Precisamos Falar Sobre: Bom Dia, Verônica (2ª Temporada)

Saudações, meus caros nerds de plantão! Tudo bom convosco? Sabemos o quanto o cinema nacional, em comparação ao americano e europeu, é “fraco” e carente de recursos, investimentos e incentivo. Por isso, quando uma série brasileira é alocada numa das operadoras de streamings mais populares do mundo e faz sucesso, é algo digno de aplauso; quando essa série é renovada, retorna com força total e tem grandes chances de ganhar uma terceira temporada, torna-se motivo de orgulho para todos nós, brasileiros, pois isso não é nada comum. É por esses e outros motivos que, hoje, precisamos falar sobre a segunda temporada de Bom Dia, Verônica.

Lançada pela Netflix no comecinho de agosto, a segunda temporada de Bom Dia, Verônica manteve a dupla Raphael Montes e Ilana Casoy como responsáveis pela sua produção e roteiro. Os atores, cujos personagens terminaram vivos ao final da primeira temporada, estão de volta. São eles: Tainá Müller, como a protagonista Verônica; Reynaldo Gianecchini, como o líder religioso Matias Carneiro; Camila Márdila, como Gisele, esposa de Matias; Klara Castanha no papel de Ângela, filha do casal; Isabelle Nassar (Olga, diretora do orfanato); Elisa Volpatto (delegada Anita); Sílvio Guindane (Nelson); Adriano Garib (legista Prata); dentre outros.

Agora dividida em seis episódios com uma hora aproximada de duração cada, ao invés de oito com 45 minutos, a segunda temporada é bem mais dinâmica que a primeira, tendo em vista que seus conflitos e suas respectivas resoluções acontecem sem maiores enrolações. Novamente, a trama é focada em temas bastante delicados, tais como estupro, abuso físico e psicológico, além de charlatanismo religioso que usa a fé e fragilidade de pessoas desesperadas com a intenção de enriquecimento ilícito e realização de outras atrocidades.

 Verônica Torres retorna, agora com o codinome de “Janete”, para continuar investigando a máfia por detrás dos acontecimentos da primeira temporada, almejando, evidentemente, pegar os cabeças da organização. Sem cometer um spoiler grave (pois isso é perceptível nos pôsteres da série e fica claro logo no primeiro episódio), a batalha dessa vez será contra o líder religioso Matias Carneiro, principal mantenedor do orfanato Cosme Damião, que conforme se observará no decorrer da temporada, tem outras intenções além de cuidar de crianças.

A meu ver, o ponto forte da segunda temporada é a relação conflituosa entre a família de Matias. A forma com que ele trata sua esposa, Gisele, e sua filha, Klara, gera, ao mesmo tempo, tensão e repulsa no telespectador; Gianecchini que, venhamos a concordar, é reconhecido mais por ser bonito do que grande ator, mandou muito bem dessa vez! Seu modus operandi com que realiza os cultos e rituais de sua seita se assemelham (e muito!) aos diversos golpes praticados por “líderes religiosos” que vemos por aí…

Além de toda investigação e cenas de ação que rolam nos episódios, outro ponto que deve ser destacado é o drama familiar vivenciado por Verônica. É bem marcante – e perceptível pela grande atuação da atriz – a vontade e urgência da personagem em desbancar de vez a organização contra a qual luta desde a primeira temporada, visto que, para a proteção de sua família, manteve-se longe de seu esposo e filhos, vendo-os tentando prosseguir suas vidas sem ela. E quanto mais isso se prolonga, dado o acobertamento e participação criminosa de gente influente de dentro do sistema (juízes, políticos e policiais), mais a protagonista percebe sua família jogando-a no limbo do esquecimento.

Enfim, caros investigadores nerds, a segunda temporada de Bom Dia, Verônica está tão boa (ou melhor) quanto a estreia e merece sua atenção. Se você assistiu a primeira, tenho certeza de que assistirá à continuação para matar sua curiosidade sobre o desenrolar dos fatos. Acaso a série seja uma novidade para ti, dê uma chance a ela! Garanto: é produto nacional, mas é de qualidade!

Abraços e até breve.

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