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Biomutant, Conheça Uma Experiência Pós-Apocalíptica Diferente E Repleta De Cores Vivas

Biomutant, Conheça Uma Experiência Pós-Apocalíptica Diferente E Repleta De Cores Vivas

O mundo aberto pós-apocalíptico do game Biomutant difere do padrão, onde os restos de suas cidades abandonadas ainda são povoadas por prédios dilapidados e bandidos errantes, e suas estradas cobertas de mato estão cheias de cascas queimadas de veículos abandonados. Mas também utiliza uma paleta de cores vivas que faz seus campos verdejantes e pitorescas montanhas vermelhas estourarem com o tipo de vibração impressionante raramente associada ao apocalipse ou a outros games com ambientação semelhante.

Nesse contexto, adicione algumas criaturas antropomórficas peludas e o design do personagem e o estilo geral de Biomutant são certamente atípicos no gênero. No entanto, também consiste em uma mistura de influências bastante óbvias, de uma estrutura no estilo Breath of the Wild a combates de combos semelhantes a Devil May Cry e outros elementos familiares de games como Fallout e até mesmo Max Payne. É uma saborosa mescla e há muitos aspectos desiguais e monótonos em seu design e estrutura geral. A mistura entre ideias antigas e novas nem sempre cai bem, mas Biomutant consegue esculpir sua própria identidade em meio à suas muitas inspirações que já são conhecidas da maioria dos games que curtem o gênero;

Biomutant apresenta uma visão diferente do pós-apocalipse, mas uma história esquecível e uma jogabilidade desigual o impedem de receber uma nota mais alta.

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Tudo começa com o criador do personagem, conforme você “pisa” na pele de uma das criaturas, um estranho híbrido entre um esquilo, rato e qualquer outro bicho correndo que vem à mente. Escolher uma raça afeta suas estatísticas iniciais até um certo grau e você pode injetar pontos em atributos específicos se quiser, digamos, causar mais dano corpo a corpo ou aumentar suas chances de barganhar com comerciantes. Se isso soa como seu típico sistema de progressão de RPG por números, é porque de fato é, mas há alguma personalidade no criador do personagem, já que o formato do seu corpo mudará dependendo das estatísticas que optar por enfatizar, como uma grande cabeça para o intelecto ou grandes bíceps para força.

A parte final da criação de seu personagem envolve a escolha de uma classe, o que afeta tanto sua arma inicial quanto a adição de uma habilidade única. O “Comando”, por exemplo, inflige 10% a mais de dano com armas de longo alcance, enquanto o “Psi-Poderes” obtém acesso a um ataque relâmpago que de outra forma não estaria disponível para as outras classes. Estas não são habilidades que mudam a gameplay e você estará trocando armas às dúzias em nenhum momento, mas elas adicionam um pouco de variedade às jogadas.

Seus atributos iniciais não são significativos, pois você é capaz de colocar 10 pontos em uma categoria cada vez que sobe de nível, sendo fácil construir um personagem completo.

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O último exemplo também é um dos poucos casos em que Biomutant irá impedi-lo de usar uma habilidade específica. Mesmo se você escolher uma classe como o “Sabotador”, ainda será capaz de usar “Psi-Poderes” e Biogenética, empunhando qualquer um dos tipos de armas disponíveis, então há bastante liberdade para jogar como quiser. A única outra vez em que você não consegue desbloquear certas habilidades é quando você se depara com “Psi-Poderes” que dependem de sua aliança Aura. O sistema de Aura do Biomutant é dividido em lados claros e escuros, com boas e más ações afetando sua posição em cada um. É um sistema de moralidade típico, com seus atos e escolhas de diálogo impactando como os outros personagens o veem. Você não fica preso na luz ou na escuridão quando começa a seguir um caminho, então há alguma flexibilidade para jogar como um personagem moralmente cinza e se envolver em ambos os lados.

Na verdade, a maioria de suas escolhas tem um impacto insignificante na história e a maior decisão que você tomará ocorre na primeira hora do game, quando você é solicitado a se alinhar com uma das duas tribos. Enquanto a óbvia tribo do lado da luz quer que você una os outros clãs e derrote quatro comensais mortais para salvar o mundo, a tribo do lado escuro prefere que você faça o oposto conquistando os outros clãs e derrotando os comensais para “limpar” o mundo e começar de novo. Isso essencialmente define seu objetivo geral e impacta o final que você terá se decidir seguir o caminho escolhido, mas não muda as missões que você embarcará para chegar lá. De fato, é um pouco repetitivo, mas não deixa de ser interessante.

Derrotar os comedores e capturar os postos avançados de outras tribos constituem a maior parte do jogo e a narrativa não é interessante para fazer suas escolhas serem significativas.

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Por falar na história, sua progressão lhe dá um motivo para seguir em frente, mas não há muito mais que isso. A presença de um narrador amigável é um toque agradável e essa voz onisciente adiciona um toque de personalidade ao game, além de ocasionalmente concordar com o destino, o narrador também atua como um tradutor para cada personagem. É um método incomum de contar histórias que altera o diálogo para que um personagem não peça ajuda diretamente. Isso torna as conversas um pouco mais divertidas, pelo menos inicialmente, mas significa que os personagens lutam para se destacar, considerando que todos compartilham a mesma voz. A escrita não faz nenhum favor ao elenco a este respeito, com a maioria dos personagens existindo apenas para espalhar exposição e conhecimento antes de enviá-lo em uma missão de busca. É claro que muito esforço foi colocado para dar corpo à história por trás deste mundo pós-apocalíptico ou, pelo menos, lançar tantos nomes excêntricos quanto possível.

O design de missão sem imaginação aumenta as deficiências da história, já que sua busca para derrotar todos os quatro comensais sempre se resume a um ir e vir. A estrutura geral é decente, com a Árvore da Vida aparecendo no alto no centro do mapa e suas raízes gigantescas se projetando em quatro direções distintas. Há um “worldeater” esperando no final de cada root e um personagem de apoio que está disposto a ajudá-lo a alcançá-los. O problema é que a maneira como você chega a cada um é sempre a mesma. Você encontra um personagem, ele revela o veículo que você precisa usar, então você é enviado para pegar uma peça necessária para fazê-lo funcionar e repete o processo. Os próprios veículos oferecem uma boa mudança de ritmo, com um mecanismo pesado e uma lancha com armas, entre outros.

Mas a jornada é sempre curta e de certa forma rápida, fazendo com que os comensais se sintam descartáveis ao longo do trajeto. Parece um pouco estranho que você use seu personagem apenas para derrotar os maiores inimigos.

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O combate é divertido em rajadas curtas, embora demore algumas horas para encontrar o seu equilíbrio. As razões para isso são três: tanto a mecânica de esquiva quanto de aparar requerem algum tempo para pegar o jeito e seus movimentos iniciais e armas são desanimadores. Depois que seu arsenal se abre e você atinge mais alguns combos, o combate começa a encontrar seu propósito, embora seja ditado pela rotina. Você está sempre equipado com armas corpo-a-corpo e de longo alcance e cada tipo de arma tem seus próprios combos simples. Se você realizar três combos diferentes no meio de uma luta, você pode entrar em um estado de Super Wung-Fu, onde você é capaz de golpear os inimigos com uma saraivada de ataques, voar alto no ar em tempo de bala para chover tiros ou entregar uma libra terrestre devastadora para dispersar as multidões.

Os Psi-Poderes e a Biogenética adicionam mais variedade ao combate, permitindo que você abra um rastro de fogo ou se envolva em uma bolha de muco que os inimigos ficarão impotentes. O uso criterioso de câmera lenta também dá a seus ataques uma sensação de impacto tangível e a natureza relativamente rara do combate funciona a seu favor quando se trata de protelar a repetição. Entre os voos, você é incentivado a explorar o mundo aberto com promessas de saque, pois cada local possui uma lista de verificação conveniente para que você saiba se está faltando alguma coisa.

O combate é construído para alcançar o Super Wung-Fu, então a maioria das lutas consiste na mesma rotina de três combos. Isso não é necessariamente uma coisa ruim, mas seu repertório de combos não é particularmente extenso, então você está usando regularmente os mesmos movimentos repetidamente.

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Embora você ocasionalmente encontre novas armas e armaduras ao vasculhar os destroços de edifícios abandonados, o loot é mais voltado para a obtenção de melhores materiais, já que as melhores armas são aquelas que você mesmo fabrica. O sistema de criação do Biomutant é dinâmico, com uma quantidade quase ilimitada de misturas disponíveis para você construir. Os itens que você fabricar são essencialmente lixo reaproveitado, à medida que você usa qualquer engenhoca enferrujada que puder colocar em suas mãos, seja uma escova de dentes grande que foi fixada anteriormente em um outdoor ou o cabo de um aspirador de pó.

Com isso, experimentar diferentes combinações que não deveriam funcionar faz parte do charme do sistema de crafting e fornece a você um senso de propriedade sobre sua invenção absurda. É interessante informar que tanto as armas brancas quanto as de longo alcance são divididas em categorias distintas, como barra de uma mão, rifles automáticos e assim por diante. As armas dentro dessas categorias não parecem muito diferentes umas das outras, o que tira um pouco do brilho do sistema de fabricação.

Carregar uma nova arma que aumenta o número de danos ainda é satisfatório.

Por fim, Biomutant costuma ter esses momentos em que seus sistemas não cooperam totalmente e você acaba com algo desigual. Enquanto o combate é divertido com moderação, o sistema de crafting é bizarro e o design de missão enfadonho e monótono. Ainda assim, é um game divertido e embora nem sempre acerte o alvo, é um game ambicioso para o pequeno estúdio. A indústria de games sempre poderia se empenhar em empreendimentos mais arriscados como este e que não possuem tantos holofotes da mídia no geral.

Biomutant está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC com Microsoft Windows. O game também pode ser jogado no PlayStation 5 e Xbox Series através de suas funções de retrocompatibilidades.

A equipe do UniversoNERD agradece aos envolvidos da THQ Nordic e ao Terminals.io pela key de PlayStation 4 cedida para a escrita deste texto e livestreams em fb.gg/ReVargasBR.

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Reinaldo Vargas

Professor, Streamer, Parceiro do Facebook Gaming e ArenaXbox.com.br, Idealizador do UniversoNERD.Net, integrante do Podcast GameMania e Xbox Ambassador. Jogador de PlayStation e Xbox!

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