Os Jogos E Seus Benefícios À Saúde (Parte 1)

Olá, Queridos Leitores

Hoje quero falar para vocês sobre um assunto muito interessante: os benefícios dos jogos à saúde. Além disso, quero contar um pouquinho sobre uma prática que vem sendo estudada e aplicada em alguns hospitais do Brasil e ao redor do mundo: o uso dos jogos para auxiliar no tratamento de doenças como depressão, diabetes, problemas de visão, entre outras; na recuperação de acidentes ou sequelas deixadas por problemas de saúde como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, ainda, na reabilitação de dependentes químicos.

Como o assunto vai ser extenso, esta será uma série com três posts, ok?

Em primeiro lugar, é muito importante atentarmos para um fato: o crescimento da indústria de jogos eletrônicos é proporcional ao aumento da presença dessa mídia em nosso cotidiano. Então, a saída que especialistas encontraram e estão aplicando é estudar onde esses jogos estão inseridos em nossa sociedade e usá-los em benefício de uma melhor qualidade de vida. Na psicoterapia, por exemplo, temos o uso de Role-Playing-Games (RPG), proporcionando ao indivíduo interação social, superação de timidez, melhora nos sintomas de depressão, entre outros resultados positivos.

O mais interessante de observarmos é que o hábito de jogar algum tipo de “passatempo” é muito antigo. Temos, hoje, jogos populares como xadrez, damas, dominó ou até mesmo um simples jogo de cartas ou esportes, que datam de centenas ou até milhares de anos atrás. Mas, o que mais me fascina com relação aos passatempos, jogos e, mais recentemente os games eletrônicos, é a possibilidade de interação entre as pessoas. Por exemplo, uma família sentada em volta de um tabuleiro se divertindo, ou amigos interagindo em uma partida de algum esporte no final de semana, pessoas que só se conheçam virtualmente, unidas contra algum inimigo desagradável. Mundos virtuais podem oferecer tanto as oportunidades de socialização e cooperação quanto ajudar na questão da resolução de conflitos. E esses resultados, acreditem, são reais e podem afetar a vida do indivíduo, tanto de forma negativa como positiva.

Bem, atualmente, devido à possibilidade de utilizar-se o sensor de movimentos, consoles como Xbox (Microsoft), Playstation (Sony) e Wii (Nintendo), têm sido utilizados na recuperação de pacientes e no auxílio da conscientização do tratamento que alguns problemas de saúde exigem da parte do paciente. Além de auxiliar no tratamento, os consoles ainda proporcionam um pouco de lazer para esse paciente. Porém, é importante lembrar que o paciente deve estar sempre acompanhado de um profissional, para que o tratamento seja eficaz. Existe, também, a utilização de RPG para auxiliar na reabilitação de pacientes viciados em drogas, álcool e, também, pacientes com depressão em vários estágios.

Vamos “mergulhar” um pouco mais no assunto?

Para começar, uma curiosidade: os jogos de tabuleiro surgiram há cerca de 5.000 a.C., em regiões da Mesopotâmia e Egito. Tanto o Senet quanto o Jogo Real de Ur (os mais antigos jogos de tabuleiro) eram chamados de “jogo de passagem da alma”. Os jogos eram considerados itens indispensáveis após a morte, pois o povo acreditava que era símbolo da diversão eterna. Era muito comum, o jogo ser enterrado junto com seu dono, para evitar o tédio perpétuo. A partir de 31 a.C., com a rota da seda, os jogos sofreram algumas adaptações, à medida que eram inseridos em outros povos. Um exemplo disso é o XII scripta, que influenciou o Gamão, do Norte da China. Outro jogo que sofreu modificações foi o Chaturanga, o precursor do Xadrez.

Com o passar do tempo, os jogos foram se tornando comuns entre as populações e começaram a ser produzidos industrialmente. Xadrez, Damas, entre outros, começaram a ser produzidos em formatos e quantidades que atendessem à demanda. Porém, apesar de os jogos industriais não terem quase nenhuma preocupação com estratégia, O “Jogo da Vida”, lançado em 1860, é considerado o marco da era moderna dos jogos de tabuleiro. Apesar disso, o jogo de tabuleiro mais conhecido mundialmente é o Monopoly (conhecido no Brasil como Banco Imobiliário).

Porque estou falando tudo isso?

Porque vamos abordar sobre os jogos que auxiliam em tratamentos de doenças e não se trata apenas de jogos eletrônicos. Os jogos, principalmente de tabuleiros, têm sido um grande aliado de jovens que estão em tratamento para desintoxicação química. Isso porque eles apresentam situações do dia-a-dia, contendo dilemas vividos pela pessoa que está tentando se libertar do vício do álcool e das drogas.

A ideia da terapia é ajudar o indivíduo a resolver esses conflitos e a melhorar o relacionamento com a família; é divertido, descontrai, apesar de ser um assunto muito sério. Essa terapia começou a ser desenvolvida em 2014, em clínicas de reabilitação de Porto Alegre/RS e, até então, apresentou ótimos resultados.

Uma outra utilização dos jogos é para terapias familiares. A aproximação entre os membros da família e também a identificação do limite individual de cada um são aspectos trabalhados através de terapias sistêmicas, utilizando os jogos. Principalmente a criança e o adolescente são colocados diante de situações onde são analisados o poder de decisão e sua individualidade dentro do grupo familiar.

Por hoje, vou ficando por aqui. Fiquem atentos que, nos próximos 2 posts, continuaremos falando sobre os jogos e seus benefícios à saúde. Até a mais!

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“Os Jogos E Seus Benefícios À Saúde” é uma série especial e dividida em 3 partes onde a autora aborda sobre os benefícios que os jogos podem trazer para diversos tratamentos de saúde.

ESTE É O PRIMEIRO TEXTO!

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