Olá, queridos leitores. Hoje quero contar um pouquinho para vocês, sobre um assunto que, com certeza, fará muitos viajarem no tempo. Aliás, uma das coisas das quais tenho saudades da minha época de infância.
Quem nunca foi visitar os pais, ou avós e pediu para ver o álbum de fotografia, velhinho, guardado em um cantinho escondido do armário? E garanto a vocês que quem o fez, sentiu um pouquinho de nostalgia, ou uma saudadezinha lá no fundo… Pois bem! Vou contar sobre a história da fotografia. Vamos viajar no tempo?
Em primeiro lugar, a definição
Fotografia é uma técnica de criar imagens por exposição luminosa, em uma superfície sensível.
Do grego φως [fós] que significa “luz” e γραφις [grafis] ou γραφη [grafê] que significa “estilo” ou “pincel”, traduzindo de um modo melhor, poderíamos colocar que é a arte de desenhar com luz, estilo e contraste.
Colocando de um modo mais prático, fotografar é um processo que permite registrar e reproduzir imagens, através de reações químicas e em superfícies apropriadas.
O princípio utiliza uma câmara escura para projetar a imagem, capturada por um pequeno orifício, sobre a superfície. Com um tamanho reduzido, a imagem fica muito mais nítida. Observem:
A partir daí, o armazenamento dessa imagem era feito numa película sensível, ou em sensores dos tipos CCD (Charged-couple Device ou sensor semicondutor para captação de imagens) e CMOS (Complementary Metal-Oxide Semiconductor, também um semicondutor usado para captação de imagens, mas com um tamanho menor). Usei o verbo “era” no passado, propositalmente, pois hoje, acredito que ninguém mais usa essa técnica, exceto profissionais ou estudantes de fotografia, ou ainda algum fã apaixonado pela arte.
Além disso, com a era digital, utiliza-se a própria memória digital.
Exatamente por isso, considero este artigo uma viagem no tempo. Posso parecer antiquada, mas adoro olhar fotografias antigas. Mas gosto, principalmente das fotos de quando era pequena.
Lembro quando tínhamos alguma ocasião especial, um aniversário, Natal, Final de Ano, passeio ou viagem, que comprávamos dois ou três rolinhos de filme, tirávamos muitas fotos e depois levávamos para revelar.
Como eu detestava esperar vários dias para ficarem prontas e detestava mais ainda, quando queimavam algumas. E, normalmente, isso acontecia com as fotos que mais queríamos que tivessem saído… 🙂
Um pouquinho da história
A primeira fotografia reconhecida data de 1826 e foi feita pelo francês Joseph Nicéphore Niépce. Porém, a invenção da fotografia não é obra de uma pessoa só. O trabalho de várias pessoas, juntas ou em paralelo, desde antigamente, levaram à essa descoberta.
Na verdade, podemos contar desde as experiências dos químicos e alquimistas. O fenômeno da produção de imagens, através de um pequeno orifício, é conhecido desde a época de Aristóteles, na antiga Grécia.
Em 375 a. C., Platão faz uma descrição dos princípios da fotografia, em uma de suas obras mais conhecidas, A República, exatamente no momento em que fala sobre as sombras das pessoas na caverna.
Ainda nesse período, o físico e matemático Alhazen, descreveu um método de observação dos eclipses solares através da utilização de uma câmara escura, com um pequeno orifício aberto para o exterior.
Após essas anotações, muitos e muitos anos se passaram e, entre uma descoberta e outra, conseguia-se um avanço. Veja abaixo, a ordem cronológica dos fatos que levaram à descoberta da fotografia:
- 375 a.C.: Platão descobre o fenômeno fotográfico, através do episódio das cavernas, que seria o princípio das câmaras escuras;
- 930 d.C.: Período da idade média, quando Alhazen, físico e matemático árabe, constatou a descoberta de Platão, uma vez que já entendia os princípios da ótica.
- 1515: O inventor e artista italiano Leonardo da Vinci, após conhecer a obra a República de Platão, comprovou cientificamente o princípio da câmara escura, usando a câmera para fazer retratos da nobreza e imagens campestres.
- 1826: O físico Joseph Nicéphore Niépce produz a primeira imagem reconhecida como fotografia, uma paisagem campestre vista da janela de sua casa.
- 1839-1840: o físico britânico William Henry Fox Talbot, cria uma base de papel emulsionada com sais de prata que registra uma imagem em negativo e, a partir dela, é possível produzir cópias positivas dessa imagem. Esse processo foi um marco, chama-se calótipo e tornou a fotografia mais acessível à vida das pessoas. Até então, todo o processo era muito caro.
- 1840: o Brasil foi o primeiro país da América Latina a ingressar no mundo fotográfico, com o primeiro daguerreotipo (antigo aparelho fotográfico que fixava as imagens em uma folha presa numa placa de cobre). A primeira imagem registrada foi a do Largo do Paço, em menos de 9 minutos.
- 1854-1910: Aqui, a fotografia não tinha uma linguagem própria. Surgiu um movimento, chamado de pictorialismo, caracterizado por uma tentativa de aproximação da fotografia com a pintura. Apesar do preconceito das classes pensantes, muitos utilizavam-se da fotografia para pintar, inclusive o movimento Impressionista.
- 1880: foi publicada a primeira fotografia pela imprensa, na capa do jornal Daily Herald, de Nova York (EUA).
- 1907: O primeiro processo fotográfico colorido surgiu, através dos franceses Auguste e Louis Lumiére, pais do cinema.
- 1918-1938: Ao fim da Primeira Guerra Mundial, a fotografia estava conectada aos movimentos vanguardistas, como o cubismo e o surrealismo. Fotógrafos, pintores e outros artistas começaram a trabalhar com laços bem estreitos.
- 1925: a empresa alemã Leitz começa a comercializar a primeira câmera fotográfica, a Leica, inventada por Oskar Barnack, engenheiro.
- 1957: surge a primeira fotografia considerada digital, criada por Russel Kirsch, pioneiro na computação. A foto tinha 176 pixels em sua altura e retratava de maneira pré-histórica, seu filho de 3 anos.
A partir daí, várias empresas começaram a trabalhar e aprofundar suas descobertas para dar passos cada vez maiores, tanto no âmbito comercial, como no âmbito social. A empresa Kodak, por exemplo, desenvolve e introduz o filme Kodacolor (quem não se lembra? Rs). Porém, com a Segunda Guerra Mundial, ainda havia alguns empecilhos para a comercialização. Mas, nada que durou muito tempo.
Lembro bem da primeira câmera fotográfica que tivemos em casa. Era uma Yashica Electro 35, teoricamente, a primeira câmera comercialmente bem sucedida, lançada pela Yashica em 1965. Depois, tivemos outras, mas essa marcou de verdade, pois foi meu primeiro contato com esse mundo fotográfico rs.
Quem é que não se lembra da Polaroid, a câmera instantânea? Tive uma também (não duvido nada, se meus pais não tiverem ela guardada ainda Rs) e nos divertíamos nas festinhas de aniversário com ela. Era novidade e, lembro bem quando meu pai trouxe. Achamos demais!
Na década de 80, a fotografia ganhou um peso maior ainda, não só como um instrumento utilizado para reproduzir e guardar imagens de momentos importantes, mas também para reforçar atos de protestos, passando ater uma importância muito grande para os veículos de comunicação.
A Era Digital
Como já disse acima, a primeira imagem digital reproduzida em um computador foi feita por Russel Kirsch, em 1957. Porém, em 1975, Steve Sasson, engenheiro da Eastman Kodak, criou a primeira câmera fotográfica digital. Essa câmera pesava cerca de 4 kg e produzia imagens digitais em preto e branco, as quais eram gravadas em uma fita cassete. Essas imagens tinham apenas 10.000 pixels e demoravam 23 segundos para serem gravadas na fita. Mediante essas informações, empresas como a Kodak não acreditavam na ideia da imagem digital e investiam cada vez mais, nos modelos analógicos.
Em 1981, a Sony arriscou uma manobra ousada e lançou a Mavica, uma câmera que conseguia captar fotografias, mas não era uma câmera verdadeiramente digital.
Ela capturavas cerca de 50 imagens e armazenada em um disquete.
A Canon, em 1984, conseguiu a tecnologia que permitia a transmissão de imagens para os Jogos Olímpicos, via telefone. Em contrapartida, a Kodak conseguiu desenvolver o primeiro sensor com mais de 1 megapixel. Porém, em 1988, a Fujifilm conseguiu a primeira câmera que armazenaria imagens em cartão de memória.
Daí em diante, o processo fotográfico foi sendo aperfeiçoado cada vez mais. Das 8 horas de exposição, feita pelo francês Joseph Niépce, passou-se a fotografar e colocar a imagem online em fração de segundos.
Apesar do processo de desenvolvimento da fotografia até o que temos hoje ter sido lento, em termos de tecnologia, desde o surgimento da fotografia digital, esta vem sofrendo sucessivos processos de transformação e desenvolvimento. Estou falando no que diz respeito à captura de imagem, armazenamento, sensores melhores e mais precisos, tudo visando uma qualidade melhor de imagem e de processamento.
Pudemos contar com o surgimento não só de instrumentos mas de aplicativos para serem utilizados, como o Photoshop (Adobe) e o Color Studio (Apple). Importante lembrarmos que no século XXI começamos a ter o surgimento dos primeiros telefones móveis com câmeras fotográficas e a utilização dessas imagens via internet. A questão já não era mais só a fotografia, mas a forma como eram utilizadas.
Com a facilidade de manuseio dessas imagens, notou-se uma mudança na natureza da fotografia, passando de realista à “industrializada”. Passou-se a questionar a veracidade das imagens. Porém, o que ninguém se lembrou é que a manipulação de imagens e efeitos visuais é tão antiga quanto à descoberta da fotografia. Por exemplo, um dos casos mais conhecidos de manipulação de imagem fotográfica é a fotografia de Yevgeny Khaldei, feita no momento da ocupação do Reichstag pelo exército vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, na qual foi feita a remoção de um relógio do pulso de um dos soldados, pois poderia ser entendido como roubo. Também foram retirados efeitos de propaganda, assim como o contraste da bandeira.
É dificíl prevermos quais serão as próximas evoluções no campo da imagem digital, mas com certeza será sempre algo que revolucionará técnicas que já temos, viando sempre melhorias.
Espero que tenham gostado e até a próxima!
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Fontes: Focus Foto, Infoescola e Point da Arte.
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