Andrea Bocelli em São Paulo: Um Show para Celebrar a Música, a Emoção e os Sentimentos

Há artistas que ultrapassam o próprio tempo, não apenas pela beleza da obra, mas pela capacidade de transformar cada apresentação em uma experiência profundamente humana. Andrea Bocelli é um desses raros casos. E, neste fim de semana, São Paulo recebeu o tenor italiano para duas noites históricas, nos dias 20 e 21 de novembro, na Mercado Livre Arena Pacaembu, com um espetáculo que reuniu orquestra, coral, convidados internacionais e uma participação especial da cantora Sandy.

A vinda de Bocelli ao Brasil sempre carrega um significado especial: é como se a música encontrasse novas formas de tocar corações. Nesta edição, além da importância cultural do evento, há também um sabor pessoal afinal, eu estive lá com a minha esposa Paula, vivendo esse momento único, cujas fotos, aviso desde já, foram publicadas somente no meu Instagram pessoal.

A seguir, convido você a mergulhar comigo em três capítulos que destacam a trajetória de Andrea Bocelli, alguns dos detalhes deste grande espetáculo em São Paulo, e a história de suas parcerias com Sandy, tudo culminando em uma reflexão leve, divertida e, claro, profundamente emocionada.

A voz que venceu o silêncio

Andrea Bocelli não é apenas um tenor: é, para muitos, um símbolo de como a arte pode transpor barreiras. Nascido em 22 de setembro de 1958 em Lajatico, na Toscana, Bocelli viveu parte da infância com glaucoma congênito e ficou completamente cego aos 12 anos, por causa de um acidente durante um jogo de futebol com colegas de infância. Mesmo assim, sua paixão pela música floresceu cedo, pois estudou piano, flauta e saxofone, e, já adulto, formou-se em Direito pela Universidade de Pisa, onde chegou a trabalhar como advogado antes de decidir se dedicar integralmente ao canto. 

Sua carreira teve um ponto de virada em 1994, quando venceu a seção “novos artistas” no Festival de Sanremo com a canção Il mare calmo della sera. A partir dali, sua voz, ao mesmo tempo lírica e popular, conquistou o mundo. Mais adiante, gravou óperas completas, mas também navegou no crossover, o que chamam de “popera”, cantando ao lado de estrelas do pop e da música internacional.

Bocelli acumula números impressionantes: mais de 90 milhões de álbuns vendidos segundo seu site oficial, onde também coleciona prêmios: Classical BRIT Awards, World Music Awards, indicações ao Grammy (e ao Grammy Latino), uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. Além disso, sua generosidade é visível: fundou a Andrea Bocelli Foundation, participou de eventos globais (como o National Prayer Breakfast nos EUA) e tem sido uma voz ativa em causas sociais.

Andrea Bocelli já dividiu o palco ou gravou com alguns dos tenores mais lendários da história: Luciano Pavarotti em “Notte ’e piscatore”, em um dueto emocionante registrado no concerto “Pavarotti & Friends”. Também se apresentou ao lado de Plácido Domingo, em obras como “Granada” e “Au fond du temple saint”. E ainda há registros de parcerias com o tenor José Carreras, ocasião em que ambos cantaram músicas de Natal. Em 2024, ele comemorou três décadas de carreira com concertos especiais na Toscana, reunindo grandes artistas e reforçando aquele vínculo íntimo e profundo com suas raízes.

São Paulo e os shows na Mercado Livre Arena Pacaembu

Andrea Bocelli retornou a São Paulo em dois concertos na Mercado Livre Arena Pacaembu. Posso dizer que foram noites grandiosas, com mais de 200 músicos no palco: orquestra, coral e convidados.

Alguns dos nomes importantes ao longo dos dois shows:

• Carlo Bernini – pianista e maestro, amigo de longa data de Bocelli, que já o acompanhou em outras turnês e concertos especiais.

• Rusanda Panfili – violonista romena, trazendo delicadeza instrumental a esse encontro.

• Mariam Battistelli – soprano italiana, cuja voz lírica se encaixa perfeitamente e emocionante.

• Pia Toscano – cantora norte-americana, convidada especial para essas apresentações no Brasil.

• Orquestra do Theatro São Pedro e o coral da EMESP Tom Jobim, para elevar ainda mais a magnitude do espetáculo.

E não para por aí: uma participação especial da cantora Sandy, querida por tantos.

Sandy & Bocelli: uma ponte emocional entre mundos

Ah, a Sandy! Muitos vão lembrar, pois ela já dividiu música com Bocelli antes. Em 2012, gravaram juntos o dueto “Corcovado” para o filme Love in Portofino. E há registros de que ela até cantou com ele uma versão de “Vivo per lei” (em espanhol, “Vivo por ella”), um dos clássicos do famoso Tenor.

Sandy, para muitos brasileiros, é parte da trilha sonora, pois começou ainda muito jovem, fez sucesso com seu irmão no duo Sandy & Junior e depois seguiu carreira solo, conquistando uma legião de fãs. Sua voz doce e versátil, combinada com a potência e o alcance de Bocelli, cria uma química única, sendo  o encontro da leveza brasileira com a grandiosidade clássica italiana.

A participação dela nesses shows em São Paulo, portanto, não foi apenas simbólica, mas trouxe um pouco de história, nostalgia e emoção. Mas sem spoilers por enquanto, pois em breve traremos um novo artigo contando detalhes da experiência. Tudo foi registrado e será escrito com grande carinho!

O amor, risadas e lágrimas (Eu e Paula estaremos no Pacaembu!)

E aqui vai a parte mais pessoal: estive lá com a minha esposa, Paula, assistindo ao concerto de ontem (sábado) com olhos e ouvidos atentos como se fôssemos crianças no Natal. Confesso: vivi a cena: eu tentando me conter para não chorar quando Bocelli lançou Con te partirò, a Paula segurando a minha mão e mandando um olhar mágico e especial. Em breve estaremos formalizando nosso casamento!

Para quem quiser conferir uma “pitada” dessa experiência: as fotos dessa noite foram publicadas só no meu Instagram particular (porque algumas emoções são íntimas demais, né?).

Refletindo sobre tudo isso, me pego rindo sozinho: é um cara que começou tocando piano e sax no interior da Itália, virou advogado, depois se tornou esse gigante da música, e agora canta sob as luzes de um clássico estádio paulistano, rodeado por centenas de músicos e com uma das maiores vozes da música brasileira dividindo o palco. É quase como um grande filme de cinema: drama, superação, poesia!

E sabe o que é mais bonito nisso tudo? Para mim, esse momento representa algo muito humano: a capacidade de sonhar alto, de cruzar fronteiras (geográficas, culturais, de estilo) e de fazer arte que toca gente de todos os cantos. Mesmo com toda sua fama mundial, Bocelli continua sendo aquele tenor que, de alguma forma, canta para o coração de cada um de nós e ontem, aqui, era mais do que um show: é uma celebração da música como ponte entre mundos. Valeu cada centavo!

Boa semana para todos e o artigo detalhado dessa experiência ficará a cargo da Paula Vargas!

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