Saudações, meus caros nerds de plantão! Tudo bom convosco? Em busca do retorno à normalidade, cá estou eu novamente para dar uns pitacos sobre mais uma das muitas séries de super-heróis que, atualmente, surgem aos montes. Não pertencente a nenhum dos universos dominantes do mercado (DC e, sobretudo, a Marvel Comics em posse da Disney) acabou não caindo nas graças dos assinantes da Netflix, tendo, por consequência, o injusto cancelamento da renovação para uma segunda temporada. É por esses e outros motivos que hoje precisamos falar sobre O Legado de Júpiter.
Originário da HQ de mesmo nome, criada por Mark Millar e Frank Quitely, O Legado de Júpiter (Jupiter’s Legacy) é um seriado idealizado por Steven DeKnight que estreou na Netflix há pouco mais de um mês. Composto por oito episódios, mesclou alguns atores conhecidos – para interpretar os heróis da primeira geração – com outros jovens talentos. No elenco, destacam-se Josh Duhamel no papel do lendário Utópico; Leslie Bibb como Lady Liberdade (esposa de Utópico); Ben Daniels como Onda-Cerebral (irmão de Utópico); os problemáticos filhos do casal de heróis, Magnético e Chloe, interpretados, respectivamente, por Andrew Horton e Elena Kampouris; e Matt Lancer no papel do playboy Skyfox (qualquer semelhança com o Batman é mera coincidência!).
O Legado de Júpiter conta a história de um grupo de amigos que adquiriu superpoderes na época da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, ocorrida no ano de 1929. Desde então, passaram a atuar como heróis com base em um rígido código de conduta, onde um dos principais princípios era o de usar força letal nos inimigos apenas como o último recurso em situações extremas. No tempo atual da série, essas pessoas ainda estão na ativa (pois tiveram um envelhecimento bem retardado) e são idolatradas como semideuses e heróis lendários da primeira geração, já que seus filhos e outras pessoas ao redor do mundo também desenvolveram habilidades sobre-humanas.
Sendo assim, o que podemos acompanhar nos oito episódios do seriado será o drama causado pelo constante conflito entre as gerações de heróis, tendo em vista o surgimento de vilões cada vez mais poderosos que tornam inviável o cumprimento cego do código de conduta criado pela União da Justiça, nome adotado pelo grupo de super-heróis da primeira geração. Além disso, haverá diversos momentos de flashbacks para mostrar como os personagens adquiriram seus poderes no passado.
Além disso, a série aborda também a conturbada relação entre pais e filhos, onde a constante ausência materna e paterna (em especial), somada com a pressão psicológica e social de continuidade do legado familiar, resultou em jovens problemáticos, depressivos e carentes, ao ponto de Chloe, a filha, aplacar suas decepções com o uso descomedido de drogas. Aliás, o vício em bebidas e entorpecentes é um comportamento muito recorrente entre os jovens heróis, que dada a incapacidade de lidar com a fama e o poder, aderem a essa prática.
Para mim, isso é o principal ponto de destaque da obra, pois ao propor todos esses problemas e imperfeições aos personagens, torna-os muito mais próximos da nossa realidade do que a incríveis seres fantasiosos, inconcebíveis de serem idealizados além da ficção. Para não ficar atrás das superproduções da Disney, a produção não economizou em efeitos especiais: há bastante (mas sem exageros como em Aquaman e Doutor Estranho!) e são bem-feitos.
O que deixou a desejar foi a maquiagem. Para utilizar os mesmos atores para interpretarem os personagens que já eram adultos em 1929, optou-se por envelhecê-los a base de técnicas cosméticas. Em alguns, facilmente nota-se um exagero de produtos, deixando os tais “seres envelhecidos” muito esquisitos; outros, porém, simplesmente não combinaram com a maquiagem, resultando em personagens de feições joviais com cabelos brancos.
Entretanto, não foi esse mero detalhe que provocou o insucesso de O Legado de Júpiter. Infelizmente, os fãs de séries provenientes de heróis de quadrinhos já se acostumaram ao padrão consolidado pela Marvel Comics, que é o de optar por um enredo raso e recheá-lo com cenas de ação. Enredos mais complexos, cadenciados e focados no drama psicológico vivenciado pelos personagens, tal como é o caso do próprio seriado em questão, The Boys e de Watchmen, por exemplo, tendem a não agradar à grande massa do público.
Acaso você, meu heroico nerd, tenha a mente mais aberta e não esteja preso a essa bolha, recomendo que dê uma chance a O Legado de Júpiter. Assistir a uma obra com super-heróis e vilões que fujam do convencional, é sempre proveitoso de alguma forma.
Abraços e até breve.
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