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Tela Klassik: Blade Runner, o Caçador de Androides

Tela Klassik: Blade Runner, o Caçador de Androides

Saudações, meus caros nerds do “novo normal” de plantão! Tudo bom convosco? Conforme prometido, trago a apresentação de mais um grandioso filme, bem antigo (já é quase um quarentão) e amplamente reverenciado pela nossa comunidade. Na Tela Klassik de hoje, falarei sobre o principal filme de ficção científica no estilo neo-noir com elementos cyberpunk do cinema: Blade Runner.

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No Brasil, foi lançado no longínquo julho de 1982, havendo o acréscimo de “O Caçador de Androides” no título para não negar a nossa maldita tradição de tornar as coisas óbvias para o potencial telespectador. Foi dirigido por nada mais, nada menos, que Ridley Scott – também responsável pela excelente franquia Alien – com o auxílio de parcerias provenientes de um estúdio de Hong Kong e outro do Reino Unido.

O papel do protagonista coube ao jovem Harrison Ford, que interpreta Rick Deckard, um ex-policial que atua como mercenário caçando androides conhecidos como “replicantes”, que são seres com aparência humana, os quais possuem grande força física e inteligência, criados a partir de bioengenharia para servir nas colônias humanas fora do planeta Terra. Dado sua alta inteligência artificial, alguns desses replicantes (do avançado modelo Nexus-6) se rebelam, principalmente por terem consciência de que possuem um curto período de vida, definido com quatro anos após ativação. São eles: Zhaora, interpretada por Joanna Cassidy; Leon, por Brion James; Pris, por Daryl Hannah; e o carismático líder Roy, interpretado por Rutger Hauer.

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Baseado no livro Androides Sonham com Carneiros Elétricos?, de Philip Dick, lançado em 1968, o enredo do filme nos leva à futurística cidade de Los Angeles do ano de 2019 (lembre-se que o filme é de 1982, meu desatento nerd!), onde Deckard recebe a missão de eliminar quatro perigosos replicantes que retornaram à Terra na tentativa de conseguir modificações que prolongassem seus tempos de vida.

Para conseguir mais informações sobre aquilo que enfrentaria, nosso herói vai até a Tyrell Corporation, desenvolvedora do modelo Nexus-6. Lá, conversa com o Dr. Eldon Tyrel, dono da empresa, e tem a oportunidade de avaliar sua linda assistente, Rachael, interpretada por Sean Young, para provar que conseguia distinguir humanos de replicantes. Sim, a moça é uma replicante, apesar dela mesma não saber disso, em vista de ter sido programada com memórias que compunham todas as fases de sua vida até o momento em que fora criada.

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Deckard começa sua investigação e descobre que Zhora trabalha como dançarina em um clube. Furando barreiras e invadindo camarins, consegue chegar até ela. Ao ver que foi descoberta, a replicante foge, dando início a uma belíssima cena de perseguição, cuja trilha sonora é perturbadora, porém, marcante. A cena termina com a androide sendo eliminada após receber tiros nas costas e quebrar a vidraça de uma loja, caindo no chão já sem “vida”.

Dali, Deckard vai até um bar de rua tomar uma bebida para se recompor. É abordado pelos seus contratantes da polícia, que elogiam seu trabalho e mencionam que agora só faltavam quatro androides para serem eliminados. Ele reclama, afirmando que, na verdade, seriam apenas mais três. Entretanto, descobre que também deverá eliminar Rachael. No caminho de volta para casa, é abordado por Leon, que o espreitava desde o momento da eliminação de Zhora.

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A surra que o caçador leva é fenomenal, meu caro lutador nerd! O replicante, muito mais forte fisicamente, arrebenta nosso protagonista. É muito interessante, e de certa forma, até engraçado, as falas e perguntas do Android enquanto espanca o adversário. No momento em que seria morto, Rachael aparece, pega a arma de Deckard que havia caído no chão, e o salva, “matando” Leon.

Por gratidão (ou, na verdade, por já estar rolando uma paixonite aguda?) Deckard resolve não matar Rachael e a leva para sua casa. Lá, o óbvio é inevitável: rola uma pegação entre os dois – ao som da icônica Love Theme, composta pelo músico grego, Vangelis, executado pela New American Orchestra com o solo de um inesquecível saxofone – aumentando, ainda mais, os sentimentos do humano pela replicante. Pede a ela que fuja para longe de Los Angeles enquanto ele termina de cumprir o seu contrato, inferindo que poderiam viver juntos após isso.

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Deckard resolver ir atrás de Pri e Roy, que a essas alturas, já haviam assassinado o Dr. Eldon Tyrel por descobrirem que não poderiam, de forma alguma, aumentar seus tempos de vida, e estavam se abrigando no apartamento de um dos funcionários da Tyrell Corporation. Seguindo pistas, o caçador consegue chegar no local e após um susto de explodir o coração, se depara com Pri.

Por mais uma vez, Deckard é espancado! Pri é extremamente ágil e faz do humano “gato e sapato”. Porém, por ser dotada de um exibicionismo impertinente, a androide resolve finalizar o adversário de forma acrobaticamente épica, dando chance para que ele pegasse sua arma e a eliminasse com um tiro certeiro.

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Adivinha você, sagaz nerd, quem chegou exatamente no momento em que Pri jazia “morta” e ensanguentada no chão? Isso mesmo! Roy, o mais forte dos replicantes fugitivos, tendo em vista que fora criado para atividades militares e combate. Acho que é inútil dizer o quanto Deckard apanhou, não é mesmo? O humano tomou soco, chute, foi arremessado inúmeras vezes de um lado para o outro… foi feio de ver!

Todavia, é justamente nessa parte, quando estamos aflitos para saber como o protagonista irá reverter a situação e vencer a disputa, somos surpreendidos com a atitude de Roy. O androide, cuja inteligência artificial evoluíra ao ponto de fazê-lo valer-se da filosofia para realizar planos e tomar suas decisões, ao perceber que seu ciclo de vida chegara ao fim, salva Deckard, pois ele cairia do topo de um prédio. De baixo de chuva, senta-se no chão segurando uma pomba, e manda, simplesmente, essa ideia aqui antes de morrer:

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Essa cena com o monólogo final de Roy, meu cinéfilo nerd, é conhecida como “Lágrimas na Chuva”, e é uma das mais belas da história do cinema. O filme termina com Deckard voltando ao seu lar para buscar Rachael. Ele a encontra e os dois, juntos, fogem para algum lugar.

Como não poderia deixar de ser, as maiores curiosidades do filme ficam por conta do que Ridley Scott e Michael Deeley, produtor do filme, acertaram ou erraram em relação ao futuro que tentaram prever e retratar na obra. Logo de cara, a primeira coisa que chama a atenção e nos liga esse alerta comparativo é que, no ano de 2019 de Blade Runner, os carros voam livremente pelos céus da cidade; tecnologia essa que demorará para pintar em nossa realidade.

Porém, o filme acerta em cheio ao mostrar uma metrópole altamente suja, onde as chuvas são constantes (provavelmente, devido a problemas ambientais), repleta de carros e pessoas que se aglomeram em ruas lotadas com barracas que vendem comidas e bebidas. A arquitetura conta com inúmeros arranha-céus, esses, bonitos, luxuosos e cercado de outdoors eletrônicos que não param de apelar para o senso de consumo dominante. Outras tecnologias trazidas pelo filme, que não existiam na época de sua criação, mas que hoje são comuns, são aparelhos telefônicos que realizam videochamadas e residências inteligentes com dispositivos ativados por voz que ligam e desligam os equipamentos de uso doméstico.

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Blade Runner ganhou inúmeros prêmios, entre eles, o Óscar de “melhor direção de arte” e “melhores efeitos visuais” e o Globo de Ouro como “melhor trilha sonora”. Sua receita superou o custo de sua produção, entretanto, ficando abaixo do esperado para um filme deste porte. Na verdade, seu reconhecimento veio com o passar do anos, ao passo que a crítica percebeu o quanto a obra, posteriormente, influenciou outras e que, até hoje, não perde em qualidade para títulos que utilizaram recursos tecnológicos mais modernos. Além disso, sem dúvida alguma, o filme coloca em discussão um tema muito polêmico; e a partir dele, nos leva a refletir, profundamente.

Então, meu cyber nerd, caso ainda não tenha assistido a esse filme, o faça o mais rápido possível, mesmo que agora já saiba tudo o que irá encontrar na história. Simplesmente, preste ainda mais atenção nos detalhes, principalmente na trilha sonora, nas características da cidade e nos efeitos especiais. Tenho certeza de que irá se espantar e até duvidar de que o filme foi realmente produzido antes de 1982.

Abraços e até breve!

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Lukas Melo

É Editor e Autor do UniversoNERD.Net. Profissional da área de EaD, aficionado por RPG, hardware e cinema. Porém, não nega outras nerdices.

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