Muitas Promessas + Muito Marketing = Poucos Games

Saudações, meus caros nerds decepcionados de plantão! Tudo bom convosco? Constantemente de olho em algumas promessas e lançamentos “iminentes” do mundo game que estou ansioso para testar e jogar, acabei chegando a uma conclusão pessimista e generalista sobre como as empresas atualmente escolhem a estratégia a ser adotada para seus produtos em desenvolvimento. Portanto, não se choque com o que lerá aqui, pois há mais achismos e opinião sincera do que dados concretos.

Prosseguindo, funciona assim, basicamente:

• uma desenvolvedora que está produzindo ou quase concluindo um game, fica de olho na repercussão dos jogos do mesmo gênero que são lançados pelas empresas rivais;
• certamente, a informação de maior interesse será a compreensão de como esse concorrente obteve retorno financeiro com o recente lançamento, sobretudo, apesar das contrariedades, defeitos e bugs que esse produto porventura tenha apresentado;

• atenta e astuta que é, essa desenvolvedora fictícia perceberá que boa parte do sucesso desse jogo rival está atrelado a sua campanha publicitária, e, não, ao desempenho do game em si;
• dessa forma, ela tem duas possíveis opções de estratégia. A primeira é investir pesado no desenvolvimento do seu jogo, fazendo com que ele tenha mais novidades, recursos e seja muito melhor do que o do rival. Só que isso demanda muito tempo e dinheiro;
• a segunda é pagar youtubers, influencers e mídia especializada para que, constantemente, divulguem o desenvolvimento do jogo com base em conteúdo exclusivo concedido por ela mesma. Isso também demanda muito dinheiro, mas, rapidamente, cria uma onda de hype muito grande;
• como previsto, a empresa acaba escolhendo o caminho mais fácil. Uma outra desenvolvedora que está produzindo ou quase concluindo um game, acompanha a repercussão desse jogo… e assim, esse ciclo se repete.

O pior disso tudo, meus confidentes nerd, é que a escolha constante pela segunda estratégia também vem causando uma demora irritante no lançamento de novos títulos das empresas que a adotam. Isso se deve a recorrentes adiamentos nas datas oficiais de estreia para tentar atender às expectativas que são criadas por tanto hype enganoso.

Antigamente, eu atribuía essa demora aos transtornos provocados pela pandemia da Covid-19, porém, percebi – principalmente depois de fases “alpha” e “beta” de testes – que a demora se deve, em grande parte, para que as equipes de desenvolvedores incorporem mecânicas e conteúdos que foram visualizados em belíssimos trailers em CGI, mas que passaram longe de ser uma realidade quando o jogo era para valer! Daí, com a chuva de crítica negativa, vem o pedido de desculpas e o famoso “estamos trabalhando para corrigir isso”, seguido pelo anúncio de adiamento.

E o que mais me deixa inconformado é que essas empresas, apesar de tudo, ainda ganham muito dinheiro mesmo sem ter o jogo disponibilizado, nem, ainda, previsão para tal. Infelizmente, a tal venda de “pré-lançamento” virou moda e milhares de pessoas costumam aderi-la devido ao fato de já estarem totalmente hypados e/ou de olho em brindes e promessas da empresa para aqueles que participam da compra nesse estágio.

Percebem, meus sagazes nerds, como o marketing, por si só, é o grande responsável pelos lucros das empresas? Até, mesmo, mais do que os próprios games que ele divulga?! Portanto, estejam atentos! Não comprem jogos antecipadamente. Deem atenção, apenas, a youtubers, sites e fontes de vossa confiança, que vocês sabem que não aceitarão receber nenhum tipo de pagamento para falar bem de algo que se desenha uma verdadeira porcaria! E, acima de tudo, valorizem as empresas que lhes respeitam, que cumprem prazos e promessas e que lançam bons jogos a preços justos. Se a maior parte de nós passar a agir assim, esse mercado, certamente, mudará!

Abraços e até breve.

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