Precisamos Falar Sobre: O Recepcionista

Saudações, meus caros nerds de plantão! Tudo bom convosco? O filme que hoje trago aqui não é tão recente assim. Na verdade, foi lançado há pouco mais de um ano, chegando à Netflix americana na metade de 2020. Para nós, meros mortais de um país de terceiro mundo, chegou somente agora em meados de março; desde então, tem dado o que falar! É por esse motivo que precisamos falar sobre o filme O Recepcionista.

Dirigido por Michael Cristofer, The Night Clerk (título original, em inglês) traz o jovem ator, Tye Sheridan, no papel de Bart Bromley, protagonista da história. Ethe Bromley, a mãe de Bart, é interpretada pela grande Helen Hunt. John Leguizamo e Johnathon Schaech interpretam uma dupla de detetives. Outro papel de destaque refere-se a misteriosa Andrea Rivera, vivenciada pela gatíssima Ana de Armas.

O enredo de O Recepcionista é bastante simples: Bart, um jovem portador da síndrome de Asperger, presencia um assassinato graças às câmeras de vídeo escondidas que instala nos quartos do hotel onde trabalha. Por não poder contar toda a verdade à polícia (devido a ilegalidade das câmeras), passa a ser considerado como o principal suspeito do caso. Para que as investigações prossigam, é transferido para trabalhar em outra unidade da rede e lá acaba conhecendo e se apaixonando por Andrea.

Mesmo sem spoilers significativos até o momento, não darei mais um centavo sobre o enredo, meu cauteloso nerd. Pode prosseguir a leitura sem medo disso! Como disse acima, a história não é lá grande coisa e quem julgar o filme por ela, atribuirá a ele uma qualidade entre “média” a “ruim”, especialmente pelo final atropelado que apresenta, dando a impressão de que a produção teve que terminá-lo às pressas! Porém, quem o analisar pela atuação de Tye Sheridan, falará maravilhas do longa. É exatamente por esse motivo que as notas têm oscilado tanto em sites especializados em crítica, como o Metacritic, por exemplo.

Sendo eu da segunda vertente, acabei prestando mais atenção no comportamento e trejeitos do protagonista que no enredo em si. Tenho certeza de que houve muito estudo por parte da direção e do ator principal acerca da síndrome de Asperger para que Bart refletisse, com o máximo de realismo possível, uma pessoa portadora de tal transtorno.

Eu conheci essa síndrome exatamente por meio do cinema. Para compreender as esquisitices de Saga Norén, figura principal da série dano-sueca Bron Broen (The Bridge), precisei fazer algumas pesquisas e descobri que a personagem era portadora desse transtorno. Isso porque o cinema nórdico não é “literal” como o americano, que precisa jogar informações – mesmo que óbvias – para o telespectador compreender o que se passa. Tá ligado, meu implicante nerd, quando você sabe que uma pessoa está endemoniada em Supernatural, mas mesmo assim os olhos dela têm que ficar negros por segundos para comprovar? Pois então…

Pela série não utilizar esses recursos em nenhum momento, quem assiste Bron Broen terá uma certa repulsa de Saga, taxando-a de arrogante e indelicada, até que tenha curiosidade e procure saber o que se passa com a personagem. Foi assim que conheci a síndrome de Asperger e quebrei uma barreira de preconceito. Depois disso, acompanhar a obra e ver os comportamentos da protagonista, tal qual sua linha de raciocínio nas investigações, tornou-se prazeroso, curioso e, em muitos momentos, engraçado.

Infelizmente, não temos esse “mistério” em O Recepcionista. Logo de cara o próprio personagem explicará sua condição e você assistirá ao restante do filme já ciente disso. Todavia, não deixa de ser uma boa forma de conhecer um pouco mais sobre esse tipo de autismo e como agem as pessoas que o possui. E é em vista disso que eu o recomendo.

Abraços e até breve.

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