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Tempo de Despertar: uma doença devastadora

Tempo de Despertar: uma doença devastadora

Olá, queridos leitores. Em meio à uma quarentena, causada por uma pandemia, vivemos momentos de preocupação, não só conosco mas com nossos familiares. Porém, esta não é a primeira situação caótica que o mundo presencia. Ao longo dos tempos, a humanidade sobreviveu à algumas doenças devastadoras. Hoje, quero falar para vocês sobre uma que ficou conhecida como “Doença do Sono”. Vamos conhecer?

Na década de 1920, uma misteriosa pandemia levou à morte aproximadamente um milhão de pessoas e deixou, aproximadamente, 4 milhões de pessoas em estado catatônico, aparentemente, durante décadas, incapazes de qualquer ação de forma independente: falar, comer e assim por diante.

As pessoas tinham o aspecto de uma estátua viva. Alguns pacientes permaneceram assim, até aproximadamente o ano de 1960, quando um experimento médico “os despertou”. Por esse motivo, esse experimento ficou conhecido como “Tempo de Despertar” e trouxe uma verdadeira revolução aos estudos neurológicos.

Origem

Logo após a Primeira Guerra Mundial, estamos falando do ano de 1917, até aproximadamente 1921, essa misteriosa doença se espalhou pelo mundo. Ninguém sabe ao certo qual foi sua origem, mas o que se sabia era que se tratava de uma doença neurológica: atacava o cérebro, deixando as pessoas sem fala e qualquer movimento voluntário.

Alguns relatos diziam que uma noiva simplesmente “adormeceu” no altar. Fatos como esse aconteceram ao redor do mundo. Porém, o conjunto de sintomas dessa doença já eram conhecidos desde a antiguidade e já havia sido batizado por Hipócrates, na antiga Grécia, como lethargus.

Do grego, lethargos, significa uma condição intensa e demorada de inconsciência que se assemelha ao sono profundo. A pessoa pode até despertar, mas logo em seguida cai na mesma condição.

Outros sintomas que fazem parte desse conjunto são: febre, tremores, fraqueza física, os quais afetavam indivíduos com mais de 25 anos, principalmente em dias de baixíssima temperatura, podendo levar o indivíduo à pneumonia e, consequentemente, à morte.

Aqueles que conseguiram sobreviver à doença eram como pessoas “congeladas” dentro de corpos quase sem vida por muitos anos.

Um neurologista britânico, Oliver Sacks, em 1966, presenciou dezenas de pacientes com encefalite letárgica, em sua chegada ao hospital Beth Abraham, no Bronx, em Nova York. Ele afirmou que nunca tinha visto tantos pacientes naquelas condições: imóveis, como se fosse uma carcaça, sem ninguém vivo do lado de dentro.

Sacks começou a tratar esses pacientes e observá-los: percebeu que havia sinais de consciência neles, principalmente quando um dos enfermeiros tocava piano para entreter os residentes. Alguns deles se levantavam e dançavam, ou seja, alguma coisa despertava o sistema motor, motivando-os à ação.

Sacks ficou conhecido como o britânico excêntrico, que prescrevia os mais diversos tipos de atestados. Graças à sua fama, Tomaino, musicoterapeuta, havia acabado de iniciar sua carreira em uma área de estudo considerada nova e ficou muito intrigado com um bilhete enviado por Sacks a ele:

Toda doença é um problema musical, toda cura, uma solução musical’.

Os dois acabaram iniciando uma parceria pioneira nos estudos de musicoterapia e seus efeitos neurológicos. Paciente que até então estavam catatônicos, ao ouvirem música, mostravam-se presentes mentalmente, conseguindo até mesmo tocar alguns instrumentos de percussão.

Outros testes foram feitos com levodopa, sendo que em alguns casos, o efeito foi imediato e dramático ao mesmo tempo. Vocês podem até perguntar o porquê e digo a vocês que a resposta é muito simples: algumas pessoas que caíram em sono profundo muito jovens, acabaram acordando após muitos anos, já envelhecidos, em um mundo um pouco diferente do que conhecia. A adaptação era um desafio para o paciente e para a equipe médica.

A grande pergunta que a equipe médica e os estudiosos faziam era: quem era aquele indivíduo quando acordava? Alguns acordavam e se tornavam pessoas angustiadas; outros tinham medo, pois já não reconheciam mais o mundo em que estavam.

Vocês conseguem imaginar, acordar após 15 ou 20 anos, com tudo diferente?

Além disso, com o passar do tempo, a levedopa perdeu o efeito e os pacientes apresentaram uma piora considerável. E apesar de todas as descobertas que Tomaino e Sacks haviam feito, os cientistas ainda se mostravam bem céticos quanto a qualquer sinal de melhora nesses pacientes.

Oliver Sacks faleceu em 2015, tendo publicado livros que, inclusive, deram origem à produções cinematográficas, fazendo referência ao assunto.

Connie Tomaino se tornou uma referência internacional em musicoterapia.

Até a próxima!

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Paula Souza

É Editora e Autora do UniversoNERD.Net, Professora de Língua Portuguesa e Inglesa, amante de leitura e Literatura, além de gamer nas horas vagas.

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