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The Unholy: Uma Versão Pop Do Cristianismo Envolvendo Contexto Religioso Com O Terror

The Unholy: Uma Versão Pop Do Cristianismo Envolvendo Contexto Religioso Com O Terror

Após assistir The Unholy, aqui no Brasil traduzido como “Rogai por Nós“, constato que é um bom filme comercial no estilo terror teológico, pois seus fantasmas se desenrolam dentro de uma versão pop do Cristianismo, o que faz com que não soe mais exótico do que a imitação de “Exorcista” ou de “Conjuring”. Mas The Unholy possui um enredo religioso que realmente funciona e é estrelado pela desconhecida atriz Cricket Brown e que certamente, após este filme, irá para produções importantes. Neste filme, ela interpreta uma jovem surda-muda chamada Alice, que tem visões do que ela pensa ser a Virgem Maria.

Absorvendo o espírito de Maria, Alice pode ouvir, falar e curar os doentes, o que atrai multidões para sua cidade rural de Banfield, em Massachusetts.

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The Unholy é adaptado de um romance de James Herbert (1983), e como foi escrito e dirigido por Evan Spiliotopoulos, quase poderia ser um filme de terror baseado na fé das pessoas. Sabemos que o filme não pode ser todo doce e leve, mas o que importa é o quão firmemente ele acredita nessas coisas. Isso é o que dá poder explorar o seu lado sombrio, onde o bem e o mal se enfrentam em todos os filmes de terror, mas este é realmente uma guerra santa resumida com as figuras do bem e do mal ao longo da história.

O personagem central, além de Alice, é um ex-jornalista que virou repórter de tabloide chamado Gerry Fenn, interpretado por Jeffrey Dean Morgan, muito conhecido como Negan, na famosa série The Walking Dead. Neste filme, com um talento desprezível de meia-idade que o torna um substituto vitorioso para todos nós, céticos do público, Fenn veio a Banfield para cobrir uma história sensacionalista falsa sobre a mutilação de vacas. Mas ele fica por ali tempo suficiente para ver Alice, parada na frente de uma árvore morta e delgada, entrar em um transe curioso, como se alguma coisa muito estranha estava acontecendo.

Quando ela começa a curar as pessoas, e ele observa uma criança com distrofia muscular se afastar de sua cadeira de rodas, ele percebe que tem um grande furo.

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Cricket Brown, que às vezes evoca a jovem Natalie Portman, tem uma voz melodiosa e características que vibram mesmo quando ela está em repouso. Ela parece possuída pelas emoções que surgem em seu interior e sua Alice é como Joana d’Arc transformada em uma televangelista adolescente que não desmaia apenas por Deus, pois ela assume o comando. É a profundidade da fé que ela transmite nos milagres que nos atrai para o filme. Entretanto, quando as forças de Satanás aparecem, você sente que estão violando um sonho.

Este é o primeiro longa dirigido por Evan Spiliotopoulos, que já trabalhou como roteirista em filmes como “Hércules” e “O Caçador: A Guerra do Inverno” e, enquanto atinge batidas convencionais de terror, ele é capaz de moldá-las com uma coerência simplificada e franqueza. Alguns momentos podem parecer padrão, com cortes rápidos e com sussurros na trilha sonora, além do espectro encoberto que continua aparecendo para nos sacudir, como em Slender Man ou Candyman ou outros personagens semelhantes.

Mas Spiliotopoulos não agride o público com imagens sobrenaturais como se estivesse jogando confetes terríveis. Há uma restrição nos efeitos!

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O problema com muitos filmes de terror é que reúnem toda aquela tecnologia com um timing conhecido e clichês para basicamente dizer “Bu!”. Assistindo “The Unholy”, confirmo que o fator assustador está longe dos mais marcantes da indústria, mas o demônio do filme se torna um verdadeiro personagem que revela sua natureza em uma espécie de dança maligna. Alice está tão hipnoticamente possuída quanto o espectro de cabelos negros longos em “Ringu”. As imagens do filme saem de um pesadelo cristão, onde os estigmas (neste caso, estátuas religiosas com lágrimas de sangue), além da própria figura de Maria, que dentro da capa usa uma máscara negra, marcam como marionetes assombradas.

E não é a Maria que imaginamos, mas Mary Elnor, uma mulher do século 19 que realizou milagres canalizando não Deus, mas Satanás. Em 1845, ela foi pendurada em uma árvore morta com uma máscara pregada em seu rosto e queimada viva. Agora, ela voltou parecendo uma invenção do diabo disfarçada como o espírito da Virgem Maria e está usando Alice, que acredita que suas visões são uma força do bem para ajudar as pessoas.

É um bom filme, mas o roteiro de Spiliotopoulos carece de caracteres fortes e claramente definidos, pois trabalha uma tese central sobre o poder da fé para corromper e redimir.

Além dos personagens citados, temos William Sadler, como o santo mas condenado Padre Hagan (Alice é sua sobrinha) e Cary Elwes, como o bispo Gyre da Arquidiocese de Boston, que ostenta um sotaque de Boston que é trêmulo no início, mas Elwes o usa bem, transformando o bispo em um político religioso que sabe como explorar um bom milagre. Na história, ele lidera um esforço para transformar a igreja de Banfield em um santuário sagrado, como as de Lourdes e Fátima. No clímax, quando uma multidão se reúne em uma tenda para vê-lo hospedar o serviço da Festa da Imaculada Conceição, você pode sentir as vibrações ruins se acumulando tão seguramente quanto no clímax do baile de “Carrie”.

Por fim, “The Unholy” não reescreve o livro do horror religioso; segue estritamente o livro. Mas é um raro filme de terror contemporâneo que realmente tem fé na história que está contando.

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Reinaldo Vargas

Professor, Streamer, Parceiro do Facebook Gaming e ArenaXbox.com.br, Idealizador do UniversoNERD.Net, integrante do Podcast GameMania e Xbox Ambassador. Jogador de PlayStation e Xbox!

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