Em tempos de pandemia, é interessante trazer este assunto ao UniversoNERD.Net, mas bem antes disso tudo, muitas pesquisas estão feitas para evoluirmos os materiais que constituem roupas de proteção para os profissionais da área da saúde, além da população como um todo.
Mas seja na atual pandemia do novo Coronavírus ou no surto mais recente de Ebola na África, é comum ver profissionais da saúde usando trajes de proteção, onde a grande maioria são roupas grandes, desconfortáveis e difíceis de vestir e retirar sem entrar em contato com o seu exterior, ficando expostos.
É claro que melhor seria um traje de tecido mais simples e comum e não constituídos de materiais poliméricos grossos e pouco maleáveis.
E nesse contexto, a novidade apresentada agora pelo Professor e Pesquisador Yifan Li e seus colegas dos Laboratórios Berkeley, nos EUA envolve uma nova tecnologia para fabricar roupas “colantes” que possam oferecer ainda mais proteção, mas também o conforto que tanto falta nos padrões atuais.
O grupo coordenado por Yifan Li criou um tecido “respirável”, que permite a transferência de vapor de água entre a pessoa e o ambiente e que é capaz de proteger o usuário de agentes químicos e biológicos.
A equipe chama o material de “segunda pele”!
O Professor Francesco Fornasiero, que colabora com a pesquisa, destaca:
Demonstramos um material inteligente que é respirável e protetor combinando com sucesso dois elementos-chave: uma camada de membrana base que compreende trilhões de poros de nanotubos de carbono alinhados e uma camada de polímero responsivo a ameaças enxertada na superfície da membrana há mais de uma década!
Constituído com nanotubos de carbono?
Os nanotubos de carbono são cilindros com diâmetros pelo menos 5.000 vezes menores que fios de cabelos humanos. Com essas dimensões, podem facilmente transportar moléculas, de água pelo interior e bloquear todas as ameaças biológicas maiores do que seus minúsculos poros, incluindo vírus e bactérias.
Ao contrário dos agentes biológicos, as ameaças químicas são menores e podem entupir os poros dos nanotubos. Para adicionar proteção contra esses riscos químicos, a equipe adicionou uma camada de cadeias de polímeros responsivos na superfície do tecido constituído com nanotubos de carbono.
Para explicar da forma mais didática como isso deverá funcionar, em uma situação normal, o polímero fica “de pé”, deixando os nanotubos de carbono livres para deixar a pele respirar. Mas, quando o material entra em contato com um agente químico ou bioquímico, suas moléculas “deitam”, tapando os nanotubos de carbono e impedindo que a ameaça atravesse tal camada.
Por fim, na próxima fase deste projeto, a equipe pretende incorporar uma proteção sob demanda e contra ameaças químicas consideradas específicas, além de tornar o material um pouco mais elástico para um melhor ajuste do corpo, “imitando” (em parte) o comportamento da pele humana.
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Bibliografia: Inovação Tecnológica e Artigo: Autonomously Responsive Membranes for Chemical Warfare Protection, Revista: Advanced Functional Materials. DOI: 10.1002/adfm.202000258.
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