Saudações, meus caros nerds quarentados de plantão! Tudo bom convosco? Com tempo de sobra para ficar em casa (infelizmente, por um motivo ruim e de proporção global), resolvi trazer para vocês as minhas impressões sobre uma série lançada no segundo semestre do ano passado. Assim, contribuo proporcionando-lhes um bom texto para ocupar alguns minutos de vossa atenção e também por fazer uma indicação capaz de entretê-los pelo prazo de oito episódios, já que não darei spoilers que comprometam a diversão de quem ainda não assistiu.
Baseada na HQ de mesmo nome, The Boys é uma série americana que é dirigida por Eric Klipke (criador da série Supernatural) e exibida pela Amazon Prime Video. Bem à contramão daquilo que é apresentado pela maioria esmagadora dos roteiros das séries e filmes de super-heróis – que tanto critico por aqui –, a obra não segue a fórmula convencional de abordar um grupo de pessoas boazinhas, com super poderes, que decide defender os mais fracos e oprimidos.
No mundo em que The Boys é ambientado, uma quantidade raríssima de seres humanos passou a nascer com estranhos poderes. Em troca de fama e remuneração financeira, alguns atuam como justiceiros e protetores da população. Nos Estados Unidos, a poderosíssima corporação Vought reúne, divulga e promove o grupo de heróis mais fortes e popularmente bem ranqueados do país. Chamados de Os Sete (obviamente, por ser composto por sete membros), a equipe é uma clara alusão à Liga da Justiça. Por exemplo: Capitão Pátria, Rainha Maeve, Profundo e Trem-Bala lembram, clara e respectivamente, o Superman, Mulher-Maravilha, Aquaman e o Flash.
Todavia, meu heroico nerd, Os Sete, de longe, fazem o bem à sociedade por puro compromisso e prazer em ajudar. Todas as suas ações são estrategicamente pensadas pela Vought, que conta com inúmeros analistas de marketing, mercado e mídia social. Logo no início você perceberá que a empresa possui planos maquiavélicos para conseguir influência governamental a fim de poder usar sua equipe de super-humanos para prestar serviços militares.
Nem todos os membros dos Os Sete sabem dessas intenções. Mesmo cientes ou não, com consciência pesada ou fazendo de tudo para que os planos da corporação tenham êxito, o fato é que todos os heróis agem em prol dela, seguindo, cegamente, as instruções de Madelyn Stillwell, a maioral da Vought, principalmente porque ela, mesmo sendo uma humana comum, é a única capaz de “domar” e manipular o Capitão Pátria, o mais forte e perigoso do grupo.
Dessa forma, “hipocrisia” é a palavra-chave perfeita para definir as atitudes desses heróis frente às câmeras, nas mídias sociais e em aglomerações juntos a cidadãos comuns. Sorriem, tiram selfies, fazem discursos acalorados… Porém, em off, são extremamente egocêntricos, interesseiros e, por vezes, inconsequentes.
Tanto que a motivação dos protagonistas e que move o enredo da série é justamente a de combater Os Sete e trazer justiça às más ações que alguns deles fizeram num passado recente. É isso mesmo, meu safo nerd: os personagens principais não são os heróis, mas, sim, humanos comuns que lutam contra eles.
O The Boys (Rapazes) é composto pelo nerd Hughie Campbell, pelo mal-humorado e violento Billy Butcher, pelos engraçadíssimos Leitinho e Francês, além da enigmática Fêmea, única mulher e detentora de poderes sobre-humanos da equipe. Cada um deles tem uma motivação pessoal para se vingar da Vought (melhor explorado nos quadrinhos do que na série) e, comentar qualquer uma delas, já quebraria minha promessa de não spoilar.
Isso posto, encerro por aqui esse texto e deixo a vocês a recomendação de que assistam e prestem bastante atenção em The Boys. Dentre todos os materiais que temos disponíveis sobre super-heróis, talvez nenhum tenha se aproximado tão perto do que seria, na vida real, se existisse heróis com poderes em nossa atual sociedade. Será que estariam ajudando no combate ao Coronavírus? Será que impediriam guerras e massacres ao redor do mundo? Ou simplesmente estariam atrás de curtidas nas mídias sociais, a fim de obter popularidade e uma melhor remuneração por seus serviços? Teriam algum tipo de ética ou isso seria irrelevante ante à fama? Enfim, fica bem claro, pela série, que a tendência do ser humano, tenha ele habilidades especiais ou não, é de se corromper frente ao poder.
Abraços e até breve!
_____________________________________________________________________________
Se você gostou, não deixe de participar através de sugestões, críticas e/ou dúvidas. Aproveitem para assinar o Blog, curtir a Página no Facebook, interagir no Grupo do Facebook, além de acompanhar publicações e ficar por dentro do Projeto Universo NERD, de sorteios, concursos e demais promoções.
Postar um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.