Sin Querer Quierendo: “Sigam-me os Bons!”

Olá, queridos leitores. Hoje estou aqui para falar sobre uma série que assisti recentemente e, confesso a vocês, foi bem nostálgico. Lembrar desde quando comecei a assistir e conhecer os bastidores desses personagens, além de suas vidas reais, foi bem interessante. Estou falando da série “Chespirito: Sin Querer Queriendo”. Vamos lá?

Ou como diria o Chapolin Colorado: “Sigam-me os bons!”

Chespirito: Sem Querer Querendo (Chespirito: Sin Querer Queriendo, em castelhano) é uma série biográfica e um drama, de origem mexicana, criada pelo próprio Roberto Gómez Fernández (filho de Roberto, dirigida por Leche Ruíz, Rodrigo Santos e Júlian de Tavira, estreada no dia 5 de junho de 2025, pelo serviço de streaming Max.

A série conta a história de Roberto Gómez Bolaños, desde uma infância humilde até o topo do sucesso como escritor, ator, diretor e produtor. Além disso, a produção conta sobre os bastidores de duas de suas obras mais importantes, El Chavo del Ocho (Chaves) e El Chapulín Colorado (Chapolin Colorado), e sobre aspectos de sua vida pessoal e de alguns personagens que faziam parte do elenco dessas produções icônicas.

È interessante como não conseguimos imaginar que as pessoas que estão trabalhando em algo que gostamos, como uma série, filma ou novela, tem vida própria: ciclo social, família, afazeres particulares. Quando estamos assistindo a qualquer um desses trabalhos, não visualizamos a pessoa, mas sim a personagem e esquecemos que são pessoas como nós, com seus medos, desejos e planos futuros. 

Linha do Tempo: Seus Trabalhos e Produções

1952–1969: Bolaños inicia como redator publicitário e roteirista da dupla Viruta e Capulina. Ao substituir um ator ausente, começa sua carreira como intérprete. Seu estilo lhe rende o apelido “Chespirito”, diminutivo de Shakespeare em castelhano.

1970–1995: Cria personagens memoráveis como Chapolin e Chaves, que se tornam fenômenos independentes. Com a fusão das emissoras e o surgimento da Televisa, seus programas ganham projeção internacional. Em 1995, encerra o Programa Chespirito após discordar das mudanças na grade da emissora.

1996–2014: Após perdas familiares, continua ativo com peças teatrais, livros e supervisão da série animada do Chaves. Publica sua autobiografia Sin Querer Queriendo: Memorias em 2006. Enfrenta problemas de saúde nos últimos anos e falece em 28 de novembro de 2014, aos 85 anos.

Elenco

O sucesso dos programas deve-se não só à mente brilhante de Chespirito, mas também a participação de todo o elenco. Vamos conhecer um pouquinho sobre eles:

Roberto Gómez Bolaños: nascido em 21 de fevereiro de 1929 na Cidade do México, foi filho de Elsa Bolaños Cacho e Francisco Gómez Linhares. Teve dois irmãos e enfrentou dificuldades na infância, como o alcoolismo do pai e sua morte precoce.

Na juventude, tentou seguir carreira no futebol e no boxe, chegando a vencer um campeonato amador, mas acabou não prosseguindo nessas áreas. Serviu ao exército por um ano e estudou engenharia mecânica, embora não tenha concluído o curso nem atuado na profissão.

Nos anos 1950, iniciou sua trajetória como escritor criativo, o que o levou à fama como criador de personagens icônicos da televisão.

Casou-se com Graciela Fernández Pierre, com quem teve seis filhos. Após o divórcio em 1977, casou-se em 2004 com Florinda Meza, sua parceira de elenco.

Carlos Villagrán: Nascido em 12 de janeiro de 1944, na Cidade do México. Cresceu em uma família humilde e começou a trabalhar cedo como fotógrafo esportivo no jornal Heraldo. Chegou a cobrir eventos importantes como as Olimpíadas de 1968 e a Copa do Mundo de 1970.

A partir dai, começou no teatro e fez contatos com alguns produtores de TV. Foi então que Rubén Aguirre o apresentou a Bolaños e, em 1972, ele começou a protagonizar a personagem Quico. Porém, em 1979, deixou o programa devido a conflitos com Bolaños e Florinda Meza.

Tentou reivindicar sua personagem judicialmente, alegando ser sua criação. Essa luta dura até hoje. Registrou o personagem como Kiko, para poder utilizar em seus shows, mas não alcançou o sucesso como no programa Chaves.

Apesar de ter deixado de apresentar a personagem Quico em 2009, ainda continua se apresentando.

Ramón Valdés: Ator e comediante mexicano, nascido em 1924, na Cidade do México. Famoso por interpretar Don Ramón (Seu Madruga), no seriado El Chavo Del Ocho (Chaves). Atuou também em Chapolin Colorado, como Alma Negra e Chespirito como Super Sam. Faleceu em 1988, devido a um câncer.

Florinda Meza: nascida em 1949 em Juchipila, México, mcresceu em condições precárias após a separação dos pais, enfrentou episódios traumáticos, como agressão da mãe, que sofria de esquizofrenia resultando em lesões, tendo que passar por várias cirurgias.

Descobriu sua vocação para artes cênicas na adolescência e, após a morte da avó e o sumiço do pai, criou seus irmãos sozinha, como mãe deles.

È uma renomada atriz, cantora, roteirista, diretora e produtora. Ficou famosa por interpretar personagens icônicas nos programas de Chespirito, como Dona Florinda, Pópis e Chimoltrúfia, além de papéis em Chapolin Colorado.

Rubén Aguirre: Nasceu em Saltillo, Coahuila, México, foi um ator, comediante e engenheiro agrônomo mexicano, mundialmente conhecido por interpretar o Professor Girafales no seriado Chaves, criado por Roberto Gómez Bolaños (Chespirito). Também atuou como Lucas Pirado e Sargento Refúgio em outros programas de Chespirito.

Trabalhou em diversas funções: locutor, ventríloquo, toureiro, diretor de TV. Abandonou um cargo executivo para seguir como ator ao lado de Chespirito. Participou de programas como El Chapulín Colorado, El Chavo del Ocho e Los Super Genios. Atuou em filmes como El Chanfle, Charrito e Don Ratón y Ratero. Produziu o programa Aquí está la Chilindrina em 1994. Continuou no Programa Chespirito até 1995.

Proprietário do Circo del Profesor Girafales desde 1976, passou a se apresentar menos após um grave acidente em 2007. Fez sua turnê de despedida em 2012. Defendeu Chespirito em disputas judiciais contra Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha).

Enfrentou problemas de saúde, como anemia e depressão e faleceu em 2016, dois dias após completar 82 anos.

Èdgar Vivar: Nasceu em 28 de dezembro de 1948 e é o filho mais velho de três irmãos. Começou sua carreira artística no teatro em 1964 e era formado médico. Trabalhou dois anos em hospitais, conciliando medicina e atuação. Enfrentou problemas de obesidade e bullying desde a infância, o que o levou a buscar refúgio na leitura.

È um renomado ator, comediante, dublador, produtor e médico mexicano, mundialmente conhecido por interpretar Senhor Barriga e Nhonho no seriado Chaves, além de Botijão em Los Caquitos. Foi um dos poucos atores que permaneceu até o fim de todos os programas de Roberto Gómez Bolaños, ao lado de Rubén Aguirre e Florinda Meza.

Angelines Fernández: Maria de los Àngeles Fernández Abad, nascida em 30 de julho de 1924, em Madrid, Espanha, era naturalizada mexicana. Lutou contra a ditadura de Francisco Franco, na Guerrilha Republicana, durante a Guerra Civil Espanhola. Perseguida pelo regime franquisdta, exilou-se em 947, em Cuba, antes de se estabelecer no Mexico.

Iniciou sua carreira no teatro em Madrid e dpois no México. Atuou em rádio, TV, ciema, tornando-se uma das atrizes mais belas e talentosas da Era de Ouro do Cinema Mexicano. Trabalhou com grandes nomes como Cantinflas, Arturo de Córdova, Pedro Infante entre outros. Ficou famosa por interpretar a Dona Clotilde (A Bruxa do 71), no seriado Chaves. Faleceu em 1994, aos 69 anos, devido a um câncer agressivo no pulmão.

Raúl Padilla: Nasceu em Monterrey e ficou popularmente conhecido por “El Chato”. Tornou-se famoso mundialmente pelo personagem “Jaiminho, O Carteiro”, no seriado Chaves e o Delegado Morales em Chespirito.  Essa foi a parte fundamental de sua história na televisão, onde trabalhou por mais de quinze anos. Faleceu em fevereiro de 1994, devido a problemas de saúde relacionados ao diabetes.

Horácio Gómez Bolaños: irmão do ator e comediante Roberto Gómez Bolaños, sua principal funçõ na equipe era ser supervisor de mercado da série Chaves, no início dos anos 1970. De tanto seu irmão insistir, participou em papéis secundários nas séries Chaves (Godinez), Chespirito e outras. Mesmo após o término da série Chespirito, continuou trabalhando como produtor e diretor.

Ele e seus amigos fundaram um grupo de amigos chamado “Aracuán”, onde os rapazes se reuniam para conversar, ensaiar, beber, jogar e passar um tempo se divertindo e discutindo outros assuntos importantes. Com o passar do tempo, o clube foi ganhando mais associados.

Horácio nunca quis ser ator. Quando atingiu o sucesso, era diretor e produtor e só começou a fazer mais aparições nos episódios das séries após a separação de Ramón Valdéz e Carlos Villagrán. Faleceu, vítima de um infarto em 1999.

María Antonieta Gómez Rodríguez: nasceu em 1946 na Cidade do México, é uma atriz, cantora, dubladora e escritora mexicana, mundialmente conhecida por interpretar a personagem Chiquinha no seriado Chaves. Em 2021, entrou para o Guinness World Records como a atriz que mais tempo interpretou uma mesma personagem infantil.

Começou a atuar ainda criança, sendo premiada como atriz infantil nos anos 1960. Entrou para o elenco de Chespirito em 1968 e permaneceu até 1994. Criou e interpretou personagens como Dona Neves, Bruxa Baratuxa e Marujita. Em 1994, lançou a série Aquí está la Chilindrina e o filme La Chilindrina en Apuros.

Após o fim de Chaves, María registrou legalmente a personagem Chiquinha em seu nome, alegando que Bolaños não renovava os direitos há 10 anos.

Isso gerou um processo judicial, vencido por María, que passou a usar a personagem em seus próprios projetos.

Casou-se com Gabriel Fernandez em 1971 e teve um filho. Infelizmente, Gabriel faleceu em 2019 e Maria começou a enfrentar vários problemas sérios de saúde como infarto, fibromialgia, diabetes e perda auditiva. Mas mesmo com todos esses problemas, ela seguiu fazendo apresentações e turnês como Chiquinha.

Vou ficando por aqui. Espero e vocês tenham gostado e, se quiserem sentir um pouco de nostalgia, assistam a série. Vocês não vão se arrepender.

Até a próxima!

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