãs de Marge e se divorciou em seguida. Encontrou sucesso rapidamente como autor de uma das séries animadas: “Itchy & Scratchy” (Comichão e Coçadinha, aqui no Brasil). Na maioria das vezes conta histórias incoerentes e apresenta aspectos de uma má saúde

Agnes Skinner, também com 80 anos, velha mãe rigorosa e controladora de Seymour Skinner, mora com ele, regula sua vida, o trata como criança e adora insultá-lo, mas, no fundo, o ama de verdade. Parte de seu ressentimento com o filho, vem de antes de seu nascimento, quando ela estava competindo ainda, na modalidade de salto com vara. Ele teria chutado pela primeira vez, dentro de sua barriga, no momento em que ela estava saltando, fazendo com que ela errasse e perdesse a competição.

Al Gumble, tio de Barney, proprietário do “Braney’s Bow-a-Rama”, o clube de boliche da cidade. Veterano militar, com seus quase 90 anos, ocasionalmente, recebe ajuda de Barney na administração do clube, se é que pode-se dizer que Barney trabalha.

Alvarine Bisque, avó de Marge, Patty e Selma, teve uma única aparição, no episódio “Fear of Flying” (No Brasil, traduzido como “Medo de Voar”).

Apu Nahasapeemapetilon, imigrante indiano, 29 anos, trabalha no mercado “Kwik E’Mart”. É casado com Manjula Nahasapeemapetilon, com a qual teve 8 filhos. Mesmo vivendo na América, Apu se conserva bastante fiel à religião hindu e, por isso, é um vegetariano bem radical.

Arnie Gumble, falecido pai de Barney Gumble, membro dos “Infernais Peixes Voadores”, unidade do exército comandada pelo vovô Simpson, durante a Segunda Guerra Mundial.

Arthur Simpson, seria um suposto tio de Bart, Lisa e Maggie, porém, existe muito pouca informação sobre este personagem. É citado uma única vez por Marge e não se sabe ao certo se ele é irmão de Homer ou de Marge.

Barney Gumble (Barnard Gumble), é o cliente mais assíduo do “Bar do Moe”. Suas características marcantes são expressões perdidas, arrotos após cada embriaguez e jeito desleixado de viver. Antes de Barney se tornar um alcoólatra, tentava entrar em Harvard, até que Homer lhe deu uma cerveja para experimentar.

Bill Simpson (William Arnold Bill Simpson), é um dos irmãos de Abe, o Vovô Simpson e, aparentemente, é comunista. A única referência quanto à sua existência é uma cena escondida, em preto-e-branco, durante os créditos do episódio 16, da 17ª temporada.

Cecil Terwilliger (Cecil Underdunk Terwilliger), é o irmão mais novo de Sideshow Bob, tão cruel e sem escrúpulos quanto ele. A diferençe é que ele é mais calmo, refinado e sofisticado, mas não menos parecido com um “Hannibal Lecter”. Ele e seu irmão vivem juntos em uma luxuosa cela, na Penitenciária de Segurança Máxima de Springfield.

Da esquerda para a direita: Abraham Simpson, Agnes Skinner, Al Gumble, Alvarine Bisque, Apu Nahasapeemapetilon, Arnie Gumble, Arthur Simpson, Barney Gumble, Bill Simpson (atrás do Homer) e Cecil Terwilliger.

Você sabia que… a série Os Simpsons tem alguns episódios banidos pela FOX?

Existe um episódio, na 1ª Temporada, que nunca foi ao ar. Aborda a morte de Bart Simpson. A série retrata vida. Mas, Matt Groening achou que ficaria muito mais realista se abordasse também a morte. Por isso, escreveu esse episódio. Bart estaria em um vôo com a família, teria quebrado a janela do avião e sido sugado para fora. Nas cenas seguintes aparece seu velório e enterro, sua família chorando e, quando eles decidem visitá-lo em seu túmulo, encontram seu corpo do lado de fora do caixão. Aí, acontece mais um fato bizarro. Nessa cena, a câmera foca túmulos de convidados e suas datas de falecimento.

O por quê o autor teria tentado adivinhar essas datas, ninguém sabe. Aliás, ninguém sabe o motivo da FOX não exibir este episódio e a emissora não gosta de tocar no assunto.

O episódio “Feitiço de Lisa” foi banido por ter sido encarado com uma crítica muito dura ao Brasil. Lisa gastou US$ 400.00 de telefone ajudando um órfão brasileiro chamado Ronaldo, que vivia em um orfanato chamado “Orfanato dos Anjos Imundos”. Logo em seguida, o menino desaparece e Lisa e sua família decidem ir atrás dele. Chegando aqui, encontrariam uma série de absurdos: escola de samba ensinando tango, os funcionários do hotel jogando futebol com a mala dos hóspedes, Homer teria sido sequestrado e levado a um cativeiro na Amazônia, os sequestradores fariam menção às notas de R$ 5 e R$ 10 como sendo “gays” e por ai vai. O que as pessoas não entendem é que a série crítica o estilo de vida não só de outros países, mas o seu próprio. Este episódio chegou a ser exibido e, mais tarde, foi banido.

Um outro episódio banido foi “E. Pluribus Wiggum”, polêmico até, onde o apresentador do programa de televisão faz uma piada com o governo Perón, os desaparecimentos políticos e ainda envolve a atriz principal do filme “Evita”. O episódio foi banido, pois o governo argentino afirmou que os desaparecimentos políticos não eram piadas. O episódio foi exibido pela FOX e pela TV Globo no Brasil, mas após esse fato, foi banido.

Mais curiosidades sobre Os Simpsons …

  • A expressão “D’Oh” (“Dã”, no Brasil), ficou tão conhecida que está no dicionário de língua inglesa Oxford;
  • Aproximadamente 1 bilhão de selos dos Simpsons foram impressos pelo Serviço de Correio Postal dos EUA. Os selos começaram a ser impressos em 2009 em comemoração aos 20 anos da série. Nunca uma série de TV, ainda em produção, recebeu essa homenagem;
  • Em um episódio, Skinner revela que seu número de prisioneiro no Vietnã era 24601; o mesmo número de prisioneiro de Hank Jennings, em “Twin Peaks” e Jean Valljean’s, em “Les Miserábles”. Sideshowbob tem o mesmo número de prisioneiro, que aparece quando ele troca cartas com Selma (Caro prisioneiro #24601….);
  • Todos os personagens de Os Simpsons têm apenas 4 dedos. Somente Deus, em sua aparição em um programa televisivo, tem 5 dedos;
  • O número de telefone do Bar do Moe é 7648-4377. Ao digitar no telefone temos a palavra “SMITHERS”.
  • Contando os animais e as participações especiais, até a última temporada morreram 31 personagens.
  • O nome da cidade de Springfield é um dos nomes mais comuns nos Estados Unidos. A cidade que teria inspirado Matt Groening a fazer com que a série se passasse lá, fica em Oregon, próximo à Portland, onde ele passou sua infância. Antevendo o sucesso do programa, decidiu colocar esse nome na cidade da série, para que os telespectadores se sentissem literalmente “em casa”.

Bem… por hoje é só… até o próximo post desta série especial!

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Paula Souza

É Editora e Autora do UniversoNERD.Net, Professora de Língua Portuguesa e Inglesa, amante de leitura e Literatura, além de gamer nas horas vagas.

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