City Of Brass – Um Indie Com Potencial

O game indie City of Brass, ou no bom português “Cidade de Bronze”, começa literalmente com um aviso sinistro sobre os muitos perigos à espreita dentro de uma cidade amaldiçoada, com temática ao estilo Aladdin, antes de cair dentro de uma provocante tentação de riqueza incrível quando você superar todos os seus obstáculos. Você assume o papel de um ladrão tentando alcançar o tesouro mítico através de inimigos intermináveis e armadilhas perigosas e se você é capaz de ignorar algumas falhas técnicas, há diversão para ser aproveitada com este game que possui um combate que exige estratégia e raciocínio.

Agora, pensando um pouco no game em si, podemos dizer que City of Brass é um roguelike (um gênero de RPG) que ocorre em 12 níveis e uma batalha final com boss, sendo que cada jogada é diferente. O deslocamento dos layouts de nível, pontos de desova do inimigo e diferentes tipos de armadilhas exigem que você fique atento e mantenha o jogo envolvente e sempre surpreendente. Mas apesar de ser emocionante experimentar “novos” níveis em cada jogada, no geral deixa muito a desejar.

Cada um destes doze níveis é dividido em quatro cenários únicos que representam cidades com temas desérticos, enormes, com muitas riquezas, além de catacumbas subterrâneas. Os cenários são inicialmente impressionantes de olhar, mas a repetição de texturas e recursos rapidamente se tornam perceptíveis, resultando em estágios que são virtualmente indistinguíveis de outros.

O áudio, inspirado nas “Mil e Uma Noites”, é minimalista e adequado à estética da trama, mas geralmente não é digno de uma boa nota. As falhas na apresentação também se estendem ao menu, pois percebi uma interface complicada que atrapalha um pouco na evolução dos níveis, além de inimigos, armas e equipamentos desnecessariamente frustrantes e de certa forma inúteis.

A falta de variedade me faz pensar que City of Brass poderia ser melhor e ter um grande potencial de se tornar um game indie interessante, merecendo até uma continuação.

City of Brass é um game indie criativo e que vale a pena conferir, mesmo com seus problemas técnicos.

Agora, mesmo com essa falha em específico, o combate em primeira pessoa desempenha um bom papel e é interessante a tal ponto de aliviar o tédio. Você está armado com um chicote em uma mão, uma espada na outra e a interação entre eles é bem implementada. Se você não conseguir romper as defesas de um oponente, existe a opção de usar o chicote para puxar seus pés de debaixo deles antes de correr para o golpe final com sua lâmina, o que é incrivelmente bom de se fazer. É o ponto interessante deste game!

Quando estiver sobrecarregado ou em situações que sua espada e chicote simplesmente não são suficientes, pode usar itens aleatoriamente dispersos ou as muitas armadilhas disponíveis para virar literalmente o jogo. Alguns ítens como um jarro explosivo ou uma lâmpada podem ajudar a limpar uma grande horda de inimigos; empurrar destes oponentes para dentro de um jarro de veneno irá torná-lo mais fácil de matar e “inimigos mais dóceis” podem ser atraídos ou puxados para armadilhas como picos de chão e poços sem fundo.

Há uma quantidade satisfatória de pensamento estratégico e criatividade permitida dentro do combate de City of Brass. Há também uma lista considerável de inimigos e mini-chefes espalhados por cada local, a maioria dos quais exige estratégias diferentes para serem superadas. Os inimigos não são particularmente inspirados, mas a IA rudimentar oferece um desafio suficiente para mantê-lo sempre alerta, especialmente durante os momentos em que grandes grupos de inimigos perseguem você implacavelmente.

Muitos momentos de combate memoráveis e de cortar o coração também são generosamente espalhados por City of Brass. Um encontro particularmente notável é você ser seguido por uma estátua quase indestrutível que só ganha vida quando você está de costas e só pode ser danificada com explosivos.

Assim que você está na proximidade de uma estátua inimiga, a música imediatamente atinge notas agudas, e você está no limite tentando manter a visão enquanto procura por um explosivo ou a saída.

Armado com um chicote e uma espada, você terá que encarar muitos inimigos!

A morte será uma ocorrência regular, mas os estágios curtos e a curva de aprendizado amigável ajudam a incentivar tentativas repetidas. O game permite que você generosamente possa adaptar a dificuldade de acordo com seu nível de habilidade. Um total de vinte modificadores destinadas a limitar algumas ações dos inimigos estão disponíveis desde o início, permitindo que sua jogabilidade seja mais flexível com a dificuldade.

Infelizmente, a fantástica espada e chicote são “manchados”, às vezes, pelo fraco sistema de combate. Por algumas vezes ao longo de uma única jogada, os movimentos da espada podem passar sem causar danos através da cabeça de um esqueleto, apesar de estarem à queima-roupa. Da mesma forma, o chicote não tem qualquer efeito perceptível sobre os inimigos fora de pequenas zonas de impacto em sua cabeça, pés ou arma. Existem também algumas quedas ocasionais na taxa de quadros que interferem o ritmo das lutas.

Mas questões de desempenho à parte, City Brass é notável por seu equilíbrio impressionante entre seu ritmo, curva de dificuldade e sistemas de combate. Cada nível leva apenas alguns minutos para ser concluído, mas o limite de tempo, a natureza de ritmo acelerado de todos os encontros com inimigos e a constante cautela das armadilhas e emboscadas criam uma tensão de alto risco em todas as fases.

O sistema inimigo de dificuldade é ajustado bem o suficiente para que você nunca seja demasiado ou insuficiente em qualquer estágio do game. O tesouro usado para comprar novas armas e atualizações é fácil de encontrar, mas há um elemento de estratégia sobre como gastar a moeda com mais eficiência. Há várias ocasiões em que você é forçado a fazer uma escolha entre comprar uma espada ou outro item mais forte, mas corre o risco de não ter dinheiro suficiente para um impulso de saúde muito necessário mais tarde.

No geral, para quem gosta de games de combate, curte uma boa temática no estilo Mil E Uma Noite, vai ter uma boa experiência com City of Brass. Vale a pena dar uma chance ao game!

O City of Brass é um bom rastreador de calabouços, com alguns de seus melhores momentos e mecânicas derivadas de obras que envolvem os temas “combate e noites árabes”. Enquanto o seu cenário repetitivo e apresentação irregular são manchas visíveis, o combate satisfatório e a curva de dificuldade bem equilibrada provam que este é um game indie que poderia ter grande potencial.

O game City of Brass está disponível para Xbox One, PlayStation 4 e Microsoft Windows.

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