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Precisamos Falar Sobre: Kleo

Precisamos Falar Sobre: Kleo

Saudações, meus caros nerds camaradas de plantão! Tudo bom convosco? Já falei aqui algumas vezes que a formulazinha de apelar para o saudosismo da galera nascida nas décadas de 70 e 80 ao reproduzir filmes e séries que ambientam essas épocas, trazendo à mente dos telespectadores lembranças afetivas por meio de músicas, vestimentas, tendências e até mesmo produtos alimentícios como refrigerantes e chocolates, já está um tanto quanto manjada, não produzindo o mesmo efeito positivo que outras obras que já a utilizaram conseguiram logo quando isso virou moda.

Todavia, uma série alemã resolveu dar uma incrementada nessa receita, acrescentando a ela importantíssimos elementos históricos, ideologia política, teorias de conspiração e uma boa dose de humor. O resultado dessa mistura não poderia ser outro a não ser um excelente programa de televisão, facilmente maratonável. É por esses e outros motivos que hoje precisamos falar de Kleo.

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Chegada para nós por meio da Netflix na segunda metade de agosto, Kleo é uma série televisiva dividida em oito episódios com cerca de 50 minutos cada. A obra nos conta a história de Kleo, uma espiã da antiga Alemanha Oriental que comete assassinatos para a agência Stasi. Num desses trabalhos, onde aparentemente mata um empresário em uma boate na Alemanha Ocidental, é traída por seu avô (militar de alto escalão, responsável pelo recrutamento e treinamento da protagonista) e condenada à prisão. Porém, permanece presa por apenas dois anos, sendo solta logo após a quedo do muro de Berlim em 1989. Fora da cadeia, a jovem parte em busca de respostas e vingança para tudo que sofrera até então.

Os atores, na maioria alemães, são desconhecidos do grande público. Jella Haase interpreta Kleo; Dimitrij Schaad no papel do policial trapalhão, Sven; Julius Feldmeier como Thilo, um drogado fã de techno; Vicent Redetzki como Uwe, outro assassino da Stasi; Vladimir Burlakov, como Andi Wolf, ex-agente da Stasi e ex-namorado de Kleo; Marta Sroka, no papel de Anja, esposa de Andi; Jürgen Heinrich, interpretando Otto Straub, avô de Kleo; dentre outros. A série foi dirigida por Viviane Andereggen, enquanto o roteiro foi desenvolvido por Hanno Hackfort e Bob Konrad.

Por falar em roteiro (sem spoilar, é claro!), é relevante dizer que tudo acontece sem muita enrolação, trazendo-se a resolução dos problemas de cada evento logo aos finais de cada episódio. Dessa maneira, você acaba sendo instigado a assistir o próximo e, assim, sucessivamente. Fazia tempo que não zerava uma série em tão pouco tempo! E o mais legal é que, independentemente da violência (sim, há bastante e não é leve!), as cenas são carregadas de bom humor ao apresentar sátiras bem boladas dos costumes e mentalidades predominantes na Alemanha no final dos anos 80.

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Em Kleo, o socialismo e a abertura ao capitalismo são motivos de risada, não de discussão inúteis e infundadas como as que vemos nas redes sociais de nosso tempo! Os roteiristas e a direção foram tão assertivos nisso que nenhum dos lados se sobressaí ao outro: enquanto os socialistas, oriundos da Alemanha Oriental, são militarizados, robóticos e neuróticos com segurança, hierarquia e procedimentos, o pessoal da Alemanha Ocidental são cafonas, consumistas, deslumbrados com o “novo mundo” e tentam, a todo momento, imitar os americanos em seus costumes.

Por todo esse show de história, que nos reconta os anos após a quedo do muro e algumas conspirações que movimentaram a Guerra Fria, Kleo é uma série imperdível que soube, sem dúvida nenhuma, brincar com nosso saudosismo sem ser clichê. Fica aqui minha recomendação!

Abraços e até breve.

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Lukas Melo

É Editor e Autor do UniversoNERD.Net. Profissional da área de EaD, aficionado por RPG, hardware e cinema. Porém, não nega outras nerdices.

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