É importante, interessante e de bom grado sabermos conceitos antes de levarmos a sério tudo que encontramos ou ouvimos por ai, até mesmo para podermos ajudar familiares e amigos, além de cuidar melhor das nossas coisas. Por isso, resolvi abordar sobre alguns dos mais comuns MITOS e VERDADES com relação às atuais tecnologias de pilhas e baterias e das quais ainda dependemos bastante.
Sobre Pilhas e Baterias
Em primeiro lugar, infelizmente ainda não temos como escapar das pilhas e baterias, pois estão em diversos dispositivos, como smartphones, tablets, computadores, automóveis, entre muitos outros.
O problema é que muito se fala (sem fundamento) sobre como maximizar a sua vida útil, já que sua substituição é cara e o seu descarte é trabalhoso e prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente.
É importante saber (ou lembrar) que existem tecnologias diferentes e que geram respostas distintas durante a vida útil das pilhas e baterias. Com isso, abordo aqui os quatro maiores MITOS e as quatro maiores VERDADES que “ouvimos” aos montes pela internet e também na vida real de modo geral.
Tanto as pilhas quanto as baterias são dispositivos capazes de transformar energia química, a qual está contida nos materiais que as compõem, em energia elétrica. Por meio de reações espontâneas de oxirredução, em que há transferência de elétrons do material que sofre oxidação para o que sofre redução, obtém-se uma corrente elétrica que fica armazenada em seu interior e que, posteriormente, será transmitida para o dispositivo que se pretende ligar. No entanto, a principal diferença entre elas reside no fato de que as pilhas, também chamadas de células eletroquímicas, possuem somente dois eletrodos (cátodo e ânodo) e um eletrólito ou ponte salina; enquanto as baterias são formadas por várias pilhas ligadas em série ou paralelo.
Portanto, para o seguimento do texto, irei usar sempre o termo bateria!
Esclarecendo alguns MITOS
A primeira carga deve ser de 12hs ou mais? Este é talvez o mito mais comum e que muita gente ainda desconhece. Na verdade, não importa o quanto você deixe uma bateria carregando, pois bons carregadores sempre mantém a bateria em “flutuação” (as cargas elétricas ficam em movimento) depois de carregada. Sem esta tecnologia, continuar carregando uma bateria após a carga alcançar 100% será prejudicial e dependendo da sobrecarga, pode até comprometer sua vida útil totalmente. Mas é mais seguro e econômico carregar e desligar da rede elétrica… Então, não deixe seu dispositivo carregando durante a noite enquanto você está dormindo. Com isso, ao dar a primeira carga de 100%, tire da rede elétrica e use normalmente. Entretanto, é importante após a primeira carga, esperar a bateria descarregar totalmente antes de carregar novamente. Essa ação é importante para o correto ciclo de carga e descarga, pois não sabemos com certeza quanto tempo essa bateria está parada. Feito isso, não é proibido realizar cargas parciais ou carregar mesmo que ainda tenha carga, mas aconselho a não fazer sempre isso, para não “viciar” o ciclo de carregamento.
Mas preciso mesmo esperar descarregar totalmente para recarregar? Bem… isso era mesmo verdade quando usávamos as baterias de Níquel e Cadmio, mas esta tecnologia já foi melhorada. A grande maioria das baterias atuais é de Lítio ou Níquel com Cromo, pois são elementos químicos mais estáveis ao “efeito de congelamento”. Portanto, você pode recarregar normalmente mesmo que a bateria esteja com meia carga ou menos, mas é aconselhado descarregar totalmente, para maior vida útil.
A bateria precisa estar com 100% de carga para guardar? Caso você deseje guardar a bateria e a mesma ficará sem uso por muito tempo, o ideal é nem deixar totalmente carregada e nem sem carga. Na verdade, o ideal é deixar como vem de fábrica, com cerca de meia carga. Isso previne o chamado “efeito de congelamento” (as cargas elétricas perderem movimento) que ocorre quando a carga está cheia ou vazia.
É possível recuperar uma bateria com uma sobrecarga? Inevitavelmente, chega o momento que a vida útil da bateria chega ao fim, e você terá que substituir. Isso se deve à corrosão das placas internas, da validade dos compostos químicos e da cristalização das células internas. Realizar a chamada sobrecarga na bateria só fará funcionar por pouco tempo e logo irá falhar novamente. Esse método, além de ser ineficaz é extremamente perigoso, pois a bateria pode pegar fogo ou explodir.
Por fim, algumas VERDADES
Manter a bateria sempre carregada a danifica? Sim, e isso acontece muito com notebooks, pois normalmente a pessoa mantém sempre ligado na tomada. Com isso, a bateria fica quase sempre em 100% e ocorre os efeitos discutidos anteriormente com maior velocidade. O maior problema é que manter a bateria sempre com carga faz com que as células atrofiem por falta de uso, efeito chamado de cristalização ou congelamento das células. Por isso, se você usa o notebook sempre na tomada, trabalhe com ele sem a bateria, se possível.
A bateria descarrega, mesmo se não for usada? Mesmo que o dispositivo esteja desligado, existe um pequeno fluxo de corrente, que irá descarregar a bateria. Por isso é importante retirar (se possível)!
Se deixar a bateria descarregada parada por algum tempo, faz com que recupere um pouco de carga? Sim, mas pouco. Isso se deve ao chamado “efeito copo de leite“. Assim como se você tomar um copo de leite e deixar o copo parado, depois de um tempo o leite que estava “preso” nas bordas escorre e forma algumas gotas no fundo. Algo parecido acontece com a bateria, quando fica parada, pois um pouco de carga nas células tende a se unir e no final, sobra um resto de carga que talvez sirva para algo.
Isso acontece com as pilhas comuns também, e justifica porque sua mãe, seu pai ou outra pessoa colocava pilhas mais velhas na geladeira, com a esperança de usar o restinho da carga.
Uma bateria pode pegar fogo ou explodir? Como disse no texto referente aos mitos, caso a bateria sofra uma sobrecarga, um curto-circuito, um impacto muito forte ou ser colocada em altas temperaturas, toda energia acumulada poderá entrar em colapso (depende da quantidade que resta) e poderá vazar, pegar fogo e até explodir. Isso inclusive pode acontecer até mesmo por defeito de fabricação. Por isso se você perceber que ela está esquentando demais, retire-a e se possível, a substitua.
Espero que o texto seja interessante para vocês e até breve!
Se você souber de mais mitos e verdades, escreva para nós e vamos discutir sobre… 🙂
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texto bem explicativo e pode tirar as dúvidas de muita gente.