A promissora editora de quadrinhos indie Dauntless Stories assumiu a missão de contar histórias ousadas em formato de novela gráfica curta, transmitindo histórias únicas através dos olhos de equipes criativas talentosas. A editora lançou duas graphic novels, “Deadly Living” e “Starless Daydream”, com mais duas ainda a serem publicadas. Neste cenário, “Eat My meat, Drink My Blood” é um dos últimos, programado para sair em 1º de Abril no mercado norte-americano e como parte da iniciativa Greenlight da Dauntless Stories. Criado pelo escritor Frankee White, pelo artista Adam Markiewicz e pelo colorista A.H.G., o livro é uma obra de 52 páginas, do tamanho de uma revista, que se descreve como um horror romântico absurdo.
Na história, tudo começa com o casal recém-casados John e Lisa chegando a uma capela em uma noite de verão. Lisa está tão nervosa e animada para conhecer os pais de John pela primeira vez, enquanto John está tão desinteressado e apático quanto a todo o caso. Quando as portas da igreja se abrem, eles são recebidos por duas figuras solenes, e o desejo de Lisa é realizado. A história então volta para duas semanas antes, quando John recebeu uma carta de sua mãe informando que seu pai está morrendo e que ela quer ver o casal na missa em sua paróquia. Lisa, curiosa sobre o passado de seu noivo, o encoraja a consertar as coisas com seu pai distante. John concorda com uma condição: Lisa deve se juntar a ele.
Eat My Flesh, Drink My Blood, de Dauntless Stories, é um horror romântico absurdo e que ultrapassa os limites da narrativa em quadrinhos.

Esta não é a primeira incursão de Frankee White nas histórias em quadrinhos, tendo se estabelecido como um talento criativo com títulos como “20 Fists”, “Starless Daydream” e “Broken Bear”. Enquanto “Starless Daydream” foi publicado pela Dauntless Stories, a graphic novel aclamada pela crítica “Broken Bear” foi criada pela mesma equipe criativa de “Eat My meat, Drink My Blood”, então a estética assustadora e sinistra de “Broken Bear” é transportada. Agora, White coloca o foco narrativo em Lisa, a recém-chegada à família Johnson, e coloca o leitor no lugar dela para refletir melhor seu estado emocional.
A arte de Markiewicz atrai os leitores com seu ambiente sereno, apenas para virar o calcanhar nos momentos mais despretensiosos. Enquanto suas linhas simples e limpas dão profundidade e detalhes aos painéis, sua tinta ousada cria uma aura corajosa e sinistra. As cores de A.H.G realmente dão vida à arte de Markiewicz. Desde o arrojado céu vermelho de um sol poente aos olhares pensativos nos rostos dos personagens, grande parte da atmosfera é construída nos tons apresentados nos painéis. O uso de A.H.G de traços ásperos e cores claras e suaves misturadas nos fundos como um meio de sombreamento, por si só, cria um efeito misterioso.
O uso contínuo de imagens religiosas apenas reafirma a sensação estranha que emana desde a primeira página do livro e prende a atenção dos leitores!
Por fim, a Dauntless Stories continua a demonstrar que estão prontos para se aventurar onde outros quadrinhos não estão. Ao dar liberdade criativa a seus artistas, permitem que a narrativa dos quadrinhos alcance novos patamares. Continuando essa ideologia, White, Markiewicz e A.H.G. canalizam essa mesma energia enquanto criam um horror romântico excepcionalmente absurdo e que se atreve a fazer a velha pergunta: “Até onde você irá para estar com quem você ama?” Para os entusiastas de histórias em quadrinhos independentes com propensão ao terror, podemos dizer no bom e velho português que “Coma minha carne, beba meu sangue” é uma leitura perfeita para saciar sua necessidade de suspense e emoção.
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