A humanidade já sabe que a ideia de utilizar a energia solar para evaporar e de certa forma purificar a água é antiga, desde quando o filósofo grego Aristóteles descreveu esse processo há mais de 2.000 anos. Entretanto, somente agora, pesquisadores estão trazendo essa tecnologia para a era moderna, usando-a para higienizar a água com uma eficiência recorde, maior até do que a teoria afirmava ser possível.
Sobre o destilador solar
E o que os pesquisadores fizeram? Bem, caros leitores… Não é tão simples quanto parece, mas podemos dizer que dobrando um papel revestido com carbono em forma triangular e usando-o para absorver e vaporizar a água, Haomin Song e sua equipe da Universidade de Buffalo, nos EUA, desenvolveram um método para usar a luz solar e gerar água limpa com uma eficiência que ninguém ainda tinha conseguido.
O professor Qiaoqiang Gan destaca:
Nossa técnica é capaz de produzir água potável em um ritmo mais rápido do que é previsto teoricamente. Normalmente, quando a energia solar é usada para evaporar a água, parte da energia é desperdiçada conforme o calor é perdido para o ambiente. Isso torna o processo menos do que 100% eficiente. Nosso sistema extrai esse calor do ambiente, o que nos permitiu atingir uma eficiência quase perfeita.
Parte do segredo é “resfriar” a água para evaporar
A equipe do professor Song lidou com a ineficiência na vaporização da água usando um truque contra intuitivo, pois aumentaram a eficiência do sistema de evaporação simplesmente resfriando-o. O componente central da tecnologia é uma folha de papel embebida em carbono (ou revestimento de carbono), que é dobrada em forma de “V” invertido, como o telhado de uma casa, por exemplo. As bordas inferiores do papel mergulham na água, absorvendo o fluido como um guardanapo. Mas ao mesmo tempo, o revestimento de carbono absorve a energia solar incidente e a transforma em calor para gerar o processo de evaporação.
Além disso, o dispositivo possui uma geometria inclinada do papel e o mantém relativamente frio ao diminuir a intensidade da luz do Sol que o atinge. Como uma simples comparação, uma superfície plana seria atingida diretamente pelos raios solares. Então, como a maior parte do papel revestido de carbono permanece à temperatura ambiente, consegue absorver o calor da área circundante (nas proximidades), compensando a perda regular de energia solar que ocorre durante todo o processo de evaporação da água.
O resultado de todo o processo é uma evaporação equivalente a 2,2 litros de água por hora para cada metro quadrado de área iluminada pelo Sol normal, o que está bem acima acima do limite teórico de 1,68 litro. O experimento foi realizado em escala de laboratório, mas a equipe calcula que um destilador solar do tamanho de uma geladeira de hotel irá gerar de 10 a 20 litros de água limpa por dia.
É mais um texto curioso e informativo que trago ao nosso site e que mostra como a humanidade pode evoluir suas tecnologias sem agredir (ou agredindo menos) o meio ambiente. Vamos aguardar e torcer que o dispositivo seja um sucesso e com um custo justo para ganhar mercado.
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Bibliografia: Cold Vapor Generation beyond the Input Solar Energy Limit. Haomin Song, Youhai Liu, Zhejun Liu, Matthew H. Singer, Chenyu Li, Alec R. Cheney, Dengxin Ji, Lyu Zhou, Nan Zhang, Xie Zeng, Zongmin Bei, Zongfu Yu, Suhua Jiang, Qiaoqiang Gan. Advanced Science, 2018.
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