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O Instante dos Recomeços

O Instante dos Recomeços

Olá, queridos leitores. Hoje, meu artigo é uma mensagem para reflexão de cada um de nós para o ano que se passou e o que vai começar dentro de alguns dias. Espero que gostem e aproveitem!

Há um dia no calendário em que o tempo parece suspender sua função habitual. Ele deixa de ser medido, deixa de ser coragem, deixa de ser rotina. Nesse dia, o tempo respira. E ao respirar, abre um espaço, um vão luminoso entre dois segundos, onde a humanidade inteira se reencontra consigo mesma. 

O Ano Novo não é uma data. È um acontecimento interno, íntimo, quase secreto, que disfarça de festa para todos verem. É o único momento em que o mundo inteiro, sem ensaiar, realiza o mesmo gesto simbólico: acreditar que há esperança e que o futuro pode ser reinventado.

Um intervalo, onde tudo que é realidade hesita. A virada do ano cria esse fenômeno raro: um intervalo que parece hesitar, como se o universo tropeçasse por um segundo e nos desse passagem. 

É nesse tropeço que entramos, carregando nossas dúvidas, nossos desejos, nossos medos e nossas versões inacabadas.

O Ano Novo é uma dobra no tempo, uma fresta onde o passado perde a força, o presente vai embora deixando marcas e o futuro ainda não exige uma forma. Nesse pequeno espaço, pequena fração de segundos, somos livres. Livres para imaginar, para desejar, para nos permitir sermos outros, reinventados.

É curioso como, por algumas horas, a vida parece maleável. Como se a realidade estivesse mais branda, mais macia, mais permeável, disposta a nos ouvir e dialogar. É nesse instante que ousamos formular perguntas que evitamos o ano inteiro: Quem eu quero ser? O que preciso mudar? O que faz sentido? O quê ou quem preciso deixar para trás?

Ainda assim, há algo de poético na insistência em celebrarmos o Ano Novo: nada muda de fato à meia-noite. E mesmo assim, fazemos promessas e, na maioria das vezes, mudamos. É como se a esperança fosse um músculo que só se exercita quando zera o relógio. 

Acreditar no que ainda não existe é um ato de coragem, um gesto poético…. é a humanidade dizendo ao universo: “Eu sei que você é imenso, mas eu também sou…”

O Ano Novo é um poema que escrevemos com o corpo inteiro: no abraço apertado, no brinde improvisado, no olhar que busca o horizonte, na respiração que se reorganiza para caber mais vida. 

É  a metáfora que vestimos para lembrar que somos inacabados, e que isso é uma dádiva!

Se o tempo é uma linha contínua, então imagine que o Ano Novo é o ponto em que seguramos a caneta com mais firmeza, pois é quando percebemos que o futuro não é um presente embrulhado, mas uma obra artesanal. Ele se constrói no detalhe, no gesto pequeno, na escolha silenciosa que ninguém vê. 

A filosofia nos diz que o tempo é indiferente, a poesia nos diz que ele pulsa. 

Não seria o Ano Novo a junção das duas verdades? Um instante em que o tempo parece, por um breve momento, se importar conosco?

E talvez seja por isso que fazemos promessas: não porque acreditamos que vamos cumpri-las todas, mas porque precisamos desse ritual de intenção.

Precisamos declarar ao mundo, e a nós mesmos, que ainda estamos tentando.

Na verdade, não é o Ano Novo que transforma o mundo. Ele nos devolve a capacidade de nos transformarmos, como um espelho que reflete o que ainda podemos ser.

É o momento em que percebemos que a vida não é uma linha reta, mas um conjunto de desvios, curvas, retornos e recomeços, onde o ato de recomeçar não é voltar a estaca zero, mas avançar com mais consciência. 

Celebramos não pelos fogos, nem pela contagem regressiva, nem pelo calendário. Celebramos porque, por um instante, sentimos que a vida nos oferece espaço para mudar, para crescer, para errar de novo e acertar de um outro jeito. 

O Ano Novo é o lembrete anual de que somos seres de passagem, mas também de construção. Que somos feitos de tempo, mas também de escolhas. E que, apesar de sermos finitos, somos capazes de infinitos recomeços. 

Meus votos a todos vocês, queridos leitores, é que o ano de 2026 seja um breve intervalo entre dois segundos e que nos ensine que recomeçar é também avançar. Um Ano Novo cheio de saúde, sucesso e esperança de que tudo pode ser melhor! Feliz 2026!

Até a próxima! 

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Paula Vargas

É Editora e Autora do UniversoNERD.Net, Professora de Língua Portuguesa e Inglesa, Pedagoga, além de amante de leitura e Literatura,

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